PCP de Setúbal quer ferry de volta a Cacilhas

PCP questiona Governo sobre a transferência dos 'ferryboats' de Cacilhas para a Trafaria

A  Direccao Regional de Setúbal do PCP apela à empresa Transtejo, responsável pelas ligações fluviais no Tejo, para que reavalie o fim do transporte de veículos na ligação entre Cacilhas e Lisboa, referindo que  é "necessário manter a oferta de ferryboats também em Cacilhas, permitindo assim que o transporte fluvial de viaturas seja uma verdadeira alternativa que contribuirá para a mobilidade na região". O serviço de transporte de veículos da ligação de Cacilhas com o Cais do Sodré da Transtejo, responsável pelas ligações fluviais no rio Tejo, passou em Abril a ser efetuado entre Trafaria, Porto Brandão e Belém. Os eleitos do PCP no Parlamento já questionaram o Governo sobre o assunto. 


Tal como a Assembleia Municipal de Almada sublinhou, em deliberação aprovada recentemente, a medida de dotar a Trafaria de transporte de viaturas é uma boa notícia para o concelho. O que não se compreende, diz a Direccao Regional de Setúbal do PCP, "é que isso se faça com o sacrifício dos utentes para quem a ligação Cacilhas/Cais do Sodré continua a ser necessária".
Os comunistas entendem que é "necessário manter a oferta de ferryboats também em Cacilhas, permitindo assim que o transporte fluvial de viaturas seja uma verdadeira alternativa que contribuirá para a mobilidade na região". 
A decisão tomada pela Administração da Transtejo é, segundo a Direccao Regional de Setúbal do PCP, "uma oportunidade perdida na melhoria das condições de mobilidade, não sendo aceitável que se tomem medidas mais favoráveis para uma parte da população, mas que impliquem maiores dificuldades para outra". 
Por outro lado, verifica-se que "os horários praticados neste serviço traduzem uma escassez de oferta de transporte, com ligações profundamente insuficientes e tempos de espera insuportáveis, como se verifica por exemplo entre as 19h30 e as 21 horas para o ferry Belém/P-Brandão/Trafaria, ou entre as 13 e as 15h12 para a ligação Trafaria/P. Brandão/Belém. Este problema não é novo: já se verificava, quer no transporte de passageiros na ligação Trafaria/P.Brandão/Belém, quer no transporte de viaturas entre Cacilhas e Cais de Sodré", diz o PCP. De resto, "a oferta neste serviço de transporte, que na ligação à zona Costa da Caparica/Trafaria deveria até assumir nesta época balnear uma outra relevância enquanto alternativa para a travessia do Tejo, tem profundas limitações: aos fins de semana, as últimas três ligações por “ferry” partem da Trafaria às 18, 19h30 e 21 horas, o que ilustra bem a escassez da oferta", alertam os comunistas do distrito de Setúbal.

Muito difícil promover a procura e a utilização do transporte público
Com estas opções, diz o PCP, "é muito difícil promover a procura e a utilização do transporte público". No entanto, diz o partido, "estamos perante um problema que ultrapassa a questão da atratividade do transporte público e que suscita a questão do serviço público e da disponibilidade que deve ser garantida no sistema de transporte. É que a questão concreta da travessia do Tejo é ainda mais sensível quando se considera a existência de veículos que estão legalmente impedidos de circular nas pontes 25 de Abril e Vasco da Gama, nomeadamente os de cilindrada inferior a 50 cm3".
E nas duas pontes do Tejo, alerta a Direccao Regional de Setúbal do PCP, "há milhares de cidadãos, utilizadores desses veículos, para quem a única possibilidade de circulação entre as margens do rio, não havendo ferryboat disponível, é pela ponte de Vila Franca de Xira, ou seja, uma deslocação Almada/Lisboa e volta significa percorrer uma distância total de mais de 200 km. Razão pela qual a adequação de horários, a disponibilidade e oferta do transporte fluvial de veículos enquanto serviço público é uma questão incontornável, que tem de ser considerada e atendida", conclui a nota do partido.

Deputados questionam Governo sobre o assunto 
Os deputados do PCP, Bruno Dias, Francisco Lopes e Paula Santos, eleitos pelo circulo de Setúbal, no Parlamento, querem saber que medidas serão tomadas para que a Transtejo reponha o serviço fluvial de transporte de viaturas na ligação Cacilhas/Cais do Sodré, para que as populações tenham condições idênticas para uma melhor mobilidade e uma melhor qualidade de serviço de transportes públicos.
Os três deputados perguntam ainda "que medidas serão tomadas para um reforço da oferta neste transporte, não só na diversificação de ligações mas, especificamente no aumento da oferta com horários mais adequados, que não sujeitem os utentes a tempos de espera de hora e meia (ou mesmo mais de duas horas) até ao próximo barco, como acontece hoje".

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Agência de Notícias

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