Volkswagen aposta em Palmela para novo carro elétrico

Autoeuropa garante futuro elétrico com novo modelo produzido em Portugal

A Autoeuropa e o Governo português oficializaram esta terça-feira um compromisso que vai marcar o futuro da indústria automóvel nacional: a produção do novo carro elétrico da Volkswagen em Palmela. O projeto, considerado estratégico, contará com um apoio estatal de 30 milhões de euros, provenientes de fundos europeus.
Volkswagen acelera em Palmela com apoio do Estado

Na cerimónia, Thomas Hegel Gunther, presidente da Autoeuropa, sublinhou tratar-se de uma “ocasião verdadeiramente especial”, apontando para o presente e o futuro da fábrica portuguesa. O ministro da Economia, Manuel Castro Almeida, destacou que este investimento vai muito além da vertente industrial, consolidando a Autoeuropa como um dos grandes pilares da economia nacional.
Até ao final deste ano, a fábrica de Palmela vai lançar a nova geração do T-Roc, modelo que tem liderado vendas e será reforçado por mais um marco: a produção do ID Every.1, prevista para meados de 2027. Este será o primeiro elétrico de entrada da marca, com preço inicial a partir de 20 mil euros.
“É mais um passo firme em direção ao futuro”, afirmou Gunther, garantindo que o projeto representa o compromisso da Volkswagen com Portugal.

Sustentabilidade e confiança em Palmela
Também Christian Vollmer, administrador do grupo Volkswagen, frisou a importância da transição energética e a aposta na sustentabilidade. “O Every.1 é um grande passo em frente e estamos muito contentes de o produzir em Portugal”, disse, elogiando a confiança na unidade de Palmela e a forte parceria estabelecida com o Governo.
Marcelo Rebelo de Sousa optou, ainda, por fazer o histórico da Autoeuropa, desde o governo de Cavaco Silva que trouxe o investimento para Portugal, salientando que todos os governos que o sucederam apoiaram este projeto. “Por uma vez, e não foi a única, mas foi talvez das mais importantes, houve uma estratégia nacional prosseguida ao longo de décadas”, que “agora conhece um salto qualitativo muito apreciável”. 
Não foi a única mas terá sido uma raridade, indicou o Presidente da República, que deixou ainda uma palavra aos trabalhadores, quase cinco mil. “Tornaram possível o crescimento desta indústria, souberam ultrapassar diferenças, tensões, períodos de crise, ao mesmo tempo fazendo um significativo caminho de valorização das suas competências”.

Investimento estratégico para Portugal
Manuel Castro Almeida descreveu o momento como “histórico”, recordando que a Autoeuropa, com mais de três décadas de atividade, representa emprego, investimento estrangeiro e reforço do tecido industrial. O Governo decidiu atribuir ao projeto o nível máximo de apoio estatal - 30 milhões de euros, vindos de fundos europeus - e assume que este investimento está alinhado com as metas de descarbonização, inovação e aumento das exportações.
O ministro deixou ainda um aviso: “Não há crescimento económico sustentável sem reforço das exportações”. O objetivo é que Portugal aumente o peso das exportações no PIB para 50 e caminhe para 55 por cento, acima dos atuais 46 por cento. 
Apesar de desafios internacionais, como as tarifas impostas por Donald Trump, Castro Almeida garantiu que o Governo está preparado para apoiar as empresas portuguesas na diversificação de mercados através de instrumentos como o Compete 2030.

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