Museu ferroviário de Pinhal Novo abre em Novembro

Autarquia avança com Núcleo Museológico dos Ferroviários na antiga estação 

A antiga estação ferroviária do Pinhal Novo, com um vasto património de azulejos, vai ser transformada num núcleo museológico para recordar a importância da ferrovia no desenvolvimento local, com inauguração prevista para Novembro. "É um compromisso que vem do anterior mandato. Começámos por estabelecer um protocolo de cooperação com a Infraestruturas de Portugal, que nos levou a um contrato de comodato para utilização da gare e do átrio central da antiga estação para um espaço musealizado e visitável", disse o presidente da Câmara  de Palmela,  Álvaro Amaro.
Estação velha vai ser museu ferroviário 

"Vamos criar uma vedação transparente em torno da antiga gare, porque o património ferroviário começa logo ali na própria estação, com um património azulejar de grande qualidade e que merece ser visitado, explicado e compreendido, porque também tem que ver com a história da região", acrescentou o autarca, lembrando que a Câmara de Palmela já lançou o concurso público, com o valor base de 30 mil euros, para a realização das obras.
Segundo Álvaro Amaro, o núcleo museológico ferroviário é "anseio antigo da comunidade ferroviária, muito significativa no Pinhal Novo, que sempre desejou de ter um espaço que evoque a memória de todo o historial ferroviário e do seu contributo para o desenvolvimento local".
Enquanto decorrem as obras para a criação de um acesso para o alçado nascente do edifício e um percurso acessível a cidadãos com mobilidade condicionada - para delimitação do espaço visitável da gare 1, por razões de segurança que se prendem com a eletrificação da via-férrea -, a Câmara de Palmela irá fazer a catalogação e seriação de espólio de natureza ferroviária cedido por particulares, ex-ferroviários, que estará em exposição no futuro espaço museológico.
"Depois teremos uma fase de maior ambição, utilizando plataformas interativas, apoiadas em `software´ informático, que permitam a cada ferroviário e aos seus familiares irem introduzindo dados que permitam enriquecer todo o historial dos ferroviários na comunidade em Pinhal Novo", sublinhou Álvaro Amaro.
O autarca admitiu ser difícil comprometer-se com uma data, mas perspetivou que o núcleo museológico esteja em funcionamento no próximo mês de Novembro, que é a data de restauração do concelho.
Carlos Fernandes, presidente da  IP Património, destaca o novo uso da antiga estação, “pela importância que o setor ferroviário teve neste território”, lembrando que “tratar estes casos que são postos à disposição das pessoas é dar nova vida aos espaços”. Para Carlos Fernandes, “a vila de Pinhal Novo nasceu à volta do comboio, pois em 1930 vieram cinco mil pessoas ligadas ao setor ferroviário e esta cedência foi a melhor solução”.
A estação de Pinhal Novo foi construída nos finais dos anos 30 do século XX. A Estação possui 23 painéis de azulejos datados de 1938, representando diversas paisagens do distrito de Setúbal.
Os temas centrais são da autoria de João Rodrigues – com base em fotografias de Manuel Giraldes da Silva –, a produção de Faiança Battistini de Maria de Portugal – Fábrica de Cerâmica de Lisboa.
A Estação recebeu, em 1946, o 2º Prémio no Concurso das Estações Floridas e diversos 1ºs Prémios, no Concurso das Estações bem cuidadas, ao longo dos anos 70.

Agência de Notícias com Lusa 

Comentários

  1. Uma excelente notícia. Esta estação do Pinhal Novo foi e poderá voltar a ser um nó importante da Rede Ferroviária do Sul de Portugal e até do Corredor Europeu do Sul. Por ali passou desde há 160 anos a Linha do Sueste (Alentejo) e pouco depois a Linha do Sul (Algarve). Ali passava a Linha para Setúbal e Praias do Sado bem como o Ramal para o Montijo. Como Membro fundador da Associação Barreiro, Património, Memória e Futuro, valorizo esta iniciativa que visa preservar a Memória e Identidade não só do "Povo Ferroviário" mas também de todos os passageiros que a usaram ou por ali transitaram, que dali expediram mercadorias ou esperaram familiares. A nossa Associação pugna também pela constituição de um Núcleo Museológico Ferroviário no Barreiro, integrado no Museu Ferroviário Nacional, um Museu que, para ser completo, terá de agregar todos os Núcleos com importância na História dos Caminhos de Ferro de Portugal.

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