Palmela saúda Bombeiros e agentes de proteção civil

Arderam 373.500 metros quadrados de floresta em três dias no concelho 

Quase 374 mil metros quadrados de área ardida, é este o número que a Câmara de Palmela apresenta como balanço, na sequência dos vários incêndios ocorridos no concelho em apenas três dias, no início do  mês passado.  “Em Agosto, o País registou um vasto número de fogos florestais de grandes dimensões, com repercussões preocupantes. O concelho de Palmela não foi excepção e registou vários incêndios entre 9 e 11 de Agosto, num total estimado de 373.500 metros quadrados de área ardida”, revelou a autarquia, em comunicado. O incêndio registado no dia 9 de Agosto, no Pinheiro Ramudo, freguesia da Quinta do Anjo, foi o mais nefasto: consumiu 20 hectares de área florestal e agrícola.
Fogo no Pinheiro Ramudo foi o mais complicado em Palmela 

O primeiro incêndio, lembra o município, deflagrou “durante a tarde de dia 9, no Pinheiro Ramudo, freguesia de Quinta do Anjo, envolvendo, no combate, 172 operacionais e 73 meios terrestres”, com o incêndio a consumir “20 hectares”.
No dia 10, enquanto decorriam os trabalhos de consolidação e rescaldo, “deflagraram dois novos fogos, em Brejos Carreteiros e Cabeços Ruivos”. Estiveram envolvidos no combate em Brejos Carreteiros 75 operacionais e 22 meios terrestres”, sendo contabilizada “uma área ardida de sete hectares”. Nos Cabeços Ruivos, “estiveram 88 operacionais, acompanhados de 30 meios terrestres e um meio aéreo”. O balanço, acrescenta a Câmara de Palmela, “dá conta de uma área ardida de 10 hectares”.
Por fim, no dia 11, o Vale dos Barris, no Parque Natural da Arrábida, “foi afectado por um incêndio que envolveu, no seu combate, 56 operacionais e 9 meios terrestres, estimando-se uma área ardida de 3 500 metros quadrados”. As equipas municipais “apoiaram logisticamente as intervenções” e a autarquia “respondeu, também, a uma solicitação da Autoridade Nacional de Protecção Civil, disponibilizando um autocarro, a 13 de Agosto, para proceder à rendição de bombeiros do distrito de Setúbal em missão na zona de S. Pedro do Sul”, no distrito de Viseu. 

117 mil hectares ardidos só este ano em Portugal 
De acordo com a análise efetuada pela Associação Portuguesa de Técnicos de Segurança e Protecção Civil, a partir dos dados do Sistema Europeu de Informação de Fogos Florestais, Portugal detém já 53,4 por cento da área ardida na União Europeia, este ano, contabilizando-se um total de 117 mil hectares.
O distrito de Setúbal e o concelho de Palmela não foram imunes ao flagelo, com a semana de 8 a 14 de Agosto a revelar-se como uma das mais difíceis. O Comando Distrital de Operações de Socorro de Setúbal registou, em média, nesse período, oito ocorrências diárias.
"A freguesia de Quinta do Anjo viveu uma das situações mais preocupantes mas a rápida intervenção dos nossos corpos de bombeiros e dos agentes de proteção civil permitiu dominar, rapidamente, os fogos que chegaram a ameaçar habitações. Uma palavra de apreço, também, para os trabalhadores municipais, que prestaram apoio logístico no terreno", diz a Câmara de Palmela.
A competência e a capacidade operacional das equipas do concelho de Palmela permitiu que, além das ocorrências na região, "fosse possível responder às necessidades de outros pontos do país, com 21 bombeiras e bombeiros a prestarem auxílio nos distritos de Viseu, Viana do Castelo, Aveiro, Évora e Santarém, bem como no concelho da Calheta, na Ilha da Madeira.
"A confiança que o município de Palmela reitera, ao longo do ano, em muitas ocasiões, nas Associações de Bombeiros de Palmela, Pinhal Novo e Águas de Moura, foi, uma vez mais, confirmada no teatro de operações, onde as nossas voluntárias e os nossos voluntários voltaram a dar mostras das suas capacidades, da sua atitude profissional e do seu grande coração, combatendo, de forma abnegada, pela segurança e socorro das populações", realça a autarquia.

Palmela alerta para prevenção
Em comunicado, a Câmara de Palmela alerta para a prevenção e sensibilização, que considera “de grande importância para diminuir o risco de incêndio florestal”.
“Durante o último ano, foram alvo de avaliação de risco diversos espécimes arbóreos que constituíam factor de risco para a população, tendo já sido intervencionados grande parte dos espécimes referenciados, resultando no abate e desramação dos mesmos, mitigando os riscos existentes”, revela a autarquia. 
O Serviço Municipal de Protecção Civil, aponta ainda a Câmara de Palmela, “assinalou, também, diversos lotes/áreas de terreno a serem alvo de limpeza e desmatação”. Destes locais, destacam-se “cerca de duas dezenas de lotes, com uma área estimada de 37.300m2, a maior parte dos quais privados, localizados em perímetro urbano, com acções de limpeza a decorrer desde o dia 27 de Agosto, face ao risco que apresentam”. 
A concluir, o município recorda que, neste âmbito, “estão em tramitação 247 processos, com o objectivo de fazer cumprir o dever de limpeza dos terrenos por parte dos proprietários e 93 já foram resolvidos”.

Câmara cofinancia em 15 por cento os veículos adquiridos pelos bombeiros
Câmara vai financiar compra de novas viaturas para os bombeiros 
O executivo aprovou, por unanimidade, na reunião pública de 24 de Agosto, os princípios gerais de cofinanciamento municipal na aquisição de veículos operacionais de proteção e socorro por parte das Associações Humanitárias de Bombeiros do concelho.
Assim, a autarquia atribuirá "uma comparticipação de 15 por cento do valor total do custo dos veículos a adquirir pelos Bombeiros de Águas de Moura e Pinhal Novo, através do Programa de Apoio aos Equipamentos, candidaturas que mereceram avaliação positiva por parte da Autoridade Nacional de Proteção Civil".
A Câmara garantirá, ainda, a mesma comparticipação à Associação Humanitária dos Bombeiros de Palmela, na aquisição de um veículo, mediante apresentação de nova candidatura e respetiva aprovação.
Refira-se que o cofinanciamento municipal agora aprovado, será atribuído caso as candidaturas apresentadas pelas associações, no âmbito do POSEUR – Portugal 2020, em Agosto, venham a ser aprovadas, resultando num cofinanciamento de 85 por cento dos custos dos veículos pretendidos.

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