Alcochete pede intervenção na apanha ilegal de amêijoa

Regulação da atividade iria ajudar à limpeza das praias e dinamizar o negócio 

A praia do Samouco, em Alcochete, tem vindo a ser cada vez mais procurada para a apanha ilegal da amêijoa, segundo a Câmara de Alcochete, que pede a legalização da atividade, evitando a "destruição do espaço público" que hoje acontece. "Na praia do Samouco, existe um problema transversal, que vem desde o Seixal até aqui ao Sítio das Hortas, em Alcochete, que tem que ver com a apanha da amêijoa e com os mariscadores", admitiu, em declarações à agência Lusa, o vereador das Águas e Saneamento da Câmara de Alcochete, Jorge Giro. Segundo a autarquia, a regulação da atividade também "iria ajudar à limpeza das praias, nomeadamente no Samouco, o que traria mais visitantes".
Centenas de pessoas dedicam-se à apanha de amêijoa no Samouco 

O autarca explicando que o fenómeno se acentua no Samouco devido às suas "características naturais", o autarca contou que a atividade ilegal causa "alguma conspurcação e também destruição do espaço público, que deve ser preservado e que deve ser limpo".
A agência Lusa visitou esta praia e constatou no local que, num dia de semana, eram poucos os banhistas que ali aproveitavam o sol. Por seu turno, havia quase uma centena de mariscadores - alguns dos quais estrangeiros - que, com o esvaziar da maré, se preparavam para iniciar a apanha da amêijoa. No chão, eram visíveis restos de materiais usados para esta atividade, como redes e baldes.
"Nada temos contra as pessoas que apanham a amêijoa, reconhecemos que é um modo de vida. O que nós pretendemos, mas isso não está diretamente na alçada da Câmara de Alcochete é que as entidades competentes e que têm competência para regular e para legislar esta matéria o façam", salientou Jorge Giro. E reforçou: "Queremos a apanha da amêijoa legalizada, até porque são muitos milhões de euros que fogem aos nossos impostos por ano". 
Ao mesmo tempo, na ótica do responsável, "a amêijoa também devia ter um selo de qualidade, para ter a certeza que não é prejudicial para a saúde e que segue os trâmites de depuração", de forma a ser segura para os consumidores. 
Segundo Jorge Giro, a regulação da atividade também "iria ajudar à limpeza das praias, nomeadamente no Samouco, o que traria mais visitantes". 
Nesta zona, são frequentes as apreensões de amêijoa pela Guarda Nacional Republicana e pela Polícia Marítima, no âmbito de ações de fiscalização realizadas no rio Tejo que visam dissuadir esta prática. Normalmente, os infratores são apenas identificados.

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