Secretário de Estado impedido de falar em Almada

Conferência visou "refletir e debater o desenvolvimento cultural dos territórios e comunidades"

Jorge Barreto Xavier foi impedido de discursar numa sessão publica no Teatro Joaquim Benite, devido a protestos do movimento que defende um por cento do orçamento de estado para a cultura. O secretário de Estado diz que os manifestantes "perderam a razão". "É um mau entendimento da forma como funciona a democracia. Não deixar os outros falar faz com que quem se manifesta perca a razão", disse o secretário de Estado. O protesto foi organizado pelos subscritores do Manifesto "Em Defesa da Cultura" que exigem a transferência de um por cento do Orçamento de Estado para o setor. A Artemrede foi formalmente constituída em Janeiro de 2005 e integra, atualmente, os municípios de Abrantes, Alcanena, Alcobaça, Almada, Barreiro, Moita, Montijo, Oeiras, Palmela, Santarém, Sesimbra, Sobral de Monte Agraço e Tomar.
Governante impedido de falar em conferência em Almada 

Pedro Penilo, um dos organizadores, considera que "este Governo mata a cultura" e, por isso, acrescenta, "foram vários minutos em que o Secretário de Estado teve que ser confrontado com a indignação dos meios culturais".
Em declarações à TSF, o secretário de Estado da Cultura garante que está aberto ao diálogo: "Se essas pessoas, de uma maneira organizada, quiserem exprimir a sua opinião e falar comigo, naturalmente terei todo o gosto em ouvi-las, mas é preciso é que as pessoas queiram falar e não o contrário, impedir os outros de falar".
É a posição do governante depois de ter sido impedido de discursar no encerramento da conferência "Arte em Rede", que decorreu em Almada na semana passada.
A conferência, no Teatro Municipal Joaquim Benite, visou "refletir e debater o desenvolvimento cultural dos territórios e comunidades", com técnicos, autarcas e outros agentes culturais, sociais e educativos, segundo comunicado da organização.
Entre os participantes, contaram-se o geógrafo e investigador do Instituto do Ciências Sociais da Universidade de Lisboa, João Ferrão, o britânico John Holden, investigador do setor cultural, Marta Porto, especialista em políticas de comunicação, arte e cultura e ex-secretária da Cidadania e Diversidade Cultural do Ministério da Cultura do Brasil, e Nicólas Barbieri, professor no Instituto de Governo e Políticas Públicas da Universidade Autónoma de Barcelona.
Outros participantes são António Pinto Ribeiro, recentemente nomeado coordenador geral da Fundação Calouste Gulbenkian, e os vereadores da Cultura Catarina Vaz Pinto e António Matos, respetivamente da Câmaras de Lisboa e de Almada.

Trabalhar com arte em rede 
As orientações estratégicas estabelecem-se em dez pontos, sendo o primeiro a colocação da Cultura no centro das políticas de desenvolvimento dos municípios que fazem parte da Artemrede, e garantir as necessárias condições para a sua concretização, segundo um documento da associação.
A Artemrede foi formalmente constituída em Janeiro de 2005 e integra, atualmente, os municípios de Abrantes, Alcanena, Alcobaça, Almada, Barreiro, Moita, Montijo, Oeiras, Palmela, Santarém, Sesimbra, Sobral de Monte Agraço e Tomar.
"Desde 2005 apresentamos anualmente uma oferta cultural regular nos vários espaços Artemrede - os equipamentos culturais dos municípios associados - produzimos e coproduzimos espetáculos e organizamos ações de formação para os nossos membros", explicou à Lusa fonte da Artemrede.
Ainda durante este mês, a Artemrede realiza o ciclo de cinema "Escritores Portugueses", que decorre em Sesimbra e em Sobral de Monte Agraço, em que são exibidos filmes sobre escritores como Agustina Bessa-Luís, António Lobo Antunes e Urbano Tavares Rodrigues, entre outros.

Agência de Notícias

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