António Costa quer terminal de contentores no Barreiro

Terminal no Barreiro pode ser âncora para desenvolver Arco Ribeirinho Sul

O presidente da Câmara  de Lisboa quer ver localizado no Barreiro o novo terminal de contentores do porto de Lisboa. António Costa assinou esta semana, um protocolo com a Câmara do Barreiro e a Administração do Porto de Lisboa, tendo em vista a defesa da localização do novo terminal no concelho barreirense. De acordo com António Costa, o projecto "significa desenvolver os 11 concelhos ribeirinhos, encontrando a vocação indicada para cada um. Este projecto do novo terminal no Barreiro, sendo viável, pode ser uma âncora para o desenvolvimento do Arco Ribeirinho Sul". Para o autarca do Barreiro, a vinda da infraestrutura para a cidade dá "continuidade àquilo que foi o seu passado e construir aqui um polo de desenvolvimento industrial e tecnológico que promova a criação de riqueza". O protocolo foi assinado em pleno rio Tejo a bordo de um barco da Soflusa. 
Câmaras do Barreiro e  Lisboa e Porto de Lisboa assinaram protocolo 

O presidente da Câmara de Lisboa afirmou esta semana que um novo terminal de contentores no Barreiro pode ser um projecto importante para o desenvolvimento do Arco Ribeirinho Sul, mas defendeu a necessidade de se fazerem estudos de viabilidade.
"Desenvolver o Porto de Lisboa significa desenvolver os 11 concelhos ribeirinhos, encontrando a vocação indicada para cada um. Este projecto do novo terminal no Barreiro, sendo viável, pode ser uma âncora para o desenvolvimento do Arco Ribeirinho Sul", disse António Costa.
Os territórios da Quimiparque, no Barreiro, da Siderurgia, no Seixal, e da Margueira, em Almada, integram o projecto Arco Ribeirinho Sul, que prevê a requalificação das antigas áreas industriais nos três concelhos.
O autarca socialista esteve na quarta-feira no Barreiro para a assinatura de um acordo de cooperação institucional sobre a actividade portuária entre as Câmaras de Lisboa e do Barreiro e o Porto de Lisboa, numa cerimónia que decorreu a bordo de um barco da Soflusa, em pleno rio Tejo.
"Este protocolo serve para se fazer os estudos para analisar a viabilidade deste terminal. O que entendemos é que é necessário desenvolver o Porto de Lisboa e tem que se estudar a viabilidade técnica, ambiental e financeira", explicou.
António Costa referiu que as decisões devem ser tomadas depois de conhecidos os resultados dos estudos e destacou as prioridades para a cidade de Lisboa.
"O Porto de Lisboa identificou o Barreiro como área de potencial desenvolvimento. A Câmara do Barreiro, ao contrário de Almada, entende que é um projecto interessante. A Lisboa interessa garantir a manutenção de Alcântara, libertar o que está a montante de Santa Apolónia, a devolução de todas as zonas desafectas da actividade portuária, a construção do terminal de cruzeiros e a marina de Pedrouço para veleiros", frisou o líder da autarquia da capital.
O autarca referiu que será “excelente” se a solução Barreiro for viável, porque permitiria desenvolver uma infra-estrutura importante para “afirmar a centralidade de Lisboa no Atlântico”. Caso contrário, as autarquias e a administração portuária terão de procurar outras soluções

"A região tem de se assumir como motor de desenvolvimento do país"
O presidente da Câmara do Barreiro, Carlos Humberto, disse que o novo terminal no concelho é um projecto que interessa a toda a Área Metropolitana de Lisboa.
"A presença dos autarcas de Lisboa, mas também de Moita e Seixal, é uma prova de que os municípios estão empenhados em desenvolver a actividade portuária no Tejo e a apoiar esta solução do terminal de contentores no Barreiro", defende Carlos Humberto.
Em relação à difícil situação económica que o país atravessa, Carlos Humberto sublinhou que a região tem de se assumir como motor de desenvolvimento do país. “No concelho conhecemos bem os problemas do desemprego e os problemas sociais”, contudo defendeu que a questão central para ultrapassá-los prende-se com “o desenvolvimento económico, a criação de riqueza, o investimento público e privado na área produtiva”. Neste sentido, o Barreiro “quer construir e dar continuidade àquilo que foi o seu passado e construir aqui um polo de desenvolvimento industrial e tecnológico que promova a criação de riqueza”. Carlos Humberto defende que só será possível ao ampliar e qualificar a atividade portuária, no território da Quimiparque. “Queremos uma solução do ponto de vista ambiental e do desenvolvimento que seja uma solução que traga modernidade e que ajude a resolver os problemas de passivo ambiental e da mobilidade e desertificação. Temos uma excelente frente ribeirinha que precisa de ser requalificada”.
A ampliação da atividade portuária deverá, segundo o presidente da autarquia ter em conta “os aspetos de caráter ambiental e de eficiência energética”.
Ao nível das acessibilidades, “existe um esforço para encontrar as soluções adequadas ao novo Terminal. Temos um longo caminho a percorrer com várias entidades. Em relação à candidatura a Bruxelas, entregue ainda este mês, tem como objetivo tornar este Terminal uma realidade”.
O autarca explicou que está a ser preparada uma candidatura a fundos comunitários, que tem que ser apresentada até ao final do mês, para se fazerem todos os estudos.
"Estamos a preparar uma candidatura para que se façam os estudos necessários para se lançar o concurso público. Caso se confirme, poderá ser possível apresentar uma candidatura, dirigida pela Administração do Porto de Lisboa, no final de 2015 já para fundos para obras", realçou o chefe do executivo municipal do Barreiro.
Na sessão participaram também os presidentes das Câmaras do Seixal, Joaquim Santos, e da Moita, Rui Garcia, que “com a sua presença, dão confiança a este projeto”, concluiu o autarca do Barreiro.

Porto de Lisboa quer apostar no crescimento do transporte marítimo 
A presidente do Porto de Lisboa, Marina Ferreira, afirmou que o comércio marítimo vai aumentar com a negociação do novo acordo transatlântico e a duplicação do canal do Panamá, explicando que Portugal está bem posicionado.
"Devemos aproveitar a nossa posição nas ligações com o Canadá, Estados Unidos ou México. Esperamos que esta maneira de fazer projecto, integrado e não excluindo, possa ser bem-sucedida", disse.
Atualmente, referiu que o país está numa situação de impasse. “Tudo indica que o comércio marítimo vai continuar a aumentar. Antecipa-se que o mercado europeu, com o acordo transatlântico, possa vir a ter 900 milhões de investidores e consumidores. É importante que todos os países possam abrir as suas infraestruturas”. Para Marina Ferreira, o Porto de Lisboa “tem especial responsabilidade e, neste espírito de abertura, precisa de ser uma alavanca e precisa do apoio das autarquias para fazer com que a Região Metropolitana seja uma grande área económica e de desenvolvimento”. E para isso, refere Marina Ferreira, o Porto de Lisboa "já começou a dialogar com os 11 municípios e empresas públicas e privadas que faz fronteira e a dialogar e trabalhar em articulação e apoiar projetos”.



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