Terminal de contentores no Barreiro ganha força

Governo deve decidir localização do terminal no Verão 

2015 deverá ficar marco pela escolha do local para a instalação no novo terminal de contentores do porto de Lisboa. Barreiro é mesmo para o Governo, a localização mais certa. O secretário de Estado dos Transportes abordou o tema, dizendo que "a discussão pública [sobre o terminal de contentores do Barreiro] teve o seu momento, agora é momento de decidir e nós decidiremos brevemente sobre essa matéria". E a localização Barreiro ganhou mais um aliado de peso: o responsável de Projetos da Unidade de Redes Transeuropeias da Comissão Europeia, José Laranjeira Anselmo, afirmou que a escolha do Barreiro é “exequível”, pois há “todas as possibilidades, desde que exista um investimento correto”. Esta escolha, diz ainda o secretário de Estado dos Transportes não vai diminuir a importância dos outros dois portos do distrito: Sines e Setúbal. 
Europa disponível para apoiar terminal no Barreiro 

O Governo vai tomar rapidamente uma decisão sobre o projecto do novo terminal de contentores do porto de Lisboa, cuja localização mais provável é o Barreiro. O objectivo do Ministério da Economia é concluir o processo - que incluirá a realização de um concurso público para atribuição da concessão do respectivo terminal - antes do final da legislatura, que deverá ocorrer entre o final de Setembro e o início de Outubro.
Na tomada de posse dos novos órgãos sociais da Agepor - Associação de Agentes de Navegação de Portugal para o próximo triénio, Sérgio Silva Monteiro, secretário de Estado dos Transportes abordou o tema, dizendo que "a discussão pública [sobre o terminal de contentores do Barreiro] teve o seu momento, agora é momento de decidir e nós decidiremos brevemente sobre essa matéria". O governante sublinhou que o Governo não considera "que o investimento em Setúbal seja canibal do Barreiro, ou que o Barreiro seja canibal de Sines". Sérgio Silva Monteiro garantiu mais uma vez que "todo o investimento portuário previsto no PETI [Plano Estratégico de Transportes e Infra-estruturas] será totalmente privado". O secretário de Estado dos Transportes relembrou que é objectivo deste Governo, apesar de estar em final de mandato, criar as condições para que o sector portuário triplique a movimentação de cargas até 2022.

Unidade de Redes Transeuropeias apoia terminal no Barreiro
Já ontem, o presidente da Câmara do Barreiro, o presidente do Instituto da Mobilidade (IMT) e dos Transportes, João Carvalho, e o responsável de Projetos da Unidade de Redes Transeuropeias - DG MOVE, da Comissão Europeia, José Laranjeira Anselmo, foram unânimes em considerar “exequível” a localização do Terminal de Contentores do Porto de Lisboa, no Barreiro.
A convite do Município do Barreiro, João Carvalho e José Laranjeira, acompanhados pelo executivo municipal realizaram uma reunião de trabalho e visitaram a zona ferroviária e apreciaram o terreno onde está prevista a construção do Terminal.
Para José Laranjeira Anselmo, o Terminal de Contentores no Barreiro “é exequível". O Barreiro apresenta-se como "um dos elementos de desenvolvimento do Porto de Lisboa”. O responsável de Projetos da Unidade de Redes Transeuropeias adiantou ainda, que “se for o desejo do Governo Português e da Câmara do Barreiro faremos o possível para apoiar o investimento”.
O presidente do Instituto da Mobilidade (IMT) e dos Transportes, João Carvalho, durante a segunda visita ao Barreiro, reiterou que “há poucas dúvidas sobre a localização do futuro terminal de contentores”, sublinhando que, no caso do Barreiro, “as infraestruturas, o espaço e as acessibilidades [fluviais, rodoviárias e ferroviárias] são ótimas”.
João Carvalho realçou no entanto que “as dragagens são necessárias e têm custos”, contudo os custos “estão longe dos valores que têm vindo a público”, designadamente da Ordem dos Engenheiros, que considera que as dragagens de manutenção para manter operacional um terminal de contentores no Barreiro deverão exigir “um custo de cerca de 48 milhões de euros por ano, todos os anos, o que torna a opção do Barreiro completamente inviável do ponto de vista financeiro”, concluiu o líder do IMT. 

Câmara aponta para a Terceira Travessia do Tejo
Este encontro foi, para Carlos Humberto, “útil e muito interessante”. Esta foi uma oportunidade para “refletir sobre as questões do novo Terminal de Contentores no Barreiro, a acessibilidade e a sua inserção urbana”, disse o presidente da autarquia.  No sentido de refletir com outras entidades, Carlos Humberto admite a eventualidade de uma visita a Bruxelas, no sentido de avaliar as possibilidades e necessidades tendo em conta as antigas zonas industriais da CUF/Quimigal e da CP.
No que respeita aos acessos ferroviários, Carlos Humberto explicou que estão em análise duas soluções: a utilização do ramal existente até à Estação Barreiro-Mar de onde irá partir em direção ao terminal; ou a utilização do canal anteriormente previsto para a Terceira Travessia do Tejo, ou seja, que ao chegar à Estação do Lavradio penetre, diretamente, para o território da Baía do Tejo, acrescentando que a autarquia defende “intransigentemente” a solução que estava estudada para a Terceira Travessia do Tejo, ou seja, que se crie uma nova via ferroviária em direção ao terminal, paralela à via rodoviária.
Para o presidente da Câmara, o terminal de contentores “pode dar um input para que o território da Siderurgia, da Margueira (Lisnave) possam ser requalificados, para tal a ligação Seixal – Barreiro (rodoviária) é indispensável”.

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