Judiciária investiga morte de idoso no Hospital de Setúbal

PJ investiga morte no hospital de São Bernardo devido à "troca" de soro

A Polícia Judiciária de Setúbal está investigar a morte, ocorrida na noite de quinta-feira, no Hospital de São Bernardo. O doente, de 74 anos, foi encontrado morto na enfermaria com o tubo do oxigénio enfiado no catéter do soro. Segundo fonte do hospital de Setúbal, o homem foi operado a uma hérnia e passou o dia de quinta-feira muito agitado. Acabaria por ser encontrado na cama da enfermaria, com a máscara tirada e o tubo do balão de oxigénio posto no catéter do soro. Por se tratar de uma morte estranha, o Hospital decidiu chamar a Judiciária. Desde o início do ano, este é o segundo caso de morte em circunstâncias duvidosas no hospital de São Bernardo e o quarto no distrito de Setúbal.
Paciente morreu na quinta-feira no hospital de Setúbal 

O septuagenário, que estava internado numa enfermaria de cuidados intermédios a recuperar de uma intervenção cirúrgica, morreu na quinta-feira passada, alegadamente depois de lhe ter sido ministrado oxigénio através do sistema de soro.
O Centro Hospitalar de Setúbal confirma a morte do idoso, mas informa apenas que foi o hospital que participou a ocorrência à PJ: “O óbito ocorrido com um doente internado no Hospital de São Bernardo, dia 22/01/2015, foi participado às entidades judiciais, estando em segredo de justiça”.
O idoso estava internado nos cuidados intermédios a recuperar de uma cirurgia, segundo fonte hospitalar, desconhecendo-se, para já, as causas que levaram a troca de soro por oxigénio. O homem estava no mesmo quarto onde estaria também o homem suspeito de matar a mulher na semana passada, em Setúbal.
Desde o início do ano, este é o segundo caso de morte em circunstâncias duvidosas no hospital de São Bernardo e o quarto no distrito de Setúbal. A 3 de Janeiro faleceu um homem de 77 anos, depois de uma espera de quatro horas num corredor. Tinha sido assistido por um clínico do Instituto Nacional de Emergência Médica que não terá feito qualquer referenciação do caso ao serviço de urgências.
A 11 de Janeiro, um sexagenário morreu no Hospital Garcia de Orta, em Almada, quando aguardava por atendimento nas urgências depois de lhe ter sido atribuída, na triagem, uma pulseira amarela - considerada urgente e com atendimento recomendável em 60 minutos, de acordo com o sistema de triagens de Manchester, em vigor nos hospitais públicos nacionais. O inquérito promovido pela administração do Garcia de Orta concluiu que a morte era “inevitável”, porque o paciente “padecia de uma doença grave, com vários dias de evolução, e o seu agravamento súbito, pelo carácter fulminante, tornou impossível qualquer procedimento em tempo útil que evitasse a morte”.
Poucos dias depois, a 17 de Janeiro, uma mulher de 89 anos morreu também no Garcia de Orta após nove horas de espera nas urgências. A administração anunciou a abertura de mais uma investigação, tendo adiantado que não haviam sido detectadas, pelo menos numa fase preliminar, “quaisquer inconformidades no serviço prestado, nem qualquer situação anómala”.
Estes últimos casos estão a ser investigados pela Inspecção-Geral das Actividades em Saúde. O secretário de Estado Adjunto do ministro da Saúde, Fernando Leal da Costa, declarou publicamente, no início da semana, que o Ministério da Saúde está a fazer uma "análise aturada" para verificar se, em termos estatísticos, o número de mortes ficou acima do esperado. E prometeu que eventuais responsabilidades serão apuradas.
A investigação da Judiciária junta-se a outros casos (pelo menos três) que estão a ser analisados pelo Ministério Público.

Agência de Notícias

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