FIAR está de volta a Palmela em 2016

Câmara assegura verba de 30 mil euros para garantir festival de artes de rua 

O festival FIAR  que não se realizou no ano passado devido a dificuldades financeiras, vai voltar às ruas de Palmela antiga em 2016, na sequência de um protocolo de cooperação que foi estabelecido entre a Câmara de Palmela e a associação responsável pela organização do festival. O protocolo [que foi assinado essa semana em Palmela] prevê o apoio financeiro da autarquia de 30 mil euros e ajuda na procura de outras fontes de financiamento do festival internacional de artes de rua. Este é um protocolo que foi amplamente discutido entre autarquia e a organização e visa "estruturar e dar sustentabilidade às edições futuras  do festival", diz a autarquia. O FIAR é um evento bienal que alia a contemporaneidade à tradição, com o epicentro da sua atividade no Centro Histórico de Palmela. Com a primeira edição em 2000, rapidamente se transformou num evento de referência no panorama das artes de rua. 
FIAR regressa ao Centro Histórico de Palmela no verão de 2016 

A Câmara de Palmela e a FIAR – Associação Cultural assinaram, ontem, um Protocolo de Cooperação, com vista à realização do Festival Internacional de Artes de Rua.
Dolores de Matos, Presidente da Associação, congratulou-se com o "diálogo de interesses e o companheirismo" alcançados, agradecendo ao Município pelo compromisso e pela confiança depositada no projeto, que voltará às ruas do Centro Histórico de Palmela em 2016. Entretanto, já em Fevereiro, nos dias 21 e 22, realizar-se-á um evento de transição, sob o nome “FIAR Abrigo”, a apresentar em breve.
Para Álvaro Amaro, presidente da autarquia de Palmela, o FIAR - festival internacional de artes de rua, "faz história e acrescenta valor" e "os criadores continuam a fazer acontecer", pelo que a organização está satisfeita com o modelo encontrado e empenhada em envolver outros parceiros e captar verbas – através, por exemplo, de mecenato e de candidaturas a fundos de apoio - para que o Festival possa continuar a crescer, numa nova dinâmica.
O protocolo foi aprovado em Dezembro e representa, por parte do município, o reconhecimento da importância do evento para a comunidade, que adere e participa, envolvendo-se nos itinerários e ambientes que o Festival proporciona, e para os agentes culturais locais, elementos fundamentais da dinâmica cultural.
O Protocolo a celebrar prevê, entre outros aspetos, uma comparticipação financeira da autarquia no valor global de 30 mil euros, a atribuir da seguinte forma: 2015 (15 mil euros); 2016 (10 mil euros) e 2017 (cinco mil euros) e a apresentação de uma iniciativa promotora do Festival no primeiro trimestre de 2015. A autarquia compromete-se ainda em dar apoio técnico, transportes e logístico, para além do apoio da promoção e divulgação do evento bem como cedência de instalações para o desenvolvimento da atividade da associação.

Valor divide oposição e maioria 
O teor do protocolo dividiu a oposição na altura que foi discutido em reunião do executivo. A coligação PSD/CDS-PP considerou o valor do apoio excessivo e o Partido Socialista levantou dúvidas sobre se é suficiente para que o festival mantenha a dimensão a que já habituou o público. 
De acordo com Pedro Taleço, vereador do PS em Palmela, a "estratégia de reduzir e obrigar os festivais a criar as suas próprias dinâmicas pode ser interessante mas, ao mesmo tempo, deveremos ter cuidado de não criar expectativas de que os festivais deverão ter a mesma dimensão", sublinhou o vereador. 
Para a coligação PSD/CDS-PP, "estamos a falar de 60 mil euros, ou mais, se consideramos o apoio técnico, transportes e apoio à programação" que para o vereador Eduardo Ferro, representa "um encargo muito grande para a Câmara. Porquê este valor se a autarquia já está a dar um contributo extremamente positivo ao FIAR?", questionou. 
Mas para a maioria comunista que gere a Câmara de Palmela, "esta proposta é o corolário de um trabalho  muito perseverante, de um diálogo muito assertivo com a Associação FIAR, permitindo, desta forma, a realização de um evento de referência em Palmela", realçou o detentor da pasta da cultura e do turismo no concelho, Luís Calha.     
No fim da discussão o PS [tal como a maioria CDU] aprovaram o protocolo e o vereador do PSD/CDS-PP absteve-se.  

Os fios que o FIAR tece  
FIAR começou no inicio deste século 
O FIAR que há 15 anos se realizava  Palmela, não aconteceu no ano passado. O festival ficou excluído dos apoios anuais da Direção-Geral das Artes e também viram o apoio da câmara municipal reduzido: 10 mil euros para esta edição desse ano quando, anteriormente, tinha recebido 70 mil euros. 
O FIAR é um evento bienal que alia a contemporaneidade à tradição, com o epicentro da sua atividade na vila e Centro Histórico de Palmela. Com a primeira edição em 2000, rapidamente se transformou num evento de referência no panorama das artes de rua, associado ao Teatro O Bando. A afirmação do Festival nos panoramas nacional e internacional constituiu-se como uma mais valia artística local e como polo de atração de públicos, potenciando a valorização turística do concelho de Palmela. Teve, ainda, "o mérito de impulsionar dinâmicas para o nascimento de inúmeras experiências artísticas geradoras de inovação nas culturas locais", diz a autarquia. 
O FIAR realiza-se de dois em, dois anos, em Julho, no centro histórico de Palmela onde "artistas e espetadores de todo o mundo, juntamente com a população, abraçam-se e a vila dá um extraordinário passo em frente". O "contacto humano nas ruas pelo centro histórico faz de cada pessoa um criador. Criador de encontros, de mesclas, de partilhas, de cruzamentos", escreveu uma vez encenador Nuno Pino Custódio. Estará assim de regresso às ruas antigas de Palmela no pico do Verão de 2016.

Agência de Notícias

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