Autarcas do BE, em Setúbal, contra a violência Doméstica

Sete mulheres morreram o ano passado vítimas de violência doméstica em Setúbal 

Na última década, morreram 398 mulheres vítimas de agressões em contexto de violência doméstica em Portugal. Ciúme e dificuldade em aceitar a separação são os principais motivos. O ano de 2014 ficou marcado pela morte de 42 mulheres. Sete desses casos trágicos ocorreram no distrito de Setúbal, o pior a nível nacional. Seixal é o concelho com maior incidência deste crime em todo o país. Perante estes números, os autarcas do Bloco de Esquerda do distrito de Setúbal apresentaram e fizeram aprovar moções contra a violência doméstica nas Assembleias Municipais de Almada, Seixal e Sesimbra e em freguesias onde têm eleitos. "Temos leis. Temos planos contra a violência de género. Mas não podemos tolerar o massacre que é a vida, as vidas de milhares e milhares de mulheres. A lei não basta; por isso, os membros da sociedade têm que intervir, denunciar e não fechar os olhos", diz Joana Mortágua, líder do Bloco em Setúbal.

Autarcas do BE querem sociedade mais atenta e interventiva 


Os números e as listas de vítimas mortais, que pontuam relatórios da última década, soam aos resultados finais de um conflito armado marcado com os nomes das mulheres que sucumbiram a relações que matam. Na última década, morreram 398 mulheres vítimas de agressões em contexto de violência doméstica em Portugal, segundo o último relatório do Observatório de Mulheres Assassinadas da União Mulheres Alternativa e Resposta (UMAR).
A violência doméstica é, no entender do Bloco de Esquerda de Setúbal, "um dos maiores flagelos da nossa sociedade que já levou este ano a 46 tentativas de homicídio e a 40 mortes em Portugal. O distrito de Setúbal é particularmente afectado por esta forma brutal de violência, contando o distrito já com sete mortes, que ficou assim com a pior cifra a nível nacional", diz a coordenadora do Bloco do distrito de Setúbal 
Os autarcas do Bloco de Esquerda do distrito de Setúbal apresentaram e fizeram aprovar moções contra a violência doméstica nas Assembleias Municipais de Almada, Seixal e Sesimbra e Assembleias de Freguesia de Amora, Corroios, União de Freguesias de Seixal, Arrentela e Aldeia de Paio Pires, União de Freguesias de Laranjeiro/Feijó e União de Freguesias de Charneca de Caparica e Sobreda.
"Sabemos que muitas vezes as pessoas fingem desconhecer, tapam os olhos, evitam encarar e denunciar situações de violência que estão logo ali na casa ao lado, na rua por onde circulamos, dentro do elevador", diz o Bloco de Esquerda de Setúbal.  
"Temos que 'meter a colher', ser definitivamente intolerantes para com a violência. Mesmo que não nos afecte, intervir, denunciar, apoiar e lutar pela erradicação da violência são deveres da cidadania e de uma sociedade decente", salienta Joana Mortágua. 

Seixal é o concelho do país com maior índice de violência doméstica 
Em Portugal, só em 2013 foram registadas 27 318 participações de violência doméstica por parte das forças de segurança, segundo o Relatório Anual de Segurança Interna (RASI). Também segundo dados do RASI referentes ao primeiro semestre de 2014, as polícias receberam 13 071 participações, ou seja, 73 queixas por dia, isto é, três queixas por hora. 
Ainda segundo dados deste relatório, o concelho em Portugal onde ocorreram mais casos de homicídio ou tentativa de homicídio de mulheres em contexto de violência doméstica foi no Seixal.
"Temos leis. Temos planos contra a violência de género. Mas não podemos tolerar o massacre que é a vida, as vidas de milhares e milhares de mulheres. A lei não basta; por isso, os membros da sociedade têm que intervir, denunciar e não fechar os olhos. A prevenção é fundamental, as campanhas, todos os meios que eduquem para o respeito, a não discriminação, a cidadania têm de ser constantes e eficazes. A justiça tem que ser rápida e tem que dar sinais claros de que protege as vítimas e pune os agressores", lembra a coordenadora do Bloco do distrito.
"Esta é uma luta que deve mobilizar todos os esforços políticos e sociais, com a qual o Bloco de esquerda está profundamente comprometido e por isso os autarcas do Bloco continuarão a levar o combate à violência doméstica a todas as autarquias do distrito", conclui Joana Mortágua.

Agência de Notícias

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