Seixal e Barreiro querem ponte no rio Coina

Contentores podem desbloquear construção de ponte entre os as duas localidades 

O antigo desejo de ligação entre os concelhos do Seixal e do Barreiro através de uma ponte rodoviária poderá estar mais perto de se concretizar, com a decisão de construir o novo terminal de contentores no Barreiro, que deverá ser anunciada pelo Governo em 2015. Este é, pelo menos, o desejo das duas autarquias. O chefe do executivo do Barreiro defende que o aumento de tráfego associado à ida do Terminal de Contentores para o município torna obrigatória a criação de novas linhas de acessibilidade e avança que será “muito provavelmente” construída, não só, uma ponte Barreiro-Seixal como também uma ligação direta do Barreiro à Ponte Vasco da Gama. No lado do Seixal, a autarquia diz que a instalação do "terminal de Contentores do Barreiro poderá ser um fator de dinamização do Projecto do Arco Ribeirinho Sul e da revitalização das zonas industriais de Seixal, Almada e Barreiro, devendo potenciar as ligações destes territórios e apostar numa melhoria das acessibilidades existentes". 
Antiga ponte dos Ingleses derrubada por um barco em 1969 

A Câmara do Seixal aprovou em reunião de Câmara, uma tomada de posição pela construção da ponte Seixal-Barreiro. Com o processo de desindustrialização verificado na Região ao longo das últimas duas décadas, verifica-se, diz a autarquia do Seixal, "a existência de grandes áreas industriais desaproveitadas, sendo a quase totalidade dos terrenos propriedade do Estado e com localizações de excelência para protagonizar novas dinâmicas económicas e ancorar projetos estruturantes".
O Projecto do Arco Ribeirinho Sul (Siderurgia no Seixal, Lisnave – Margueira em Almada e Quimiparque no Barreiro), assume, diz a Câmara do Seixal, "um papel estruturante para a estratégia de competitividade e emprego da Região de Lisboa, assim como alavanca de desenvolvimento regional e nacional".
Este constitui, no entender da autarquia, "o maior projeto nacional de reconversão e qualificação industrial e ambiental, detendo enorme impacto na valorização da frente ribeirinha dos territórios que o integram, constituindo por essa via um instrumento fundamental no quadro do desenvolvimento económico-social e da criação de emprego na Área Metropolitana de Lisboa, que importa dinamizar e operacionalizar".
Nesse sentido, considera a autarquia que a instalação do "terminal de Contentores do Barreiro poderá ser um fator de dinamização do Projecto do Arco Ribeirinho Sul e da revitalização das zonas industriais de Seixal, Almada e Barreiro, devendo potenciar as ligações destes territórios e apostar numa melhoria das acessibilidades existentes".
A construção da ponte Seixal – Barreiro, prevista no atual Plano Rodoviário Nacional (PRN2000), que liga a ER10 e ER11-2, "é crucial para a ligação do Terminal de Contentores do Barreiro ao território envolvente à Siderurgia Nacional, que se encontra a pouco mais de um km de distância, somente separados pelo Rio Coina", conclui o comunicado da Câmara do Seixal. 

Barreiro defende várias ligações 
A Câmara do Barreiro está disponível para receber o Porto e Terminal de Contentores de Lisboa, mas coloca como contrapartida a construção da Terceira Travessia do Tejo tal como a construção da ponte entre as duas margens do rio Coina para fazer frente ao esperado aumento de tráfego, resultante deste movimento de carga.
Diz o presidente do município que é "inevitável, pelo menos, a construção da ponte Barreiro-Seixal”, reforçou Carlos Humberto, clarificando que “há propostas da Lusoponte para a construção de uma ligação direta entre o Barreiro e a Ponte Vasco da Gama”, mas que este assunto requer ainda alguma “ponderação”. “Consideramos que é uma solução que pode ser interessante, mas ainda é preciso articular aspetos de caráter ambiental e de vistas, uma vez que [a construção desta via] pode ter impacto no concelho da Moita”, explica o autarca.
Para a vinda dos contentores têm de ser “acauteladas as questões do aumento de tráfego”, sendo “necessário o reforço de acessibilidades e a concretização de projetos já amadurecidos, como as ligações Barreiro/Seixal e Seixal/Almada ou a Circular Regional Externa da Moita”, conclui o autarca do Barreiro.
Curiosamente as duas margens do Coina já tiveram uma ponte. A antiga ponte do Ingleses era apenas ferroviária [na altura as duas localidades estavam ligadas por comboio] mas a ponte foi derrubada em 1969 por um barco que chocou na antiga ponte. Já na altura as duas autarquias queriam a construção de uma ponte rodoviária. Passaram-se quase 50 anos sem que houvesse nova ponte.

Agência de Notícias

Comentários