Trabalhadores da Autoeuropa querem aumentos de 3,5%

"Ainda estamos muito longe do acordo" na Autoeuropa

Apesar das "tentativas de aproximação" da empresa, a Comissão de Trabalhadores admite que as negociações do novo acordo laboral estão pendentes por assuntos específicos. A solução não está à vista. O tom das reivindicações subiu, mas a reserva nos comentários mantém-se. "Ainda estamos muito longe do acordo" laboral, adianta António Chora, representante da Comissão de Trabalhadores da Autoeuropa. A administração da fábrica de Palmela avançou com uma “proposta de aumento salarial de 1,6 por cento”, subindo assim a oferta inicial de 1,1 por cento", refere o comunicado da Comissão de Trabalhadores da Autoeuropa. No entanto, os trabalhadores continuam a pedir um aumento acima dos três por cento. O novo acordo destina-se a substituir o anterior, negociado há dois anos, que termina este mês, sendo a redução para um ano da sua vigência, de 1 de Outubro de 2014 a 30 de Setembro de 2015, o único entendimento já alcançado até agora entre os trabalhadores e a administração da empresa.

Trabalhadores ainda sem acordo com a empresa em Palmela 

No entanto, os trabalhadores ainda não aceitaram e continuam a pedir um aumento acima dos três por cento Recorde-se que o último aumento de salários na fábrica de Palmela, efectuado em Outubro de 2013, foi de 1,6 por cento. Além do aumento salarial existem ainda outros pontos sobre os quais ambas as partes não chegaram a acordo. Segundo o comunicado está ainda em discussão “a organização do tempo de trabalho, a reivindicação da não aplicação da Lei do prolongamento dos contratos a termos, o trabalho extraordinário e os prémios de objectivos”.
No que diz respeito ao trabalho extraordinário a empresa recusa-se a alterar o pagamento do mesmo para os valores acordados em 2006. 
 No que diz respeito à organização do tempo de trabalho, a CT refere que “a empresa mostra-se irredutível a qualquer alteração, seja de horários seja de intervalos”. A remuneração do trabalho extraordinário é outro ponto divergente entre a empresa e os trabalhadores, uma vez que a empresa “recusa-se a alterar o pagamento do mesmo para os valores acordados em 2006”. A comissão de trabalhadores acrescenta que as horas extraordinárias “podem ser recusadas” e que já existe “um pré-aviso de greve a este tipo de trabalho”, enquanto “durar os valores em vigor”, diz a comissão de trabalhadores.

Documento será votado por todos os trabalhadores 
O novo acordo vai substituir o anterior, negociado há dois anos e que termina no corrente mês. No entanto, ao contrário dos outros acordos que tinham a duração de dois anos, este terá a vigência de um ano – 1 de Outubro de 2014 a 30 de Setembro de 2015.
Esta alteração foi um dos pontos em que houve de imediato entendimento entre os trabalhadores e a administração da empresa. Para já as negociações vão continuar lideradas por António Chora. Depois de alcançado um acordo entre a Comissão de Trabalhadores e a administração, o documento terá ainda de ser discutido em plenário com os trabalhadores, a quem caberá a decisão final por voto secreto. 
No início de Setembro, a fábrica de Palmela reduziu a produção diária de cerca de 510 para 480 veículos, após seis dias de não produção (‘downdays’). Em Janeiro, a fábrica já tinha suspenso a produção por seis dias. Actualmente, a unidade de Palmela prepara-se para investir 677 milhões de euros na implementação de uma nova plataforma até 2019 e criar 500 postos de trabalho, para produzir novos modelos da marca alemã em Portugal.

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