Professores fecharam a cadeado Secundária de Almada

Polícia abriu portões para que prova de avaliação fosse feita em Almada 

Dezenas de professores protestaram ontem de manhã à porta da secundária de Almada para tentar impedir, sem sucesso, a realização da prova de avaliação docente, com a polícia a abrir os portões, fechados a cadeado. José Alberto Marques, dirigente sindical da Federação Nacional de Professores disse que uma brigada de intervenção da PSP foi chamada à escola secundária Emídio Navarro depois de os portões terem sido trancados a cadeado por volta das 10:15. Cerca de quatro mil professores estavam  inscritos para realizar a PACC, depois de os boicotes registados a 18 de Dezembro terem impedido que milhares de professores realizassem o exame nessa data. No entanto, ontem com protestos em todo o país levaram o ministro da Educação a marcar conferência de imprensa para o final do dia. Segundo a tutela, um terço dos professores faltaram ao exame e a prova foi impedida numa escola.

Professores de Almada fecham escola a cadeado para impedir PACC

Viveu-se momentos complicados ontem de manhã na principal escola secundária de Almada. Com as provas de avaliação de capacidades e conhecimentos (PACC) para fazer, muitos professores recusaram "ser avaliados" e trancaram os portões da Secundária Emílio Navarro a cadeado para tentar impedir, sem sucesso, a realização da prova de avaliação dos professores.
José Alberto Marques, dirigente sindical da Federação Nacional de Professores (Fenprof), disse à agência Lusa que uma brigada de intervenção da PSP foi chamada à escola secundária Emídio Navarro depois de os portões terem sido trancados a cadeado por volta das 10:15.
O estabelecimento foi aberto pela intervenção da polícia antes das 10:30, hora marcada para o início da PACC.
“Infelizmente parece que a prova se está a realizar”, disse o dirigente sindical na altura, acrescentando que havia três salas marcadas para acolher os cerca de 50 professores inscritos para realizar o exame na escola de Almada.
O plenário sindical marcado para se realizar nas instalações da Emídio Navarro acabou por acontecer à porta da escola, depois de os professores apenas terem obtido autorização para se reunir noutra escola do agrupamento a que pertence a secundária de Almada.
“Conseguimos mobilizar para o plenário alguns dos 60 professores efetivos que estavam mobilizados para vigiar a prova dos contratados nesta escola”, disse José Alberto Marques, que acrescentou que as dezenas de docentes que ali reunidos “tentaram perturbar como puderam” a realização da prova.
Apesar da presença da polícia, não se assistiu a qualquer confronto entre as duas partes, disse o sindicalista.

Um terço dos professores "faltou" ao exame  
Gritaram, levantaram cartazes, fizeram barulho com tachos, panelas, apitos ou megafones, invadiram pátios, convocaram reuniões sindicais, ou enfrentaram a polícia. Movimentos, associações e sindicatos de professores fizeram o que puderam para tentar impedir que as escolas realizassem ontem a prova de avaliação de conhecimentos e capacidades (PACC). Terão conseguido em alguns casos mas, na maioria dos estabelecimentos de ensino, o exame destinado aos de 4120 contratados fez-se, com um terço dos candidatos a não comparecer.
Os números do Ministério da Educação são provisórios e dão conta de 1325 professores que faltaram à prova e apenas uma, entre 88 escolas, que não reuniu condições para realizar o exame destinado aos contratados com menos de cinco anos de serviço. Esse caso em concreto, anunciou a tutela em comunicado, aconteceu por "insuficiências internas que a Inspecção Geral de Educação e Ciência está a verificar".
Nem a tutela nem sindicatos apresentaram ainda balanços definitivos. Ao início da noite, Nuno Crato reuniu a sua equipa para anunciar que a prova "está concluída" e que nem a "contra-informação" ou as "falsas declarações" dos sindicatos da Fenprof impediram a tutela de concluir este processo com êxito. Quem não conseguiu fazer a prova será admitido "condicionalmente a concurso" não ficando prejudicado nas colocações do próximo ano, assegurou o ministro da Educação
Do lado dos movimentos e associações de docentes, não há balanços nem números. Só relatos fragmentados ao longo do dia, sobretudo em escolas da região Norte que não terão tido professores do quadro suficientes para vigiarem a prova dos colegas a contrato. "Em algumas escolas do Norte, não houve mesmo qualquer professor vigilante disponível para vigiar a prova. Ainda estamos a contabilizar em quantas escolas isso aconteceu", explicou César Israel Paulo, dirigente da Associação Nacional de Professores Contratados.

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