Festival Músicas do Mundo de Sines começa sexta-feira

Nove dias de concertos, vários deles gratuitos, com artistas de todo o mundo

A "tribo" do Festival Músicas do Mundo volta a reunir-se, a partir de sexta-feira, desta vez não só em Sines, mas também em Porto Covo, para nove dias de sons de diferentes geografias do planeta terra. Uma das principais novidades da 16.ª edição do Festival Músicas do Mundo é o regresso, após quatro anos de interrupção, a Porto Covo, resultado da "vontade política do novo executivo" camarário, explicou o diretor e programador Carlos Seixas. A preocupação quanto ao futuro do maior festival de Sines parece ter-se dissipado. Angélique Kidjo, Mulatu Astatke, Balkan Beat Box, Ibrahim Maalouf, Fatoumata Diawara & Roberto Fonseca, Kayhan Kalhor & Erdal Erzincan, Oliver Mtukudzi, Tigran e a portuguesa Gisela João são alguns dos artistas em destaque.
Festival Músicas do Mundo de regresso a Sines e Porto Covo 

A 16.ª edição do festival, que começa sexta-feira e decorre até 26 de Julho, contará com a presença de músicos representantes de mais de uma centena de países e regiões, incluindo os estreantes Irão, Zimbabué, Turquia e Coreia do Sul.
Em cartaz, multiplicam-se os países participantes, sendo que alguns deles estão de regresso, como é o caso do Conjunto África Negra, vindo de São Tomé e Princípe depois de ter feito parte do festival no final dos anos 80.
O festival que junta artistas dos quatro continentes, leva este ano ao Castelo de Sines  figuras de destaque na música internacional, como Angélique Kidjo, do Benim, que irá atuar no fecho do festival - dia 26 (sábado) - pelas 23.15 e Mulatu Astatke, da Etiópia, que introduzirá uma vertente de ethio-jazz no dia 24 (quinta-feira), pelas 21.45.
Balkan Beat Box e Tigran fazem parte da lista de fusão musical entre culturas que se pode assistir em Sines. A atuar respetivamente a 26 e 25 de Julho, representarão, cada um, os Estados Unidos/Arménia e Israel/Estados Unidos.

Feira do livro, documentários, folclore e fado também estarão em Sines
Mas não só de concertos se faz o Festival Músicas do Mundo (FMM): desde a Feira do Disco e do Livro a acontecer entre 21 e 26 de Julho, na Capela da Misericórdia, até às sessões de cinema documental - entre 23 e 26 - a decorrer no auditório do Centro de Artes, onde se apresentarão trabalhos como "Timnadine Songs", de Caitlin M. Roger e "KORA", de Jorge Correia Carvalho, muitas serão as atividades lúdicas disponíveis juntamente com a habitual animação de rua.
Portugal não ficará fora deste encontro de culturas, estando agendados sete espetáculos de música portuguesa para esta edição do festival, entre eles Júlio Pereira representará o folclore e o mundo do cavaquinho, enquanto Gisela João e Zé Perdigão darão a conhecer o 'nosso' fado.
Este ano as novidades passam pelo regresso do festival a Porto Covo entre os dias 18 e 20 deste mês, havendo um palco no Largo Marquês de Pombal. Quanto ao palco da praia, em Sines, apresenta-se com área renovada, disponibilizando um passeio marítimo na Avenida Vasco da Gama.

"Os artistas gostam de estar por cá, gostam de vir aqui mostrar o seu trabalho"
Organização espera cerca de 100 mil visitantes até 26 de Julho 
Reconhecendo que, em Portugal, "há sempre" a hipótese de os projetos culturais mudarem ao sabor das alterações no poder, Carlos Seixas destaca que todos os partidos têm demonstrado "interesse em continuar com o festival", que já "tem uma certa raiz, cresceu bastante, para que um dia possa acabar". O FMM "é um evento de serviço público", que tem também "impacto na economia local" e "gera riqueza", destaca o diretor, reconhecendo que "obstáculos existem sempre", para um festival que "nunca" será "capaz de atingir a auto- sustentabilidade", pelo menos não com este formato, que, por exemplo, inclui "muitos concertos de entrada gratuita".
Embora o festival conte com apoios de patrocinadores e receitas comerciais, "é de salientar a generosidade que a Câmara de Sines demonstra, desde o primeiro dia, para que este festival exista e exista desta forma", realça o diretor. A chamada música do mundo "é um circuito" sem "grandes barreiras económicas" e o FMM acaba por ser o encontro anual de "um clube, unido numa mesma tribo, a grande tribo da música", descreve Carlos Seixas. "Os artistas gostam de estar por cá, gostam de vir aqui mostrar o seu trabalho, temos uma forma simpática de receber os artistas", destaca Carlos Seixas. Porém, se é verdade que o interesse pela música do mundo "tem crescido", não se podem ignorar os efeitos da crise nos últimos anos. "O número de festivais na Europa baixou, as dificuldades são grandes, mas todos temos que nos adaptar a estes novos tempos", observa Carlos Seixas. Apesar disso, as expetativas para a 16.ª edição do FMM - que se realiza sexta, sábado e domingo, em Porto Covo, e entre os dias 21 e 26, em Sines - "são as melhores" e "tudo está preparado para receber o público que habitualmente se desloca" ao festival, garante. O FMM tem tido uma assistência "bastante fiel" e o diretor espera que "esta edição seja, ao nível do público, tão boa como no ano passado", quando acolheu cerca de 100 mil espectadores.
Saiba tudo sobre o Festival Músicas do Mundo no site oficial do evento.

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