Autarcas da região querem reunião com ministro da Saúde

Autarcas do Seixal, Almada e Sesimbra exigem reunião urgente com Paulo Macedo 

No seguimento da denúncia feita ontem por 42 diretores de serviço do Hospital Garcia de Orta, em Almada, que revelaram situações graves na instituição, como o adiamento de cirurgias, consultas e exames por falta de profissionais e equipamentos ultrapassados, a Câmara do Seixal vem lembrar "que as populações da Margem Sul do Tejo há muito relatam tais situações e lutam pela construção de um hospital no concelho do Seixal", disse ao ADN fonte do gabinete de imprensa daquela autarquia. A autarquia volta a dizer que é "urgente e indispensável" que se retome o processo da construção do Hospital no concelho do Seixal. Os autarcas lamentam ainda que Paulo Macedo, ministro da Saúde, "não se digne receber os Autarcas do Seixal, Almada e Sesimbra, quando tem em seu poder um pedido de reunião desde Novembro de 2013". Uma "reunião" que as três autarquias voltam a pedir ao responsável máximo pela saúde em Portugal. 


Autarcas de Almada, Seixal e Sesimbra querem reunião com ministro 

De acordo com fonte da  autarquia do Seixal, "é um facto que o Hospital Garcia de Orta é a única resposta existente para a população do Concelho do Seixal, que se debate com imensos problemas na acessibilidade aos cuidados de saúde, tendo visto os Serviços de Atendimento Permanente (SAP) do Seixal e Corroios encerrar e reduzido o horário de atendimento do SAP de Amora, o único a funcionar no concelho".
É também um facto que o Hospital Garcia de Orta, construído há 20 anos atrás foi projetado para atender e dar resposta a 150 mil habitantes e que hoje, lembra a autarquia, "só nos concelhos do Seixal, Almada e Sesimbra existem mais de 450 mil habitantes. É desta forma impossível fazer com que esta estrutura consiga dar a assistência necessária às populações".
Para agravar a situação, a partir de 2013, o Garcia de Orta "passou a ser o hospital de referência para os hospitais do Barreiro e de Setúbal e ainda ter que contribuir com equipas, de um conjunto de especialidades, para o funcionamento da Urgência Metropolitana de Lisboa". Tudo isto, disse fonte da autarquia ao ADN "sem qualquer reforço de profissionais de saúde, tendo-se registado, pelo contrário, uma perda de médicos de especialidade para o setor privado".
A Câmara do Seixal lamenta que "os excelentes profissionais que trabalham no Hospital Garcia de Orta tenham que se deparar com a falta de condições que agora revelam, para exercer a sua profissão". 

Autarcas querem reunião com ministro da Saúde
Os autarcas lamentam ainda que Paulo Macedo, ministro da Saúde, "não se digne receber os Autarcas do Seixal, Almada e Sesimbra, quando tem em seu poder um pedido de reunião desde Novembro de 2013".
Os autarcas dos três  municípios pretendem nesta reunião "abordar a situação caótica e muito preocupante do Hospital Garcia de Orta e a falta de resposta de cuidados de saúde dignos às populações de Seixal, Almada e Sesimbra, situação essa que se tem vindo a agravar, com falta de médicos de família e de equipamentos de saúde tais como novos centros de saúde".
Desta forma é "urgente e indispensável" que se retome o processo da construção do Hospital no concelho do Seixal. Recorde-se que a 26 de Agosto de 2009 o governo, então presidido por José Sócrates,  reconheceu esta necessidade como prioritária ao celebrar com o município um acordo estratégico para construção do hospital no Seixal, cuja obra estaria pronta em 2012. Esse acordo estratégico estabelece as fases e a calendarização para o lançamento do concurso público para o projeto até ao final de 2009 e a conclusão da construção do hospital durante o ano de 2012. Determina ainda que o Ministério da Saúde articule com o Município do Seixal a preparação dos concursos públicos internacionais. À data atual, Julho de 2014, "o Estado não cumpriu uma vez mais o compromisso que assumiu com as populações de Seixal, Almada e Sesimbra. Este retrocesso constitui uma penalização gravíssima no acesso à saúde para os munícipes destes Concelhos", aponta a autarquia do Seixal. 
"São muitas as dificuldades sentidas pelas populações no acesso à saúde, mas os Municípios de Seixal, Almada e Sesimbra continuam disponíveis para ajudar na qualificação do Serviço Nacional de Saúde, pelo que reiteram o pedido do agendamento de uma reunião urgente como o Ministro da Saúde para que se possa, em conjunto com as populações, encontrar as melhores soluções para o reforço dos cuidados hospitalares para a população destes três municípios", conclui o comunicado da Câmara do Seixal.  

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