Semana gastronómica lembra importância da indústria do bacalhau no concelho ribeirinho
Prepare-se para mais uma semana especial em que o bacalhau volta a ser rei nas mesas alcochetanas, fazendo jus à ligação histórica que tem com esta vila ribeirinha. A 7:ª edição da Semana Gastronómica dedicada ao Bacalhau decorre entre 8 a 17 de Novembro, e conta com a participação de trinta restaurantes de Alcochete. No início do século XX, já saíam de Lisboa os bacalhoeiros carregados com o sal de Alcochete. Depois, chega a indústria da "seca do bacalhau", e daí até à mesa é um "saltinho", confecionado de mil e uma maneiras e sempre com sabor a tradição.Bacalhau em destaque em 30 restaurantes de Alcochete |
Com o patrocínio da Riberalves, esta semana especial em que o bacalhau volta a ser rei à mesa, é promovida pela Câmara de Alcochete e faz jus à ligação histórica que o ‘fiel amigo do pobres’ tem com a vila ribeirinha alcochetana, onde outrora laborou em grande escala a indústria das secas do bacalhau.
Aquele que se tornou tradição e identidade gastronómica nacional e que foi o grande aliado da mesa na época dos descobrimentos, seco ou salgado conservava-se durante as longas travessias oceânicas como um dos pilares da alimentação dos marinheiros portugueses.
Em Alcochete, o bacalhau tinha no sal o complemento essencial para ser conservado e, na década de 20 do século passado, eram muitos os bacalhoeiros que partiam de Lisboa carregados com sal de Alcochete. Mais tarde, na década de 40, do mesmo século, Alcochete recebeu a indústria de secagem daquele peixe pescado nos mares da Noruega, Rússia, Islândia, Canadá e Alaska; e a sua ligação com Alcochete tornou-se mais próxima.
Ficou assim ligado à história de Alcochete nas vertentes económica com a exploração das marinhas de sal e das indústrias de secagem. Na vertente social, marcou como elemento identitário, enquanto na religião era o alimento de quaresma e, na tradição da Quarta-Feira de Cinzas com a sátira do “Enterro do bacalhau” firmava o culminar do tempo de folia e a entrada na Quaresma.
Assado na brasa, guisado com grão, lapardana de bacalhau, desfiado com pão muito comum nas zonas da borda-água como alimento dos marítimos, em Alcochete confecciona-se bacalhau de todas as maneiras, mas, seja como for, não lhe pode faltar o tempero de azeite e alho. Os bem tradicionais pastéis de bacalhau em pedaço de pão escuro acompanhados de azeitonas e um copo de vinho era um precioso petisco dos homens que” andavam ao campo”. Cozido com batatas era o prato mais comum dos salineiros.
“Nesta semana do Bacalhau com Todos, é nosso objetivo não só valorizar o bacalhau como produto gastronómico de grande qualidade e versatilidade, mas também homenagear todos aqueles que a seu modo e com o seu trabalho, contribuíram para que a relação dos portugueses com que este peixe se tornasse um casamento inseparável”, refere a Câmara de Alcochete em comunicado.
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