Há cada vez mais redução de pessoal na Fábrica de Palmela

Comissão de Trabalhadores exige medidas imediatas para colmatar redução de pessoal na Autoeuropa

A Comissão de Trabalhadores da Autoeuropa, em Palmela, exigiu à administração da empresa a adoção imediata de medidas para fazer face à “falta de pessoal e sobrecarga de trabalho nas linhas de produção” da fábrica de automóveis de Palmela. “Cada vez fazemos mais carros com menos pessoas”, diz o coordenador da Comissão de Trabalhadores. “As pessoas estão cada vez mais cansadas e fatigadas”, adianta Rogério Nogueira. 
Fábrica de Palmela tem perdido muitos trabalhadores 

“O que se passa na Autoeuropa é que cada vez há mais reduções de pessoal e a produção é cada vez maior. Cada vez fazemos mais carros com menos pessoas. E isso sai do esforço dos trabalhadores”, disse à agência Lusa o coordenador da Comissão de Trabalhadores, Rogério Nogueira.
A administração da Autoeuropa, em reunião realizada ontem com os representantes dos trabalhadores, comprometeu-se a implementar de imediato uma ‘pool’ de trabalhadores para fazer face ao absentismo, mas a Comissão de Trabalhadores, que já tinha apresentado essa proposta anteriormente, considera que se trata de uma medida “insuficiente” para resolver todos os problemas.
Segundo o coordenador,  a falta de pessoal, “além de provocar uma sobrecarga de trabalho nas linhas de produção, também está a dificultar o gozo de dias de compensação, férias ou dias especiais, muitas vezes pedidos com mais de um mês de antecedência”.
“A empresa tem índices de produtividade para atingir, mas Rogério Nogueira entende que esses índices de produtividade não podem ser alcançados a qualquer preço, muito menos à custa dos direitos e da saúde dos trabalhadores”, sublinhou.
Rogério Nogueira afirma que o problema da falta de pessoal “tem vindo a agravar-se desde há alguns meses, desde que terminou a produção da Volkswagen Sharan”.
O coordenador da Comissão de Trabalhadores lembra ainda que a Autoeuropa “tem dois programas abertos para as pessoas saírem, mas as pessoas que saem não são repostas e ficam a faltar trabalhadores nas linhas de produção”.
“De há uns tempos a esta parte, temos vindo a constatar que o trabalho é cada vez mais desgastante, que as pessoas estão cada vez mais cansadas e fatigadas”, reforçou Rogério Nogueira.
A agência Lusa contactou também a administração da fábrica de Palmela, que se limitou a dizer que “os temas em causa fazem parte das reuniões entre a administração e a Comissão de Trabalhadores, e que, como tal, serão discutidos no seio dessas reuniões”.

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