'São Flores de Amor, os Cravos de Abril' lançado no Montijo

Livro faz um percurso geopolítico e social pelo Portugal do pós-revolução, com memórias da guerra do ultramar

Já foi apresentado o livro "São Flores de Amor, os Cravos de Abril", da autoria de Lídia Praça, na Sala Azul, na Casa Mora, no Montijo. Este livro, conta a conturbada e inquietante história de Paulo, um capitão de Abril e de Clara, uma psicóloga, entre os anos de 1972 e 2017. A narrativa desenvolve-se à medida que se desenrolam no país fenómenos como a clandestinidade, a ação da polícia política, o verão quente de 75 e as ações de dinamização cultural do MFA, no nordeste transmontano.
Livro foi apresentado na sala Azul na Casa Mora 

O presidente da Câmara do Montijo, Nuno Canta, destacou o espaço emblemático em que decorreu a apresentação do livro, “nesta Sala Azul, onde no século XIX, aqui pernoitou e jantou um dos ministros de então, notícia que foi capa do jornal O Século".
O autarca salientou a importância da Revolução do 25 de Abril de 1974 e ressaltou as conquistas conseguidas: “ao longo destes 49 anos demos cumprimento à habitação, demos força à escola pública, desenvolvemos o saneamento das águas, as políticas sociais e o fomento da cultura” e realçou que “temos procurado afirmar e cimentar a cultura, a escrita, as artes. Somos uma terra que quer participar nos grandes movimentos culturais do nosso tempo. Consideramos fundamental para a vida quotidiana e para a vidas das cidades as artes, os artistas os escritores e os poetas, mas também os cantores e os músicos numa relação entre a liberdade e a criatividade”.
Sandra Oliveira, empresária e gestora, apresentou o livro “São Flores de Amor, os Cravos de Abril” como a “inovação ser o primeiro romance sobre o 25 de Abril”, um romance histórico, mas também “com algo policial que no fim é desvendado”. Destacou a obra como “muito patriótica, num elevar da cultura portuguesa e da nossa diáspora”, escrita de forma dinâmica e técnica.
A autora, Lídia Praça declarou que “muito já se escreveu sobre o 25 de Abril, mas nunca houve um romance sobre o tema” e destacou que demorou cerca de 6 a 7 meses a escrever o livro, mas a pesquisa necessária para sua elaboração durou 3 anos. Teve o “receio e objetivo de rigor a enunciar todos os fatos históricos sob a pena de perder a credibilidade”.
Lídia Praça ressalvou a importância da criação de uma memória futura e frisou que o capitão de abril retratado na obra “é uma personagem de ficção, mas representa todos os Capitães de Abril. Também Mariana, a mulher do capitão, representa a síntese de todas as mulheres cujas personalidades foram forjadas em tempo de ditadura”. 

A história do livro 
Uma história que junta factos de 1972 a 2017 
A escritora nasceu em Bragança. Licenciou-se em Direito, na Universidade Católica e obteve uma pós-graduação em Estudos Europeus. É jurista e quadro superior dirigente da Administração Pública. Tem vários livros publicados, destacando-se nos contos e narrativas, romance e poesia.
O romance "São flores de Amor, os Cravos de Abril" faz um percurso geopolítico e social pelo Portugal do pós-revolução, com memórias da guerra do ultramar, das antigas colónias e dos últimos anos do estado novo.
Este livro, conta a conturbada e inquietante história de Paulo, um capitão de Abril e de Clara, uma psicóloga, entre os anos de 1972 e 2017. A narrativa desenvolve-se à medida que se desenrolam no país fenómenos como a clandestinidade, a ação da polícia política, o verão quente de 75 e as ações de dinamização cultural do MFA, no nordeste transmontano.
Esta é também uma estória de fé e de esperança, onde a ética e a humanidade dos personagens, divididos entre o determinismo da vida e o livre arbítrio das decisões, emerge sempre, mesmo nos momentos mais tumultuosos e sombrios da vida.

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