Primeiro navio elétrico [com bateria] da Transtejo chegou a Cacilhas

“Cegonha-Branca”, chegou a Portugal e já se iniciaram as vistorias técnicas. Está ao serviço a partir de Junho 

O primeiro navio da frota elétrica da Transtejo, chamado “Cegonha-Branca”, chegou ao Porto de Lisboa e já se iniciaram as vistorias técnicas e depois a formação das tripulações, informou a empresa. Em comunicado, a Transtejo, responsável pela ligação fluvial do Seixal, Montijo, Cacilhas e Trafaria/Porto Brandão, no distrito de Setúbal, a Lisboa, diz que os próximos três navios devem chegar no final do ano e que estão a ser construídas “cinco modernas estações de carregamento” nos terminais fluviais do Seixal, Cais do Sodré, Cacilhas e Montijo. No entanto, esse é o primeiro - e único - barco que chega completo. Ou seja, com a bateria incluída. Os restantes nove barcos não trazem bateria. O Tribunal de Contas já recusou o visto ao contrato de compra das nove baterias em falta para os 10 barcos que a Transtejo comprou. O tribunal teceu profundas críticas ao processo e enviou-o para o Ministério Público.
Cegonha-Branca já está a fazer testes. Carregamento será em Cacilhas

Para já, de acordo com a empresa, o “Cegonha-Branca” irá ter o seu primeiro carregamento de energia, “sob acompanhamento de equipas técnicas especializadas”, seguindo-se as vistorias, o processo de legalização e a formação.
Os terminais de carregamento vão permitir, explica a Transtejo, o carregamento rápido dos navios, durante as operações de tomada e largada de passageiros.
“Prevê-se a entrada em funcionamento destas estruturas durante o segundo semestre deste ano. Até lá, durante a fase de formação das tripulações, será utilizado o sistema de carregamento instalado na doca sita em Cacilhas”, lê-se no comunicado.
Na nota, a empresa faz referência aos 43 anos dos cacilheiros, dá as boas vindas ao novo “ícone do Tejo” e lembra que a nova frota 100 por cento elétrica surge como resultado de um concurso público internacional.
“Pelas suas características, a nova frota permitirá melhorar a experiência da viagem fluvial, alcançar ganhos em eficiência energética, reduzir os atuais custos de manutenção e eliminar a emissão de C02” (dióxido de carbono), salienta a Transtejo, destacando que as novas ligações pelo Tejo também não provocarão ruído, vibração ou odores, contribuindo para melhorar os ecossistemas e biodiversidade do rio. Cada navio, simbolicamente, será batizado com o nome de uma ave autóctone do estuário do Tejo.
“Com um investimento total de cerca de 82,4 milhões de euros, o Plano de Renovação da frota Transtejo contribui para o compromisso nacional de redução da pegada de carbono e de combate ao aquecimento global e para a implementação de estratégias de redução dos gases com efeito de estufa, através de um sistema de transportes coletivos fluviais eficientes e de qualidade”, é referido no comunicado. Mas a verdade é que ainda ninguém sabe como resolver o problema das baterias dos barcos.
Questões envolvendo os novos navios geraram polémica nos últimos dias, depois de o Tribunal de Contas ter anunciado que chumbou a compra pela Transtejo, por ajuste direto, de baterias para nove navios elétricos novos e considerou que foi enganado pela empresa quando aprovou a compra dos catamarãs, remetendo o caso para o Ministério Público.
Em causa a compra de nove baterias, pelo valor de 15,5 milhões de euros, num contrato adicional a um outro contrato já fiscalizado previamente pelo Tribunal de Contas para a aquisição, por 52,4 milhões de euros, de 10 (um deles já com bateria, para testes) novos navios com propulsão elétrica a baterias, para assegurar o serviço público de transporte de passageiros entre as duas margens do Tejo.
No mesmo dia o conselho de administração da Transtejo/Soflusa, pediu a exoneração, que foi aceite pelo Governo.
A Transtejo é responsável pela ligação do Seixal, Montijo, Cacilhas e Trafaria/Porto Brandão, no distrito de Setúbal, a Lisboa, enquanto a Soflusa faz a travessia entre o Barreiro e o Terreiro do Paço, em Lisboa.

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