Sines quer ser a porta de fruta brasileira no mercado ibérico e europeu

Porto alentejano quer ser o hub logístico da fruta brasileira

O porto de Sines quer tornar-se na principal ‘porta de entrada’ de frutas brasileiras para abastecer o mercado ibérico e europeu com a criação de um ‘hub’ logístico onde poderão ser instaladas unidades industriais e de transformação. A administração do porto fala em parceria importante. Sines reclama ter as “condições geográficas e operacionais que o posicionam como um local de excelência para a importação” destes produtos, que atualmente entram no mercado europeu através dos portos do norte da Europa.
Sines quer hub logístico para agarrar fruta brasileira 

Para avançar com a criação desta área logística, a Administração dos Portos de Sines e do Algarve celebrou um protocolo de intenções com a Associação Brasileira dos Produtores e Exportadores de Frutas e Derivados, com quem vai desenvolver um intercâmbio de conhecimentos e experiências profissionais.
Para nós, é um parceiro importante para o desenvolvimento daquilo que pretendemos fazer em Sines neste segmento de negócios, designadamente a importação de frutas para abastecer a região, a Península Ibérica, o norte de África e a Europa”, explicou hoje à agência Lusa o presidente do conselho da administração portuária, José Luís Cacho.
Esta associação “representa aproximadamente 80 por cento do volume total das frutas frescas exportadas pelo Brasil“, como manga, ananás, abacaxi, papaia, melancia, melão, maçã e uvas, indicou, frisando que o acordo significa “a possibilidade de instalação de unidades industriais [e de] transformação” dos derivados da fruta neste território português.
As cargas do agroalimentar, especialmente o setor das frutas, têm tido um crescimento em Sines e nós temos um foco grande na captação destas cargas para o mercado português e para o mercado espanhol”, realçou José Luís Cacho, garantindo que “é uma carga que vai continuar a crescer em Sines”.
Com este propósito, serão criadas condições para que “as empresas possam sediar-se em Sines, quer na perspetiva logística, quer na perspetiva industrial para o desenvolvimento e, naturalmente, para criar valor para a economia brasileira”, frisou.
A Associação Brasileira dos Produtores e Exportadores de Frutas e Derivados percebeu “as vantagens” geográficas e operacionais de se instalar em Sines, afiançou. E esta parceria será “uma alavanca para outras cooperações neste setor” com “empresas importadoras, exportadoras e produtoras de fruta brasileira”.
Do ponto de vista público significa utilizar as nossas infraestruturas marítimas que são suficientes para esse mercado”, explicou o administrador, acrescentando que serão necessários “espaços de armazenagem de indústrias, transformação dentro das estruturas que existem hoje” no porto alentejano.
Para dar seguimento ao trabalho iniciado com a assinatura do protocolo de intenções, a administração portuária convidou “um conjunto de empresas exportadoras, importadoras e produtoras de frutas e derivados do Brasil” a visitar Sines, disse.
Os responsáveis portugueses querem que estas empresas conheçam a infraestrutura portuária para, em conjunto, serem desenhadas “estratégias” que permitam a sua instalação neste concelho alentejano, além da utilização dos atuais “terminais” portuários para os “fluxos de importação dessas frutas do Brasil”, concluiu José Luís Cacho.
Líder nacional na quantidade de mercadorias movimentadas e dotado de terminais especializados para movimentar diferentes tipos de mercadorias, o Porto de Sines é o principal porto na fachada ibero-atlântica. Além da preponderância no abastecimento energético do país (petróleo e derivados, carvão e gás natural), posiciona-se igualmente como um relevante porto de carga contentorizada.
“O relacionamento entre o porto de Sines e entidades brasileiras tem sido uma constante, não apenas pela importância daquele mercado e pelo seu potencial de crescimento, mas também devido aos laços históricos e culturais existentes entre Portugal e o Brasil, que potenciam o reforço das relações comerciais já existentes”, sublinha a administração do porto. 


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