Cortejo de Carnaval terça-feira nas ruas de Pinhal Novo

Criatividade é imagem de marca do Carnaval dos Amigos de Baco

O tradicional cortejo de Carnaval pelas ruas de Pinhal Novo, promovido pelo Grupo Carnavalesco Amigos de Baco, realiza-se este ano na terça-feira de Carnaval. O cortejo começa às 15h00 e percorre as ruas do centro da vila. A organização espera muitos foliões a desfilar pelas ruas da vila. Além dos Amigos de Baco, o Carnaval conta ainda com algumas associações e grupos formais da região. O tema é livre e as entradas também. Apenas se aconselha a trazer uma dose reforçada de alegria e boa disposição. Na quarta-feira é dia de enterrar o José Maria Bacalhau [leia-se entrudo] no coreto da vila.  
Carnaval dos Amigos de Baco está de regresso

O Carnaval é um dos primeiros grandes eventos da vila. Começou com o seu primeiro grande desfile em 1984, na altura organizado pelos Pequenos Cantores de Pinhal Novo. Mas já antes disso, os bailes na SFUA e em Rio Frio, eram pontos obrigatórios da cultura e diversão do Pinhal Novo, a que os Amigos de Baco deram outra dimensão a partir da madrugada deste século. Dimensão que se manteve até Fevereiro de 2020. A pandemia "cancelou" os corsos de 2021 e 2022. Agora está de volta. 
Serão quatro carros alegóricos e algumas centenas que vão desfilar pelas ruas de Pinhal Novo no dia de Carnaval, 21 de Fevereiro, a partir das 15 horas, no tradicional cortejo organizado pelo Grupo Carnavalesco Amigos de Baco.
Dois anos de paragem, devido à pandemia da Covid-19, os Amigos de Baco voltaram este ano com as festividades na vila. O Corso vai percorrer as principais artérias da vila, terá início na Av. da Liberdade e percorrerá a Av. Alexandre Herculano contornando o Jardim José Maria dos Santos, esperando também milhares de pessoas pelas ruas da vila. 
O Carnaval caramelo, em Pinhal Novo, é assim: uma festa imensamente popular. No Pinhal Novo não há nem reis nem rainhas e os apoios são escassos para tamanha divulgação da vila, mas há sempre uma grande festa. É o que garante os Amigos de Baco que organizam o desfile na terça-feira. E ainda há tempo para que na quarta-feira de cinzas se cumpra, como sempre, o enterro do bacalhau que na vila de Pinhal Novo se chama simplesmente José Maria.
Segundo explicou Ramiro Moreira, presidente da Associação Amigos de Baco, à ADN-Agência de Notícias, estão inscritos no corso  o Rancho Folclórico Casa do Povo do Pinhal Novo, o Rancho Folclórico os Rurais da Lagoa da Palha, a Kenpo Akca Costa Azul e o Bardoada Grupo Do Sarrafo. Além de muitos populares que se juntam de forma anónima aos foliões.  
A Câmara de Palmela aprovou, por unanimidade, na reunião de 8 de Fevereiro, a atribuição de apoio financeiro no valor de 1200 euros, ao Grupo Carnavalesco Amigos de Baco, de Pinhal Novo.
Além do subsídio, o município diz ainda que "prestará apoio logístico para a realização do desfile de Carnaval dinamizado pelo Grupo, iniciativa que mobiliza um elevado número de participantes, associações e público e é já uma referência na região". 
Para Ramiro Moreira os 1200 euros quase não dá para festejar o Carnaval da nossa terra. "Hoje em dia a vida está difícil e os valores são exorbitantes desde licenças até aos tecidos para os fatos". 

Um Carnaval sem dinheiro mas com muita animação 
Corso saí à rua no coração do Pinhal Novo às 15 horas
Em Pinhal Novo, o Carnaval é sempre animado pela força e pela vontade dos Amigos de Baco. Com mais ou menos dinheiro, a vontade é sempre a mesma. Fazer dos dias de Carnaval, uma folia intensa. O cortejo volta a sair à rua fruto da “carolice” da organização e participantes, sendo que cada grupo é responsável pela elaboração dos próprios fatos e carros alegóricos. 
"O carnaval é uma tradição com cerca de 29 anos, que está em desvalorização e em desinvestimento total", aponta Ramiro Moreira.  
"Um grupo como este devia ter uma sede, e não vale apena dizerem que ofereceram porque não tem nexo algum andarmos sempre a tirar tudo de um sitio para colocar onde perguntamos nós?! Este grupo precisava de um espaço para colocar os carros alegóricos e onde fazer e guardar roupas", diz ainda o responsável dos Amigos de Baco. 
Sem este apoio institucional - que a associação luta à quase três dezenas de anos - "não se consegue fazer melhor porque os apoios são mínimos e espaço simplesmente não existe", lamenta Ramiro  Moreira. 
Ainda assim, ninguém desiste e, ano após ano, o Carnaval sai à rua e tem mostrado dinamismo na vila nos dias dos desfiles. A falta de ajuda “atrapalha” diz Bruno Castro, que há mais de 18 anos brinca ao Carnaval na vila, mas “não se pode deixar morrer uma velha tradição da terra e que deixa as pessoas felizes por umas horas e movimenta o comércio local”.
 "É uma infelicidade completa como um grupo destes não ter uma sede. Tantas pessoas que construíram este grupo e fizeram do Carnaval enorme e não podemos guardar o quer que seja para fazer aqui um grande e maravilhoso Carnaval", conclui Ramiro Moreira. 
O desfile de Carnaval e o Enterro do Bacalhau são as principais iniciativas organizadas, desde 2002, pelo Grupo Carnavalesco Amigos de Baco. 

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