Palmela exige correção urgente à Carris Metropolitana

Alunos sem transportes, pais desesperados e autocarros sem passar. Empresa diz que melhorou serviço

O município de Palmela solicitou uma reunião, com caráter de urgência, à operadora Alsa Todi e à Transportes Metropolitanos de Lisboa e exigiu a correção imediata das falhas verificadas na passada segunda-feira, dia 19 de Setembro, em diversas linhas que servem os horários escolares, com graves consequências para os alunos e suas famílias e para a atividade letiva. O presidente da Transportes Metropolitanos de Lisboa reconhece alguns problemas, mas diz que o arranque da operação que uniformizou o serviço não foi “falhado” e promete ajustes. “Objetivamente, hoje o serviço já é melhor do que as pessoas tinham”. Os utentes e os factos mostram uma realidade muito diferente. 
Longas filas à espera das "amarelinhas" 

Estas falhas são consideradas "intoleráveis" pelo município que, em devido tempo, no âmbito da preparação do início do novo ano letivo, efetuou, junto da Alsa Todi e Transportes Metropolitanos de Lisboa, "o trabalho necessário e forneceu a informação sistematizada, para que fossem garantidas todas as ligações e nada falhasse no arranque das aulas", sublinhou a autarquia em comunicado. 
Na última reunião, realizada no dia 12 de Setembro, a operadora garantiu ao município o "pleno funcionamento de todas as linhas e horários escolares, afirmando estarem reunidas as condições para um início do ano letivo sem percalços". Mas afinal... não estava nada pronto. 
"Os sucessivos incumprimentos e incidentes diários serão tema, também, a abordar, pelo município na próxima reunião do Conselho de Mobilidade Metropolitana, em Lisboa, no dia 22 de Setembro, devendo ser analisada a aplicação de penalidades à operadora pelos incumprimentos do contrato", indica a Câmara Municipal. 
O município de Palmela reitera, mais uma vez, que continuará a "pugnar por melhores e mais transportes públicos de passageiros, pelo efetivo cumprimento do caderno de encargos assumido pela Alsa Todi, pela normalização do serviço e pela resolução imediata e urgente dos problemas relacionados com o início do ano letivo, de forma a garantir aos alunos e suas famílias um regresso tranquilo às aulas". 
O arranque da Carris Metropolitana na margem Sul foi atribulado, com muitas críticas por parte de quem circula de autocarro todos os dias na região, mas quem o gere rejeita que tenha sido “falhado”. “Não foi um arranque falhado. Há coisas que correram menos bem”, admitiu o presidente do Conselho de Administração da Transportes Metropolitanos de Lisboa, Faustino Gomes, que falava numa conferência organizada pela Autoridade da Mobilidade e dos Transportes esta terça-feira.
Passados quase quatro meses desde o início da operação da Carris Metropolitana em alguns concelhos da margem sul, a espera pela melhoria do serviço não tem passado disso e agora transforma-se em pura fé por parte dos vários presidentes de Câmara da Àrea Metropolitana de Lisboa de que os problemas se resolvam por mágica no início do ano letivo. E os utentes? Esses esperam em longas filas nas paragens de autocarro que, tantas vezes, não passam. Além de máquinas de bilhetes que não funcionam, preços abusivos na compra a bordo. Uma viagem Pinhal Novo/Palmela ou Volta da Pedra/Palmela custa 4.50 euros. Nove euros de ida e volta. Afinal, nem todos usam Navegante Metropolitano e os navegantes pré-pagos são "uma raridade". 

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