Nova presidência de Câmara no Seixal não afeta cumprimento do projeto sufragado

Joaquim Santos deixou esta quarta-feira o cargo e já nem foi à reunião pública 

O presidente da Câmara do Seixal, Paulo Silva (CDU), que substitui a partir desta quarta-feira Joaquim Santos garantiu que a mudança de rosto na presidência do concelho “em nada afetará o cumprimento do projeto político sufragado pela população”. De acordo com o novo presidente, “esta é uma garantia que aqui deixamos, que iremos continuar e, se o fizermos, honraremos o nome do engenheiro Joaquim Santos”, disse o agora presidente do executivo durante a reunião de câmara que se realizou já sob a sua presidência. Joaquim Santos (CDU) deixou a presidência da autarquia um ano depois de ter sido reeleito, sendo substituído por Paulo Silva, que desde o início do novo mandato, em Setembro de 2021, desempenhou o cargo de vice-presidente. O anuncio da sua saída foi comunicado na sua página pessoal do Facebook. 
CDU apostou muito em Joaquim Santos na reeleição 

Numa mensagem divulgada na sua página no Facebook, Joaquim Santos, que esteve no executivo durante mais de 20 anos — primeiro como vereador e, a partir de 2013, como presidente -, anunciou que a sua saída, já conhecida, ocorreu esta quarta-feira e agradeceu por ter tido o “privilégio de servir a população do Seixal”.
Na reunião de câmara, na qual já não participou, os vereadores sem pelouro do PS e do PSD questionaram a sua ausência para a passagem pública do testemunho e criticaram não ter havido no início dos trabalhos uma referência por parte do executivo CDU ao trabalho que desempenhou durante anos.
“Fiquei admirado com o início da sessão desta semana uma vez que pensei que houvesse um agradecimento por parte dos vereadores ao presidente cessante, falar do homem que saiu ao fim de 20 anos. Aparentemente, parece que toda a gente desejava que o homem fosse embora“, disse o vereador socialista Eduardo Rodrigues.
Bruno Vasconcelos, vereador do PSD, disse que o anterior presidente “não deixa saudades a ninguém” porque ao longo do seu mandato nunca aceitou um único pedido da oposição, indicando esperar que o novo presidente tenha isso em consideração.
O vereador disse ainda que o novo presidente não foi eleito pela população, intervenção que levou Paulo Silva a responder, indicando que fazia parte de uma lista composta por várias pessoas.
“Fui eleito pela população. Fazia parte de uma lista composta por várias pessoas, era o número dois da lista. A população votou nessa lista e fui eleito”, disse Paulo Silva que publicou esta quarta-feira uma declaração na página oficial do município sobre esta mudança de presidência.
O PSD do Seixal, partido que tem um vereador sem pelouro no executivo municipal, repudiou o “processo de substituição” e a vereação socialista, que é composta por quatro vereadores sem pelouro, considerou que a saída de Joaquim Santos defraudou a confiança dos eleitores que votaram na CDU. 

"Espero sinceramente fazer um trabalho igual" 
Um ano depois de reeleito Joaquim Santos abandona autarquia
Segundo o presidente, Joaquim Santos foi “indubitavelmente um grande presidente de câmara”, sendo prova disso ter concorrido cinco vezes e em três delas como cabeça de lista, tendo a população votado maioritariamente na lista, apesar nesse mandato ter perdido a maioria absoluta.  
“A população do concelho do Seixal sempre o considerou como um grande presidente de câmara com trabalho realizado, fazendo parte de uma lista que tem vindo a transformar o concelho do Seixal num concelho melhor”, disse.
Para Paulo Silva, o facto de o concelho continuar a crescer demonstra o bom trabalho que tem sido feito pela câmara municipal, tendo “isso sido reconhecido pela população que vota nos sucessivos atos eleitorais”.
“Espero sinceramente fazer um trabalho igual ao do engenheiro Joaquim Santos porque, se o fizer, a CDU voltará a ganhar em 2025, porque o trabalho que realizou foi sempre reconhecido pela população que votou nesta lista”, disse.
Após estas intervenções também os restantes vereadores da CDU teceram comentários ao serviço prestado pelo anterior presidente da autarquia, vincando sempre que têm sido uma equipa.
O vereador Joaquim Tavares, que assume agora a vice-presidência do executivo camarário, disse compreender que a oposição esteja contente com a saída de Joaquim Santos por este ter sido “uma pessoa com capacidade impar”.
Na mais recentes eleições autárquicas, a CDU conquistou cinco mandatos, o PS quatro e o PSD um. Faz ainda parte do executivo o vereador independente Henrique Freire, que foi eleito pelo Chega, mas afastou-se, entretanto, do partido.

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