Empresa com fábrica em Setúbal suspende vendas para a Rússia e Bielorrússia

The Navigator Company corta "papel" a países invasores por "tempo indeterminado"

A The Navigator Company, que tem sede em Setúbal, decidiu suspender a comercialização de produtos no mercado russo e bielorrusso. A posição tomada na semana passada é justificada com a invasão da Ucrânia por parte da Rússia e vai prolongar-se por tempo indeterminado. A empresa afirma apoiar as sanções económicas que têm vindo a ser aplicadas desde o início da invasão da Ucrânia. O grupo liderado por António Redondo ainda está a avaliar o impacto da guerra no negócio, mas frisa que a exposição direta aos mercados da Rússia, Ucrânia e Bielorrússia é de “menos de um por cento" das vendas.
Empresa suspende vendas para a China e Bielorrússia 

A The Navigator Company, que tem uma unidade fabril na zona da Mitrena, em Setúbal, suspendeu a comercialização dos seus produtos no mercado russo e bielorrusso.
A decisão, que vai prolongar-se por “tempo indeterminado” foi tomada na passada semana, e vem na sequência da posição da empresa quanto à “invasão da Ucrânia por parte da Rússia, com o apoio explícito da Bielorrússia”, refere a empresa em comunicado. 
Com esta decisão, a Navigator demonstra “total repúdio pelo atual conflito militar apoiando as sanções económicas que têm vindo a ser aplicadas desde o início da invasão da Ucrânia”.
Refere ainda a empresa, que esta guerra “já resultou em elevadas perdas humanas e materiais e obrigou a deslocações em massa de refugiados”, sendo esta uma situação “dramática que nenhum europeu pensou voltar a viver e que deixará certamente marcas profundas durante muitos anos”.
No mesmo documento, a empresa afirma estar a “acompanhar em permanência a evolução do conflito, monitorizando o seu impacto nos mercados onde atua, bem como em toda a cadeia de abastecimento”.
A exportar produtos para 130 países, a exposição direta da The Navigator Company aos mercados da Rússia, Ucrânia e Bielorrússia é “menos de um por cento da faturação”, indica a empresa que, neste momento, assume não conseguir estimar com razoabilidade o “grau de confiança das eventuais consequências do atual conflito” na sua atividade.
O que já é possível prever, é que o forte aumento dos custos de energia e, direta e indiretamente, dos custos de logística e de várias componentes “terá um forte impacto em toda a indústria no espaço europeu, pressionando ainda mais a inflação o que penalizará a recuperação do crescimento económico”.
“É o nosso propósito que norteia as nossas decisões. Para a The Navigator Company, são as pessoas, a sua qualidade de vida e o futuro do planeta que nos inspiram e nos movem e por isso, diariamente, vamos, como sempre fizemos, continuar a trabalhar para contribuir para um futuro coletivo melhor”, refere a empresa. 
Com sede em Setúbal e fábricas também em Cacia (Aveiro) e na Figueira da Foz, a Navigator aumentou os lucros em 57 por cento em 2021 e fechou o exercício com vendas de perto de 1600 milhões de euros, mais 15 por cento do que no ano anterior. O aumento das encomendas e dos preços praticados permitiu compensar o aumento dos custos.

Comentários