Transtejo suprime serviço noturno entre Lisboa e Cacilhas na quarta e quinta-feira à noite

Vai apanhar o barco esta quarta e quinta-feira à noite? Não pode devido à “falta de recursos humanos operacionais”

A Transtejo/Soflusa anunciou a supressão de carreiras entre Cacilhas, em Almada, e Cais do Sodré (Lisboa), na quarta e quinta-feira, durante o período noturno, devido à “falta de recursos humanos operacionais”, indicou a empresa. “Por motivo de falta de recursos humanos operacionais, o serviço regular de transporte é interrompido no período noturno”, informou a empresa, num aviso divulgado na segunda-feira no ‘site’ da empresa, que refere que as perturbações vão ocorrer na quarta e quinta-feira, 20 e 21 de Outubro. Lembre-se que os trabalhadores que asseguram as ligações entre o Seixal, Montijo, Cacilhas e Trafaria/Porto Brandão a Lisboa, já anunciam uma greve parcial de cinco dias, mas ainda sem data marcada. 
Barcos param na noite desta quarta e quinta-feira  

A Transtejo revelou o horário das últimas carreiras antes da interrupção, que na ligação Cacilhas - Cais do Sodré será às 20h55 na quarta-feira e às 20h38 na quinta-feira, enquanto na ligação Cais do Sodré – Cacilhas está previsto ser às 21h15 na quarta-feira e às 20h50 na quinta-feira.
Já as primeiras carreiras após a interrupção, na quinta e sexta-feira, com horários iguais para ambos os dias, entre Cacilhas e Cais do Sodré será às 00h05 e na ligação Cais do Sodré – Cacilhas será às 00h20.
Em resposta ao aviso da Transtejo, a Federação dos Sindicatos de Transportes e Comunicações considerou que a supressão de carreiras, na quarta e quinta-feira, durante o período noturno, “não é uma situação isolada, porque é frequente anúncios destes, como foi o caso da semana passada com algumas dezenas de supressões, sendo uma questão estrutural decorrente da falta de trabalhadores que não são admitidos”.
“Não são supressões devidas a qualquer conflito laboral, mas devido à falta de respostas às reivindicações dos trabalhadores, nas quais se incluem a admissão de novos trabalhadores para substituir os que faltam, mas que o Governo continua a ignorar e os navios não funcionam sem trabalhadores”, apontou o sindicato, em comunicado.
Manifestando solidariedade com o protesto dos utentes da Transtejo, por considerar que “são, cada vez, mais mal servidos devido ao desinvestimento nestas empresas públicas”, a federação questionou o porquê de não se admitirem novos trabalhadores.
“Será que querem razões para medidas de alienação das empresas, com a justificação da incapacidade de, no âmbito de empresa pública, prestar um serviço público de qualidade?”, interrogou a Federação dos Sindicatos de Transportes e Comunicações. 

Greve de cinco dias ainda sem data marcada 
Ainda há uma greve de cinco dias na agenda dos sindicatos
Para a federação, a empresa que junta a Transtejo e a Soflusa, “não pode continuar refém” da falta de respostas do Governo, devendo responder às reivindicações dos trabalhadores, que são “essenciais para a prestação de um serviço público de qualidade”.
Na quinta-feira, os trabalhadores da Transtejo, que fazem as ligações entre a Margem Sul do rio Tejo e Lisboa, decidiram marcar cinco dias de greve parcial para continuar a reivindicar por aumentos salariais, disse à agência Lusa fonte sindical.
A decisão foi tomada durante um plenário de trabalhadores, realizado na quinta-feira à tarde, não estando para já estabelecido em que dias ocorrerá a paralisação, segundo adiantou o dirigente da Federação dos Sindicatos dos Transportes e Comunicações, Paulo Lopes.
Os trabalhadores da Transtejo, juntamente com os da Soflusa, fizeram várias greves parciais durante este ano, a última das quais em 21 de Setembro, devido a falhas nas negociações salariais entre a administração da empresa e os sindicatos, tendo o Ministério do Ambiente reunido igualmente com os sindicatos na tentativa de desbloquear a situação.
Se os trabalhadores que asseguram as ligações do Seixal, Cacilhas, Montijo e Trafaria/Porto Brandão à capital, andam em "luta com a empresa", nas ligações entre o Barreiro e Lisboa, a situação foi resolvida.  Os trabalhadores “aceitaram uma última proposta que a empresa tinha feito aqui há um tempo”, de integrar no salário 75 por cento do subsídio de assiduidade, disse à Lusa o dirigente da Federação dos Sindicatos dos Transportes e Comunicações, Paulo Lopes.
O dirigente salientou ainda que o subsídio já era recebido pelos trabalhadores, mas agora passa a integrar o salário base e “desaparece como subsídio”, salientando que irá ter um “reflexo no valor da hora” de trabalho.
“Por exemplo, todos os que façam horas extraordinárias passam a ter um valor mais elevado”, afirmou, acrescentando que o valor “ronda os 150 euros”.
A Transtejo assegura as ligações fluviais entre o Seixal, Montijo, Cacilhas e Trafaria/Porto Brandão, no distrito de Setúbal, e Lisboa, enquanto a Soflusa é responsável por ligar o Barreiro à capital.

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