PCP acusa hospital de Setúbal de prejudicar enfermeiros

Comunistas denunciam ameaças a profissionais do Centro Hospitalar de Setúbal, administração nega

O PCP de Setúbal acusa o Centro Hospitalar de Setúbal de ameaçar marcar faltas injustificadas a enfermeiros e outros trabalhadores da saúde em casa para assistência aos filhos, mas a administração nega dizendo que “tem apoiado todos os seus enfermeiros que se encontram em situação de isolamento profilático” e pagando na integra quem precise ficar em casa a cuidar dos filhos. Os comunistas dizem o contrário e informa, em comunicado, que o hospital de Setúbal ameaça enfermeiros e outros trabalhadores da saúde do Hospital de São Bernardo com faltas injustificadas por estarem a prestar assistência aos filhos menores de 12 anos, adiantando que há vários “casos que se verificaram com famílias monoparentais, ou em que ambos os pais são enfermeiros”.
PCP denuncia abusos contra enfermeiros 

De acordo com o PCP, também há casos de trabalhadores da saúde - em que o outro progenitor também tem uma profissão essencial, - aos quais está a ser negado o direito a assegurar os cuidados aos seus filhos menores de 12 anos sob pena de terem faltas injustificadas.
“O Estado de Emergência Nacional não é carta branca para que se instale no nosso país a lei da selva”, acrescenta o comunicado do PCP de Setúbal.
Contactado pela agência Lusa, o Centro Hospitalar de Setúbal, que integra o Hospital de São Bernardo e o Hospital Ortopédico do Outão, diz não ter conhecimento de qualquer informação que confirme marcação de faltas injustificadas em situações de assistência a filhos menores e garante que tem cumprido “toda a legislação recentemente publicada no âmbito do covid-19”.
O Centro Hospitalar de Setúbal salienta ainda que “tem apoiado todos os seus enfermeiros que se encontram em situação de isolamento profilático”, incluindo as situações de dois profissionais de saúde em que, estando um deles em isolamento, o outro teve de ficar em casa a prestar assistência ao filho menor, “sem qualquer prejuízo em termos de vencimento”.
O Centro Hospitalar de Setúbal diz também que estabeleceu procedimentos de comunicação interna para, em articulação com o Serviço de Saúde Ocupacional, identificar todos os casos [de profissionais de saúde] que necessitam de isolamento profilático.
A administração do hospitais de Setúbal e Outão referem que “não existem quaisquer registos de imposição a recurso a banco de horas, folgas ou férias, para profissionais que se encontram em isolamento decorrente da atividade que exercem”.
Portugal cumpre o terceiro período de 15 dias de estado de emergência, iniciado em 19 de Março, e o Governo anunciou a proibição de deslocações entre concelhos no fim de semana prolongado de 1 e 3 de Maio.

Agência de Notícias com Lusa

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