Galp suspende atividade na refinaria de Sines em Maio

Trabalhadores preocupados com suspensão da produção

Os representantes dos trabalhadores na refinaria  de Sines manifestaram-se preocupados com as consequências negativas que a suspensão da produção, em Maio, poderá causar aos prestadores de serviços, apelando à preservação dos empregos. “Estamos preocupados porque, há cerca de um mês, a Petrogal decidiu rasgar e reduzir contratos com os prestadores de serviços, do contrato de manutenção da refinaria, que provocou 80 despedimentos e esse fantasma continua a assombrar”, afirmou Hélder Guerreiro, coordenador da Comissão de Trabalhadores da refinaria de Sines da Petrogal. A suspensão da atividade na refinaria de Sines, durante cerca de um mês, deve-se à impossibilidade de escoamento “dos produtos produzidos”, na sequência da pandemia, diz a empresa. 
Falta de escoamento obriga a paragem de um mês 

Perante o atual cenário de suspender, a partir de 4 de Maio, a produção na refinaria de Sines, o também dirigente do Site Sul (sindicato das indústrias transformadoras, que integra a Fiequimetal) apelou à administração da Galp no sentido de “preservar os empregos e aliviar a pressão social”.
“Sabemos que há muita gente em casa, despedida e dispensada, e apelamos a que a administração da Petrogal/Galp não volte a rasgar contratos e a reduzir contratos de prestação de serviços no sentido de preservar o emprego e aliviar a pressão social que toda esta situação acarreta”, acrescentou.
O coordenador da Comissão de Trabalhadores da Petrogal adiantou ainda que, tendo em conta que a administração não irá avançar para o lay-off, os mais de 500 trabalhadores diretos da refinaria de Sines “não têm para já razões de preocupação” em relação aos seus postos de trabalho.
“A administração apontou que não irá avançar com o lay-off, o que seria a situação mais preocupante, e para já não há motivo para nos preocuparmos em demasia relativamente aos trabalhadores da Petrogal”, acrescentou.
Num “clima de incerteza” face ao futuro, o dirigente, que critica igualmente a “distribuição de 570 milhões de euros em dividendos aos acionistas”, espera que esta suspensão da produção “seja no mais curto período de tempo” e não se prolongue por mais de um mês.

Empresa fecha um mês porque não consegue escoar produção 
A suspensão da atividade na refinaria de Sines, durante cerca de um mês, deve-se à impossibilidade de escoamento “dos produtos produzidos”, na sequência da pandemia.
“Será necessário estender as medidas de ajustamento no funcionamento da refinaria de Sines, suspendendo temporariamente a operação da generalidade dessas instalações a partir de 4 de maio de 2020, por um período expectável de um mês”, confirmou à Lusa fonte oficial da empresa.
A Galp justifica a decisão com a “evolução da conjuntura nacional e internacional decorrente da prorrogação do estado de emergência”, decretado por causa da pandemia da doença provocada pelo novo coronavírus, que impôs “medidas extremas de contenção, quarentenas cada vez mais restritivas e a paralisação da maioria das atividades económicas”.
Estas medidas criaram “restrições operacionais severas”, que levaram a “interrupções na cadeia de abastecimento, em particular por não ser possível escoar os produtos produzidos”, adianta, recordando que este “ajustamento planeado” também já levou à suspensão da atividade na refinaria de Matosinhos, distrito do Porto.
A Galp garante ainda que esta paragem “não terá impacto nas pessoas afetas à refinaria da Galp” e que está “assegurado o abastecimento das necessidades de mercado”.

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