Costa garante que aeroporto do Montijo vai avançar

"Este não é o momento de desinvestir, mas sim de investir" 

O primeiro-ministro, António Costa, afirmou esta terça-feira em entrevista à Rádio Observador que o investimento no novo aeroporto no Montijo mantém-se. "Este não é o momento de desinvestir, mas sim de investir", argumentou. “Os contactos que tenho tido com a ANA, não obstante o gigantesco prejuízo diário que está a ter, é [para] manter o calendário de investimento como previsto e nós vamos mantendo os diálogos que tínhamos iniciado com as câmaras municipais, designadamente com a da Moita, para mitigar os impactos ambientais”, afirmou António Costa, referindo que até se “ganhou tempo” face ao “atraso” que havia.
Aeroporto nas prioridades do Governo 

Interrogado se o Governo tenciona manter a construção do novo aeroporto do Montijo, numa fase de previsível redução do transporte aéreo em todo o mundo, o primeiro-ministro defendeu que a projetada quebra não compromete "os cenários de desenvolvimento de uma infraestrutura essencial" como essa em termos de médio prazo.
“Este é um investimento exclusivamente privado que será realizado pela ANA e os contactos que tenho tido com a ANA, não obstante o gigantesco prejuízo diário que a ANA está a ter, é manter o calendário de investimento como previsto”, avançou o primeiro-ministro "O novo aeroporto internacional será sempre necessário. Como vimos, no passado, o crescimento ultrapassou muito as previsões. Espero que o calendário se mantenha, porque este não é o momento de se desinvestir, mas de investir. Aliás, há obrigações contratuais nesse sentido e têm de ser criadas as condições institucionais para que esse investimento seja possível de realizar", apontou o líder do executivo.
A atual situação de quase encerramento do tráfego aéreo, de acordo com o primeiro-ministro, tem apenas a vantagem de permitir a Portugal "ganhar tempo relativamente ao seu atraso nos projetos de desenvolvimento de expansão da capacidade aeroportuária.
António Costa reconheceu que haverá “seguramente uma quebra no turismo nos próximos anos, mas essa quebra não é uma quebra que comprometa aquilo que são os cenários de desenvolvimento de infraestruturas essenciais como o novo aeroporto internacional”, garante o primeiro-ministro.
António Costa apontou que a “quebra, que é previsível que se mantenha durante algum tempo na aviação, vai ser absorvida pela expansão do aeroporto da Portela e pela diminuição do caos que já vivíamos em muitos dias na Portela”.
O chefe do Executivo também destacou que o Governo tem mantido os diálogos com as câmaras municipais “nomeadamente com a câmara da Moita, tendo em vista a garantia absoluta que os problemas de impacte ambiental serão devidamente mitigados”.No final de Março, o Jornal de Negócios noticiou que o Governo e a ANA – Aeroportos de Portugal não tinham desistido do projeto do aeroporto complementar do Montijo, mas não estavam a avançar no processo. Até essa data, ainda não tinha sido entregue pela ANA o pedido de apreciação prévia de viabilidade à Autoridade Nacional da Aviação Civil. 

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