Almada, Barreiro, Seixal e Montijo vão ter táxis fluviais

Uber e empresas de transporte interessadas em táxis fluviais entre Lisboa e a margem sul

É o próximo grande projeto para a cidade de Lisboa e para as localidades de Almada, Barreiro, Seixal e Montijo: uma rede de transportes fluviais, com transportes públicos e privados, que será acompanhada da instalação e reabilitação de diversos pontos de acostagem de embarcações. O projeto de criação da Rede Cais do Tejo sairá de uma proposta concreta a apresentar à Câmara de Lisboa pela Associação de Turismo de Lisboa até ao final de Março. Numa primeira fase a rede abrange cinco municípios (Lisboa, Almada, Seixal, Barreiro e Montijo) com a criação de 13 pontos de acostagem ao longo do estuário. Em cada localização haverá estruturas para táxis-barco ou barcos tradicionais. O centro nevrálgico será junto ao Terreiro do Paço, no novo Cais de Lisboa (Estação Sul e Sueste) e os quatro cais principais ficarão localizados em Belém, Parque das Nações, Montijo e Cacilhas. O projeto prevê ainda chegar, mais tarde, à Moita, Alcochete e à margem norte do Tejo. 
Táxis fluviais vão ligar as duas margens do Tejo 

Empresas como a Uber e plataformas de táxis estão entre as que já manifestaram interesse em ter pequenas embarcações de transporte de passageiros sem hora marcada entre Lisboa e a margem sul do Tejo, segundo um projeto apresentado esta quarta-feira.
"Aqui o conceito é o mais importante, que é nós virmos a dispor nas margens Norte e Sul do Tejo de condições para que os operadores possam desenvolver os seus vários tipos de negócios e as suas ideias, porque todos nós dizemos há muitos anos que o Tejo tem um potencial enorme, mas que não é aproveitado suficientemente. Isso é verdade", disse Vítor Costa, diretor da Associação de Turismo de Lisboa.
A vereadora Teresa Leal Coelho, de quem partiu a ideia, disse esperar, no próximo verão, já ir de barco táxi até à praia de São João, na Costa de Caparica, a partir de Porto Brandão, mas Vítor Costa não se compromete com uma data, porque o processo de recuperação dos cais deverá ser progressivo, já que nalguns serão necessárias pequenas intervenções e noutros obras de fundo.
No que ambos concordam é que já existem muitas manifestações de interesse de empresários.
"Já temos interessados. Já tivemos uma primeira conversa com a Uber, que, depois de reuniões internas, nos manifestou a disponibilidade para criar a plataforma. É uma coisa simples. O modelo está criado e só adaptá-lo para os transportes fluviais. Também já tivemos manifestação de interesse de plataformas de táxis e depois serão aqueles que se vão inscrever com as suas próprias embarcações", afirmou Teresa Leal Coelho.
Também Vítor Costa realçou que a ideia levou a bastantes manifestações de interesse por parte dos associados da Associação de Turismo de Lisboa nesta área.
"A vários níveis. São projetos de desenvolvimento das operações ou de passeios ou de táxis-barco. Já há algumas ideias, mas nós [a Associação de Turismo de Lisboa] aqui não estamos a entrar num negócio. A nossa competência não é essa. A nossa intenção é criar condições para que os projetos se desenvolvam. São as empresas que vão fazer", acrescentou.
"Até agora, quando alguém queria montar um negócio ligado, por exemplo, à marítima ou turística tinha que arranjar uma infraestrutura só para si (...) Aquilo que nós aqui estamos a ganhar é massa crítica. É utilizar [uma infraestrutura] por todos um pouco, como - mal comparado, dada a dimensão - uma 'slot' no aeroporto, em que uma pista não é usada só por uma companhia, mas por todas. É isso que nós vamos fazer. Isso dá uma capacidade muito maior e baixa o custo de utilização", explicou.

Tejo liga capital às localidades ribeirinhas do distrito 
Lisboa sempre teve uma relação especial com o Tejo, mas o chavão da mobilidade ainda não tinha sido explorado no rio que banha a cidade e que há 500 anos a embalou para se tornar na capital mundial da expansão marítima.
Na proposta que a Associação de Turismo de Lisboa [que engloba os municípios dos distritos de Lisboa e Setúbal] irá entregar à Câmara de Lisboa estará incluída também uma parte financeira.
Ainda sem valores, nem percentagens de comparticipação, Vítor Costa salientou que "o Fundo de Desenvolvimento Turístico de Lisboa, que resulta das taxas turísticas, e também alguma parte do orçamento do Turismo de Lisboa, que depois vai ficar a coordenar" a rede, "certamente serão fontes que irão contribuir para esse projeto".
O projeto Rede Cais do Tejo prevê a instalação, reabilitação, adaptação e utilização progressiva de 13 pontos e cais de acostagem para incentivar "a utilização do rio como meio de transporte público ou privado, turístico e de lazer, coletivo ou individual".
A central da Rede Cais do Tejo será na Estação Sul e Sueste, no Cais de Lisboa, cujo projeto foi apresentado no final e Novembro.
Estão previstos quatro cais principais: em Belém, Parque das Nações, Montijo e Cacilhas.
Estão ainda previstos um projeto especial para o Cais da Matinha e sete cais complementares no Cais do Gás, Alcântara, Ginjal, Trafaria, Porto Brandão, Seixal e Barreiro, acrescentou a autarquia.
A Rede Cais do Tejo será implantada de forma faseada, entre a criação de novas infra-estruturas e adaptação das já existentes e no futuro outros concelhos poderão juntar-se à rede, como é o caso dos concelhos de Oeiras, Loures, Alcochete, Moita e Vila Franca de Xira. “Todos nós queremos que o Tejo seja uma via estruturante para a cidade de Lisboa e para as vilas e cidades do distrito de Setúbal”, disse Teresa Leal Coelho durante a apresentação do projeto, uma ideia que integrava o seu programa de candidatura à Câmara de Lisboa nas últimas eleições autárquicas e que espera que seja posta em marcha no próximo Verão.
Além da Câmara de Lisboa e da Associação de Turismo de Lisboa, são parceiras neste projeto a Administração Porto de Lisboa e a Transtejo

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