3600 casas novas com rendas acessíveis em Almada

Câmara junta-se a IHRU para pedir financiamento para realojar nove mil pessoas 

Em Almada, mais concretamente na encosta do Monte de Caparica, vão ser construídas três mil casas, que serão colocadas no mercado de arrendamento a preços acessíveis,destinando-se a alojar mais de nove mil pessoas. Este é o objetivo da Câmara de Almada que, em conjunto com o Instituto de Habitação e Reabilitação Urbana, apresentou uma candidatura a Bruxelas para fundos comunitários, na ordem dos seis milhões de euros, que financiem este projeto. A candidatura, segundo noticia o ECO, foi submetida no início do mês, através do programa Ações Urbanas Inovadoras, que concede apoios para projetos de habitação entre outros como a integração de migrantes, a qualidade do ar e a pobreza urbana. E a ideia é concluir o projeto num prazo de seis a dez anos. O primeiro lote, com oito fogos, começará a ser construído já este mês. 
Almada quer acabar com bairros de lata no concelho 

A Câmara de Almada e o Instituto de Habitação e Reabilitação Urbana candidataram-se, em conjunto, a apoios europeus para a construção de três milhares de casas com rendas acessíveis na cidade, revelou a vereadora da habitação da autarquia. Esta candidatura conjunta não estava prevista mas, se for aprovada, as entidades esperam um financiamento de seis milhões de euros.
“Não estava prevista especificamente esta candidatura conjunta, mas como abriram as candidaturas que possibilitaram uma articulação com o Instituto de Habitação e Reabilitação Urbana, nós aproveitámos”, disse a vereadora Maria Teodolinda Silveira ao jornal digital ECO.
A candidatura foi submetida no início do mês, através do programa Ações Urbanas Inovadoras, que concede apoios para projetos de habitação entre outros como a integração de migrantes, a qualidade do ar e a pobreza urbana. Se não fosse este processo conjunto, a autarquia já tinha a intenção de se candidatar a apoios europeus no âmbito da Estratégia Local de Habitação.
Através das Ações Urbanas Inovadoras, a União Europeia disponibiliza às cidades europeias, através do Fundo Europeu de Desenvolvimento Regional (Feder), recursos para financiarem projetos inovadores, num total de 372 milhões de euros, entre 2014 e 2020. No primeiro convite feito pela Comissão, foram selecionados 18 projetos de entre 378 candidaturas aos 50 milhões de euros disponibilizados.
Admitindo que é um “processo complexo”, a responsável pela pasta da Habitação garante estar confiante quanto à aprovação.“Pensamos que será financiado (…) e esperamos um financiamento superior a seis milhões de euros”, contou a autarca ao jornal.
O Fundo Europeu de Desenvolvimento Regional vai financiar 80 por cento do projeto o que, feitas as contas, dá um investimento total de cerca de 7,5 milhões de euros neste projeto habitacional. Em Julho, foi aprovado em Conselho de Ministros um investimento de 2,8 milhões de euros do Instituto de Habitação e Reabilitação Urbana para a construção destas habitações acessíveis.
3500 casas com rendas acessíveis e uma unidade residencial

Unidade residencial para idosos com 30 casas 
Em causa está o Projeto Habitacional de Almada Poente , que prevê a construção de 3600 habitações com rendas acessíveis em terrenos do Instituto de Habitação e Reabilitação Urbana em Almada, num total de mais de três mil metros quadrados, localizados na encosta do Monte de Caparica. Estas casas vão permitir alojar mais de nove mil pessoas. “A nossa metodologia nunca será a de construção de bairros”, referiu a vereadora da Habitação da autarquia. É neste terreno, com mais de três mil metros quadrados, que vão ser construídas habitações com rendas acessíveis.
Além disso, a Câmara de Almada vai construir  - também em terrenos cedidos pelo Instituto de Habitação e Reabilitação Urbana - uma unidade residencial para idosos com serviços comunitários. “Terá 30 fogos, mas não terá rendas acessíveis”, esclareceu Maria Teodolinda Silveira. Apesar de a modalidade ser diferente da do Instituto de Habitação e Reabilitação Urbana, terá uma finalidade comum: “responder ao problema da habitação em Almada”.
Em termos de prazos, a responsável explica que tudo dependerá da resposta da candidatura. “A partir do momento em que tivermos financiamento, é para dar início à construção”, diz. Contudo, a ideia é concluir o projeto num prazo de seis a dez anos. O primeiro lote, com oito fogos, começará a ser construído já este mês, adiantou a vereadora ao ECO.
A primeira etapa da primeira fase, com 284 fogos, na maioria T2, resultará num investimento de 28,5 milhões de euros, refere a autarquia. No total, a primeira etapa terá 1097 habitações - 349 T1, 573 T2, 159 T3 e 16 T5, num investimento de 125 milhões de euros.

Autarquia dá prioridade a famílias de bairros carenciados 
A presidente da Câmara de Almada, Inês de Medeiros, que destronou a anterior maioria CDU nas últimas eleições autárquicas, revelou que a Estratégia Local de Habitação de Almada, aprovada em Maio do ano passado, assume três objetivos estratégicos: "melhorar a coesão social e territorial, aumentar a competitividade e melhorar a qualidade do `habitat´".
Inês de Medeiros referiu ainda que a Câmara  de Almada pretende reabilitar "a dignidade do parque habitacional municipal e realojar uma parte dos agregados que hoje vivem em barracas", designadamente através do 1.º Direito - Programa de Apoio ao Acesso à Habitação.
Segundo a presidente da Câmara de Almada, os beneficiários do 1.º Direito serão 450 famílias residentes em barracas e casas no Torrão, na Trafaria, cerca de 50 agregados familiares das Terras de Lelo e Abreu, nas Terras da Costa, Costa de Caparica e 10 agregados familiares residentes nas traseiras da Escola da Trafaria.
A Câmara de Almada procedeu, no dia 3 de Janeiro, ao primeiro realojamento de 2020. A habitação foi atribuída a um cidadão, com doença grave.
"Ao abrigo da excecionalidade, prevista no Regime de Arrendamento Apoiado, a autarquia, atribuiu uma habitação T1 a um cidadão, com doença grave, que residia numa tenda em parque de campismo", disse a autarquia em comunicado.

Agência de Notícias 
Foto: Rui Mindirico/Lusa 
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