Setúbal quer ligação fluvial com Tróia com passe único

Câmara diz que novo passe vai incluir ligação fluvial a Tróia mas AML avisa que falta acordo

A Câmara de Setúbal dá como certa a inclusão das ligações fluviais entre Setúbal e Tróia no novo passe metropolitano Navegante, mas a Área Metropolitana de Lisboa adverte que as negociações são "complexas" e ainda estão a decorrer. "Há uma decisão política de fazer chegar o passe Navegante a todas estas carreiras inter-regionais que ligam a Área Metropolitana de Lisboa  às Comunidades Intermunicipais que lhe estão próximas. Estão a decorrer negociações com a comunidades do Oeste, da Lezíria, do Alentejo Central e do Alentejo Litoral, onde se inclui esta travessia da Atlantic Ferries entre Setúbal e Grândola", disse o vereador e vice-presidente da Câmara de Setúbal, Manuel Pisco. No entanto, o passe único por 40 euros, na ligação das duas margens do Sado ainda está longe de ser uma realidade. Mas as negociações continuam.
Ligação a Tróia ainda fora do passe único 

"O que se pretende é fazer com o que o passe metropolitano, de 40 euros, abranja também estes transportes. Na quinta-feira já foi fechado o acordo com a Comunidades Intermunicipal da Lezíria, está quase fechado o acordo com a do Oeste e estão a ser trabalhados os outros dois, com as comunidades do Alentejo Central e Alentejo Litoral", acrescentou Manuel Pisco.
Questionado pela agência Lusa, o vice-presidente admitiu que a inclusão das ligações fluviais Setúbal/Tróia no novo passe social poderá levar a um aumento significativo do número de utilizadores dos `catamarans´ da Atlantic Ferries, que asseguram as ligações entre as duas margens do rio Sado, principalmente durante os meses de verão.
"A inclusão da ligação fluvial Setúbal/Tróia também poderá dar resposta a uma velha reivindicação da população de Setúbal, que se queixava de que lhe tinham cortado o acesso às praias de Tróia, até pelos preços dos transportes", disse Manuel Pisco, acrescentando que a inclusão da travessia do rio Sado no passe social Navegante será uma maneira de "reduzir essa barreira do preço".
Confrontado com as declarações do vice-presidente da Câmara de Setúbal, o primeiro secretário da Área Metropolitana de Lisboa, Carlos Humberto, também se mostrou confiante num entendimento com a Comunidades Intermunicipal do Alentejo Litoral, mas foi mais cauteloso nas declarações, sublinhando que "ainda não há um acordo formal".
"Aprendi na intervenção política de décadas que não se deve prometer aquilo de que não se tem a certeza absoluta. Eu acredito que é possível, mas ainda não tenho a certeza absoluta", justificou.

Negociações vão continuar 
Carlos Humberto adiantou que a Área Metropolitana de Lisboa está a dialogar com a Comunidades Intermunicipal do Litoral Alentejano para a concretização de um acordo, mas lembrou que há várias especificidades nas carreiras fluviais que asseguram a travessia do rio Sado que têm de ser devidamente ponderadas.
"Por um lado, há a questão das viaturas, que não são abrangidas pelo passe social. Depois, daquilo que conhecemos, uma parte muito significativa das pessoas que utilizam o transporte regular é a empresa que paga, não são os utentes. E, portanto, temos de ver o que é que resta e como é que se faz a diferenciação disto, porque não faz sentido a Área Metropolitana de Lisboa estar a subsidiar uma empresa", disse.
Carlos Humberto salientou ainda que, como espera, a ser firmado um acordo entre a Área Metropolitana de Lisboa e a comunidade do Litoral Alentejano, o novo passe, que abranja as ligações fluviais entre Setúbal e Tróia e toda a rede de transportes públicos da Área Metropolitana de Lisboa, poderá não ter a mesma designação, nem o mesmo preço, ressalvando, no entanto, que será sempre um valor muito próximo dos 40 euros.
"Isto tem de ser financiado. Tem de haver um acordo entre a Área Metropolitana de Lisboa e a Comunidades Intermunicipal do Litoral Alentejano a dizer o que é que cada um financia", concluiu Carlos Humberto.

Agência de Notícias com Lusa 

Comentários