Esta segunda-feira há greve nos Transportes Sul do Tejo

Adesão à greve na TST entre os 61% da empresa e mais de 90% do sindicato

A greve de dois dias na Transportes Sul do Tejo (TST) registou este domingo uma adesão de "entre 90 e 95 por cento", segundo estima fonte sindical, enquanto a empresa afirma que aderiram 61 por cento dos trabalhadores em luta por aumentos salariais. "A greve, como nas paralisações anteriores, está a ter uma adesão de entre 90 e 95 por cento, com a empresa a recorrer em algumas carreiras a trabalhadores contratados a prazo", afirmou à Lusa João Saúde, da Fectrans - Federação dos Sindicatos de Transportes e Comunicações. O sindicalista estimou que, em consequência da greve decretada para domingo e segunda-feira, se encontrem parados "cerca de 700 autocarros" da empresa que opera principalmente nos concelhos da península de Setúbal.
Greve prologa-se até à meia noite de hoje 

Os números apontados pelo sindicato estão acima da estimativa avançada pela TST, que através de uma assessora disse à Lusa que apenas "61 por cento dos colaboradores" aderiram à greve.
O elemento da Fectrans contrapôs que a paralisação afeta toda a península da margem sul do Tejo, com particular incidência em Setúbal e Almada, "e que a empresa também sabe, pois já apresentou uma nova proposta aos trabalhadores".
Segundo João Saúde, perante a exigência de um aumento salarial para 750 euros, a TST avançou com uma contraproposta "de um aumento para 685 euros de salário base" e da adoção de um sistema de "folgas rotativas para os trabalhadores que não folgam ao sábado e ao domingo".
De acordo com o sindicato, à semelhança das greves realizadas em Março e Abril, entre os motivos que levaram à convocação da atual paralisação estão o aumento de salários e a sobrecarga horária.
Perante as reivindicações e greves, em Abril, a TST indicou que a proposta de aumento salarial até 750 euros representa um impacto de mais de dois milhões de euros acima dos valores já aplicados em 2019, considerando incomportável para o plano de negócios da empresa.
No início do mês de Maio, os trabalhadores reuniram-se com um elemento da administração responsável pela parte financeira e económica da empresa que, de acordo com a Fectrans, não trouxe nada de novo.
A anterior greve na TST, em Abril, teve uma adesão de 95 por cento, segundo o sindicato, e de 75 por cento, de acordo com a empresa, e levou à supressão das carreiras de Setúbal para Lisboa, via autoestrada, e nas pontes Vasco da Gama e 25 de Abril.
A TST, detida pelo grupo Arriva, desenvolve a sua atividade na Península de Setúbal, com 190 carreiras e oficinas em quatro concelhos, designadamente Almada, Moita, Sesimbra e Setúbal.

Agência de Notícias com Lusa 

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