250 jovens desfilaram em Setúbal por um melhor clima

Jovens exigem atitudes para combater a situação atual do planeta

Cerca de duas centenas e meia de alunos de diversas escolas desfilaram entre o largo José Afonso e a praça do Bocage, em Setúbal, para exigir ao Governo "que dê prioridade à resolução da crise climática", na sexta-feira passada.  "Queremos sensibilizar o Governo para fazer da resolução da crise climática uma prioridade e para que decrete o estado de emergência climática", disse Margarida Marques, da organização desta ação de protesto estudantil em defesa do ambiente. Alunos de Setúbal, Palmela e Moita concentraram-se na capital do distrito mas, de acordo com a organização, muitos jovens do distrito não puderam participar devido à falta de apoio dos professores ou por terem testes já marcados. Os jovens exigem que o governo tome atitudes para combater a situação atual do planeta. 
Jovens querem mais medidas para proteger o planeta 

"Decidimos juntar-nos ao movimento mundial iniciado o ano passado pela jovem sueca Greta Thunberg, para exigirmos ao Governo que seja declarado o estado de emergência climática, a exemplo do que já fizeram alguns países europeus, como a Irlanda e o Reino Unido", corroborou Ricardo Nascimento, de 18 anos, aluno da Escola Secundária da Baixa da Banheira, do concelho da Moita.
Na ação de protesto que decorreu em Setúbal estiveram envolvidos alunos de diversas escolas do ensino básico e secundário dos concelhos de Palmela, Moita e Setúbal, mas, segundo a organização, muitos outros alunos que também gostariam de ter participado não o puderem fazer porque tinham testes marcados ou porque não tiveram abertura para o fazerem por parte de alguns professores.
Solidária com o protesto, a vereadora do Ambiente da Câmara de Setúbal, Carla Guerreiro, que se juntou à concentração final em frente aos Paços do Concelho, na Praça do Bocage, defendeu a necessidade de uma consciencialização de todos para o problema das alterações climáticas.
"Toda a gente tem de estar solidária com este protesto dos nossos jovens, à semelhança do que está a acontecer hoje no mundo inteiro. Para quem, às vezes, diz que os jovens não têm iniciativa nem projetos, está aqui uma iniciativa muito interessante, porque a verdade é que não há 'planeta `B´", disse à agência Lusa Carla Guerreiro.
"Mais do que ser declarado o estado de emergência climática, tem que haver, em todos nós, uma verdadeira consciência dos problemas que atravessamos em relação às alterações climáticas. Estes jovens que estão aqui parece-me que têm essa consciência, mas há muitas pessoas que ainda não a têm. E se as pessoas não sentirem isso [a necessidade de uma reposta ao problema das alterações climáticas] como uma necessidade, não é uma declaração [do estado de emergência climática] que as vai fazer mudar", acrescentou a vereadora do Ambiente na Câmara de Setúbal.
O protesto, o segundo deste ano, serve para alertar os governos para a necessidade de tomarem medidas concretas para se limitarem a emissão de gases com efeito de estufa, que, segundo os cientistas de todo o mundo, estão a provocar alterações drásticas, graves e rápidas no clima da Terra.
Depois de uma greve idêntica a 15 de Março passado, a de hoje tem o apoio dos adultos, professores, organizações ambientalistas e cidadãos anónimos.
Realizam-se ações dos jovens em mais de 1600 cidades de 119 países e em Portugal  realizaram-se manifestações em pelo menos 48 locais, por todo o país.
A greve climática estudantil é inspirada na sueca Greta Thunberg, 16 anos, que no ano passado iniciou um boicote às aulas para exigir do parlamento da Suécia ações urgentes para travar as alterações climáticos, um protesto que rapidamente se replicou por todo o mundo.

Agência de Notícias com Lusa 

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