Passes de Palmela para Lisboa a 40 euros

Autarquia defende mais e melhores transportes para o concelho

A criação da Empresa Transportes Metropolitanos de Lisboa e da Marca Carris Metropolitana e a aprovação do cofinanciamento que vai permitir o Passe Social a 30 e 40 euros, válido para todos os modos de transporte dos distritos de Setúbal e Lisboa, são as grandes novidades que resultam da reunião do Conselho Metropolitano de Lisboa, realizada na semana passada. A comparticipação do município de Palmela neste passe e no reforço do serviço de transporte rodoviário será de um milhão 256 mil euros anuais, contribuindo para aquilo que o presidente Álvaro Amaro considerou como uma "uma autêntica revolução em matéria de mobilidade e coesão territorial". Com esta inovação quem se desloca de Palmela para a capital, poupa cerca de 100 euros mensais. A medida entra em vigor a 1 de Abril do próximo ano. 
Negociações vão incluir a Fertagus 

Os 18 municípios que integram o Conselho Metropolitano de Lisboa aprovaram, de forma unânime, mandatar a Comissão Executiva para a Criação da Empresa TML - Transportes Metropolitanos de Lisboa, que disponibilizará uma plataforma tecnológica de bilhética comum a todos os operadores de transportes e mobilidade e procurará expandir a oferta a novos mercados e canais de distribuição. 
Aprovaram, também, a criação da marca Carris Metropolitana de Lisboa para utilização exclusiva dos serviços públicos de transporte rodoviário de passageiros de âmbito municipal e intermunicipal da Área Metropolitana de Lisboa. 
Nesta reunião foi, ainda, definido o cofinanciamento do Sistema de Transportes pelos municípios delegantes e não delegantes das funções de Autoridade de Transportes na Área Metropolitana de Lisboa, num valor global de 31 milhões 225 mil euros, solicitando-se ao Governo a estabilização deste montante em instrumentos legislativos próprios, para 2020 e anos seguintes.
"O município de Palmela tem estado fortemente empenhado neste processo já que, pelas suas características próprias – a maior extensão da Área Metropolitana de Lisboa, com 465 quilómetros quadrados e povoamento disperso – tem sido dos mais penalizados com uma maior ausência de respostas de transportes e de respeito pelos níveis mínimos de cobertura", disse a autarquia em nota enviada à ADN-Agência de Notícias.
Espera-se, com este pacote de medidas, que implica um forte investimento dos municípios, "fortes vantagens para as populações, a nível económico e, a médio prazo, com um aumento da oferta de respostas, mas também, para os territórios, com ganhos ambientais e de ordenamento, por via da redução das viaturas nas cidades e nas estradas", conclui Álvaro Amaro, presidente da câmara de Palmela.

Autarquias de Lisboa e Setúbal investem 30 milhões 
O presidente da Área Metropolitana de Lisboa, Fernando Medina, anunciou a criação de uma empresa única de transportes em todos os concelhos, com a marca "Carris Metropolitana", que terá passes únicos com o custo máximo de 40 euros. O passe deverá funcionar em todos os meios de transporte da Área Metropolitana de Lisboa. As crianças até aos 12 anos não pagam transporte e, por família, o pagamento total máximo é de 80 euros (dois passes sociais). Dentro do município de Lisboa, os passes vão custar um máximo de 30 euros. 
A partir do início de 2019, a Área Metropolitana de Lisboa vai abrir concursos em lotes para que os operadores privados possam concorrer a operar em determinadas zonas, mas terão de o fazer sob a marca "Carris Metropolitana".
"As referências dos autocarros são únicas, mas depois as empresas operadoras poderão ser diferentes", explicou Fernando Medina.
Nos próximos meses, segundo Fernando Medina, decorrerão negociações para que o novo sistema abranja operadores como a CP e a Fertagus.
Fernando Medina destacou que estas medidas hoje aprovadas "por unanimidade e aclamação" pelos 18 presidentes das câmaras da Área Metropolitana de Lisboa foram permitidas pela proposta do Orçamento do Estado para 2019, apresentada na segunda-feira passada.
Na proposta do orçamento de estado, o Governo propõe-se financiar a progressiva redução do preço dos passes dos transportes públicos em todo o país com 83 milhões de euros.
O relatório da proposta de lei do orçamento explica que, desse valor, “será destinado, num mínimo de 60 por cento, a aplicar à redução dos tarifários aplicados, nomeadamente a redução do preço dos passes, a criação de passes família e a gratuitidade do transporte para menores de 12 anos, devendo a parte remanescente ser destinada à melhoria da oferta e à extensão da rede pública”.
Fernando Medina estimou que, para as áreas Metropolitanas (Lisboa e Porto), “a transferência do Governo deve andar na casa dos 50 milhões de euros”.
De acordo com Medina, os concelhos da Área Metropolitana de Lisboa acordaram investir 30 milhões na melhoria do sistema de transportes, distribuídos ponderadamente consoante critérios, como o número de população, a área e as necessidades.
O autarca considerou que as medidas aprovadas são "históricas", "inéditas", e agradeceu ao Governo pela "medida revolucionária" para a mobilidade da Área Metropolitana de Lisboa.
A Área Metropolitana de Lisboa é composta pelos concelhos de Alcochete, Almada, Amadora, Barreiro, Cascais, Lisboa, Loures, Mafra, Moita, Montijo, Odivelas, Oeiras, Palmela, Seixal, Sesimbra, Setúbal, Sintra e Vila Franca de Xira.

Agência de Notícias 

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