Já há um pré-acordo na fábrica de Palmela

Trabalhadores da Autoeuropa com sábados e domingos pagos a 100 por cento

A Comissão de Trabalhadores da Autoeuropa e a administração da empresa chegaram esta quinta-feira, 25 de Outubro, a pré-acordo. O entendimento de partida entre os representantes dos trabalhadores e a administração prevê aumentos salariais de 2,9 por cento em 2019 e 2020 (num aumento mínimo de 25 euros), assim como o pagamento de um prémio de 100 por cento ao domingo (tal como já acontece ao sábado). Deverão ainda passar a efetivos, até Julho do próximo ano, cerca de 300 trabalhadores com contratos a prazo. "É um ótimo acordo" disse o coordenador da Comissão de Trabalhadores, Fausto Dionísio, adiantando que este deverá ser votado entre 5 e 9 de Novembro, na fábrica de Palmela. 
Acordo final é votado em Novembro 

A Comissão de Trabalhadores e a administração da Autoeuropa já chegaram a um pré-acordo laboral, que terá ainda de ser aprovado pelos trabalhadores da empresa em plenários, indicou esta quinta-feira  à Lusa o coordenador da Comissão de Trabalhadores, Fausto Dionísio.
"O pré-acordo já foi fechado e prevê o pagamento de um prémio de 100 por cento ao domingo, aumentos salariais de 2,9 por cento em cada um dos próximos dois anos e a passagem a efectivos, até Julho de 2019, de 300 trabalhadores com contratos a prazo", sublinhou o dirigente.
Desta forma, o pré-acordo garante aos trabalhadores da fábrica de Palmela o pagamento de um prémio de laboração contínua de 100 por cento ao domingo, tal como já sucede ao sábado, que era uma das principais reivindicações.
Já os aumentos salariais ficam abaixo da exigência que constava no caderno reivindicativo aprovado pelos trabalhadores em Julho, o qual apontava para aumentos de quatro por cento no próximo ano, com um valor mínimo de 36 euros.
Também a passagem de trabalhadores com contratos a prazo para efectivos fica abaixo do número que constava das reivindicações, que era de 400, embora a data seja antecipada de Setembro para Julho de 2019.

Uma fábrica em crescimento 

A unidade de Palmela, liderada por Miguel Sanches, começou a laborar aos domingos no passado dia 26 de Agosto, com as negociações ainda em curso. Com mais dois turnos, a estratégia passa por incrementar a quantidade de automóveis que saem da fábrica, com destaque para o novo modelo T-Roc, cujo principal destino é a Alemanha.
Antes, a Autoeuropa já tinha conhecido dois outros impulsos – com a introdução do terceiro turno aos dias de semana (em Outubro), e a laboração de dois turnos aos sábados (em Fevereiro) –, não sem a contestação e instabilidade laboral, que incluiu a queda de uma comissão de trabalhadores e o afastamento do primeiro responsável da actual comissão, Fernando Gonçalves. A própria laboração aos sábados avançou sem o estabelecimento de um acordo que envolvesse os trabalhadores.
Neste momento, os trabalhadores estavam a receber mais 62,5 por cento por cada sábado e domingo de trabalho.
Para se ter uma ideia do incremento de produção, em Setembro do ano passado (já com o T-Roc em fase de arranque de montagem) saíram 9003 veículos da fábrica, quando em Setembro deste ano o valor foi já de 22.955 unidades.
Nos sete primeiros meses, a produção chegou às 165.819 unidades, mais 143 por cento face ao mesmo período do ano passado, de acordo com os dados da associação do sector, a ACAP.
Além do T-Roc, o novo modelo que começou a ser fabricado no segundo semestre de 2017, a Autoeuropa produz ainda o Sharan (cujo maior mercado é a China) e o Seat Alhambra. A última estimativa conhecida da empresa apontava para a produção de cerca de 183 mil  T-Roc este ano, de um total de perto de 240 mil unidades.
A quase totalidade da produção vai para o estrangeiro, pelo que o incremento do número de veículos tem vindo a reflectir-se no crescimento das exportações, com impacto na balança comercial do país.

Autoeuropa pára na próxima semana
Os plenários para a votação do pré-acordo apenas se realizarão em Novembro, uma vez que a Autoeuropa irá parar na próxima semana, referiu Fausto Dionísio.
A fábrica de Palmela, escreve o Jornal de Negócios, interrompe a laboração este sábado, 27 de Outubro, e esta apenas será retomada no sábado seguinte, 3 de Novembro.
Segundo o responsável, a paragem de produção deve-se à "falta de motores". Esta situação, que afecta outras fábricas da Volkswagen, deve-se à falta de componentes que enfrentam as fábricas que produzem os motores.

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