Sesimbra avança com requalificação do Santuário

Obras no Cabo Espichel custam 1,33 milhões de euros

O Santuário da Nossa Senhora do Cabo Espichel, em Sesimbra, vai ser alvo de obras de reabilitação, depois de a autarquia ter visto aprovada a candidatura ao Plano Operacional Regional de Lisboa 2020. A intervenção vai custar cerca de 1,33 milhões de euros, sendo comparticipada em metade pelo Fundo Europeu de Desenvolvimento Regional. De acordo com a Câmara de Sesimbra, a "reabilitação do edificado poente da ala sul das hospedarias e o restauro da Casa de Água" estão incluídas, bem como a intervenção no troço aéreo do aqueduto e respetivo sistema hidráulico. Também a ligação entre a Casa da Água e do Horto ao Terreiro do Santuário vai ser requalificada.
Santuário vai ser requalificado 

O presidente da Câmara de Sesimbra, Francisco Jesus, e o Comissário da Confraria de Nossa Senhora do Cabo, padre Luís Ferreira, assinaram no dia 30 de Agosto, nos Paços do Concelho, um protocolo de cooperação para a execução das obras de reabilitação das alas norte e sul do Santuário. O acordo com a Confraria, proprietária da ala sul, acontece depois da aquisição da ala norte à Direção-geral do Tesouro e Finanças, pela autarquia, em Novembro de 2017, por 321 mil euros.
"Este era um dos passos que faltava para podermos dinamizar o processo de concurso para a obra através da plataforma Revive, que pode ser uma possibilidade para podermos reabilitar o Santuário", sublinhou Francisco Jesus, tendo acrescentado que "o objetivo principal e primordial é darmos ao local a dignidade que merece, mantendo a sua génese e o espírito religioso". O autarca destacou ainda a colaboração da Confraria neste processo, e o empenho do anterior presidente da autarquia, Augusto Pólvora, "que fez todas as diligências possíveis e imaginárias para levá-lo por diante", afirmou.
Por seu turno, o Vigário Geral da Diocese de Setúbal, padre José Lobato, sublinhou a atenção que o Bispo de Setúbal tem dado a este processo, e lembrou o trabalho feito pelo padre Agostinho Gomes e por Augusto Pólvora. "São duas pessoas incontornáveis para que este protocolo fosse assinado, e fizeram tudo para salvar o Santuário", referiu. José Lobato afirmou ainda que "este é mais um passo na reabilitação de um património que as pessoas, a região e o país merecem que seja preservado", e mostrou-se confiante em relação ao futuro porque, frisou, "vamos seguramente continuar este trabalho, que agora está nas nossas mãos".
Tal como estabelece o protocolo, as obras podem ser feitas diretamente pelo município, ou através de um investidor privado, preservando, no entanto, a religiosidade do local e o seu usufruto por parte do público.

Projeto vem do ano 2000  
O acordo inclui a cedência à autarquia do direito de superfície da ala sul, por um período de 40 anos, de forma a assegurar a viabilidade económica da reabilitação dos edifícios e futura exploração turística ou cultural do complexo do Santuário.
Importa referir que as obras de requalificação das alas norte e sul tinham sido assumidas pelo Estado, na escritura de doação da ala norte, pela Confraria, em Setembro de 2000, mas, desde então, interveio apenas no corpo central da igreja. Perante a inércia do Poder Central, e determinada a intervir no edificado, a autarquia manifestou a intenção de adquirir a ala norte, à Direção-geral do Tesouro e Finanças, que viria a ser concretizada no ano passado.
Assim, o protocolo agora formalizado com a Confraria, criará condições para que a Câmara de Sesimbra possa reabilitar este património único, e permitirá dar continuidade ao investimento realizado pela autarquia na envolvente do Santuário, desde 2008, após ter recebido uma parcela de terreno que circunda todo o complexo arquitetónico, por parte da Costlântica – Sociedade de Investimentos Imobiliários e Turísticos, Lda.
"A instalação de iluminação, o arranjo do terreiro e da zona de estacionamento, a beneficiação da envolvente da Casa da Água, e o restauro deste edifício são exemplos de uma forte aposta na valorização de um local de inegável interesse religioso, cultural e turístico, que ficará, certamente, mais enriquecido com a reabilitação de todo o conjunto", explica a Câmara de Sesimbra.

Agência de Notícias com Câmara de Sesimbra

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