CDS-PP Almada reúne com Administração da Fertagus

Centristas não querem transportadora integrada na CP

A concelhia de Almada do CDS-PP reuniu com a administração da Fertagus, empresa que presta o serviço público de transporte ferroviário que atravessa a Ponte 25 de Abril e que tem o seu trajeto entre Setúbal e Lisboa. Para os centristas de Almada "ficou bem claro junto da mesma administração a posição convicta de que o mesmo serviço público de transporte ferroviário se deve manter nas mãos de privados contrariando a passagem para o sector público, nacionalizando esse trajecto como é intuito de alguma Esquerda (Bloco de Esquerda e Partido Comunista)", diz o CDS-PP em comunicado enviado à ADN-Agência de Notícias. O partido pediu ainda explicações ao Governo sobre o estado de manutenção da Ponte 25 de Abril. 
CDS-PP contra a entrada da Fertagus na CP


Para o CDS-PP de Almada "o transporte e os passageiros não podem ficar reféns nem de intuitos politico-partidários como quer o Partido Comunista e o Bloco de Esquerda, e muito menos ficar refém dos Sindicatos ou de alguns sindicatos para se ser mais preciso, que apenas pretendem marcar uma agenda bem definida".
Para os centristas é "fundamental por uma questão qualidade da prestação do serviço que o transporte em questão seja efectuado por uma empresa privada mantendo esse mesmo nível". 
Os democrata-cristãos defendem "um meio de transporte eficaz, assíduo, confortável e seguro, bem diferente da empresa pública CP, cada vez mais deficitária, tem visto o seu crescimento acentuar-se de há dois anos para cá num aumento de passageiros que escolhem o comboio da ponte como meio das suas deslocações diárias". 
Da mesma reunião ficou patente, aliás, já manifestado pela Fertagus ao longo do tempo, "a vontade para negociar com o Governo e os restantes operadores de transportes da grande área de Lisboa, a questão da entrada da transportadora ferroviária de passageiros na Ponte 25 de Abril no Passe intermodal há muito desejado pelos utentes dos transportes públicos", sublinha o comunicado do CDS-PP.
A Fertagus está assim disposta a dialogar um possível acordo. "Contudo, e bem ao contrário do que o Governo já veio afirmar em público, não existe por parte do mesmo qualquer intenção formal ou oficial que essa realidade seja um facto", diz a concelhia centrista.

Concessão termina em 2019 
O atual contrato de concessão entre o Estado e a Fertagus, não prevê qualquer compensação financeira por parte do Estado Português, fincando todo o risco atribuído à empresa privada, bem ao contrário do que dizem aqueles que sempre se bateram contra a empresa privada prestar esse serviço, tentando intoxicar a opinião pública com inverdades.
A  partir de Janeiro de 2011, já com o Governo PSD/CDS-PP, a Fertagus deixou de receber por parte do Estado qualquer indemnização compensatória, situação essa, que acaba por desanuviar os contribuintes.
Assim, de 2011 a 2019, caso as receitas de bilheteira excedam em cada ano um dos anos os montantes previstos no contrato, o excedente é partilhado na proporção de 75 por cento para o concedente e 25 por cento para a concessionária.
Para finalizar, nestes três últimos anos de concessão (2017/2019), a própria concessionária prevê uma estimativa de resultados líquidos positivos, ficando o Estado com 50 por cento dessas receitas.
"Se esta não é uma parceria público-privadas com benefícios para o Estado então dificilmente se encontrará uma, ainda por cima com a qualidade de serviço que todos reconhecem", sublinha o CDS-PP. 
O Estado criou já uma nova Comissão para avaliar e discutir a negociação do contrato que liga o mesmo à empresa do Grupo Barraqueiro a fim de se apurar uma melhor solução que defenda os interesses públicos mas convergindo com o serviço prestado através uma empresa privada.
O CDS-PP Almada através da sua presidente, Sara Machado Gomes, reitera convictamente a manutenção num operador privado a travessia pela Ponte 25 de Abril.
"Os transportes, a mobilidade e as acessibilidades são para o CDS-PP Almada uma das bandeiras que o mesmo quer ver discutidas até melhorarem a qualidade dos almadenses", diz Sara Machado Gomes. 

Obras na Ponte 25 Abril são urgentes 
Dirigentes do CDS-PP em reunião com Fertagus 
O CDS-PP "sem querer entrar em cenários alarmistas", está muito preocupado com as questões que têm a ver directa e indirectamente com as mais que necessárias obras na estrutura da Ponte 25 de Abril.
Depois de uma subcarga acrescida com a entrada do comboio na travessia da ponte, é urgente devido ao normal desgaste, que a infraestrutura necessite de manutenção.
É também sabido que essa manutenção deverá ser minuciosa e rigorosa quer em termos de intervenção quer em termos de celeridade.
Acrescendo a isto, o CDS-PP pretende uma clarificação por parte do Governo sobre esta matéria. Ou seja, os centristas querem saber "o estado efectivo e real da infraestrutura",  que o Governo "apresente publicamente e na plenitude o relatório efectuado pelo Instituto da Soldadura e Qualidade que tem vindo literalmente a esconder". O CDS-PP quer ainda saber quais "as soluções que tem o Governo para compensar os utentes com os constrangimentos resultantes das obras" e que implicações "terá esta intervenção ao nível do tráfego e dos movimentos pendulares entre a Margem Sul e a Margem Norte". 

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