Utentes da Margem Sul querem Fertagus na CP

Mais de cem personalidades subscrevem manifesto pelo fim da concessão ferroviária da ponte 25 de Abril 

Mais de uma centena de personalidades e instituições subscrevem um manifesto que exige o fim da Parceria Público-Privada com a Fertagus e a integração na CP da exploração da travessia ferroviária da ponte 25 de Abril. "Basta de PPP com a Fertagus, queremos o serviço integrado na CP" é o título do documento que deverá ser entregue ao Governo e na Assembleia da República, no prazo máximo de duas semanas, e que já conta com cerca de uma centena de subscritores que defendem o fim daquela Parceria Público-Privada em 2019, data em que termina o contrato de concessão à Fertagus. A travessia da ponte 25 de Abril faz a ligação ferroviária entre as cidades de Lisboa e Setúbal, com passagem pelos concelhos de Almada, Seixal, Barreiro e Palmela. 
Fertagus faz a ligação ferroviária Lisboa/Setúbal 

"Isto começou com uma troca de informação entre algumas pessoas que consideram que o final do contrato de concessão com a Fertagus é o momento oportuno para a integração na CP da exploração comercial da ligação ferroviária entre Lisboa e Setúbal pela Ponte 25 de Abril", disse à agência Lusa Marco Sargento, membro da Comissão de Utentes dos Transportes da Margem Sul do Tejo e do MUSP, Movimento de Utentes dos Serviços Públicos, entidades que também subscrevem o manifesto.
Segundo Marco Sargento, os signatários apelam também aos trabalhadores e às populações para "que se unam num vasto movimento de opinião pelo fim da Parceria Público-Privada com a Fertagus e defesa da integração do serviço na CP", que consideram ser a melhor solução para a qualidade de vida das populações da Península de Setúbal.
"Isto não é apenas uma questão dos utentes. Está em causa uma Parceria Público-Privada com uma empresa que não aceita o passe social intermodal, que cobra três a quatro vez mais por quilómetro do que a CP em percursos nas áreas suburbanas e que, além do mais, tem sido uma parceria ruinosa para o Estado", disse.
"Uma auditoria do Tribunal de Contas verificou que esta Parceria Público-Privada da Fertagus, juntamente com a do Metro Transportes do Sul, custaram ao estado mais de 202 milhões de euros entre 1999 e 2013", lembrou Marco Sargento, convicto de que, nos próximos dias, haverá muito mais entidades a subscreverem este manifesto pelo fim da concessão à Fertagus da exploração da linha ferroviária Lisboa-Setúbal.
O arquiteto Carlos Roxo, responsável geral pelo projeto de arquitetura da linha e autor da estações de Entrecampos e Sete Rios, o arquiteto Santa Barbara, autor da intervenção plástica na estação do Pragal, o engenheiro Francisco Asseiceiro, responsável do projeto de via ferroviária na ligação Lisboa - Setúbal, bem como os antigos futebolistas Diamantino Miranda e Carlos Manuel, o cantor Jorge Palma e a atleta Carla Sacramento são algumas das personalidades que já subscreveram o documento.
O padre setubalense Constantino Alves, o realizador de cinema Pedro Pinho (da Fábrica do Nada), autarcas, dirigentes sindicais, dirigentes e comandantes dos Bombeiros, membros de Comissões de Utentes dos Transportes e dos Serviços Públicos estão também entre a lista de subscritores do manifesto que reclama o fim da Parceria Público-Privada com a Fertagus.

Agência de Notícias com Lusa 

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