Financiamento para a descarbonização em Almada

Rua Cândido dos Reis, em Cacilhas, será laboratório vivo

Almada acolheu a assinatura dos Contratos de Financiamento dos Laboratórios Vivos para a Descarbonização. A cerimónia aconteceu, no final da semana passada, no Fórum Municipal Romeu Correia. 10 municípios vão receber do Ministério do Ambiente 5,5 milhões de euros para executar os “laboratórios vivos” que candidataram ao Fundo Ambiental. A Câmara Municipal de Almada selecionou a Rua Cândido dos Reis, em Cacilhas, para funcionar como Laboratório Vivo para a Descarbonização do concelho, testando várias soluções que depois podem ser replicadas noutros espaços.
Almada cria laboratório vivo na Rua Cândido dos Reis 

Os projetos para encontrar soluções de descarbonização, que decorrem em 10 cidades, deverão estar concretizados dentro de ano e meio, aplicando um financiamento total de 4,5 milhões de euros, disse hoje o ministro do Ambiente.
"Foi um milhão [para a primeira fase de seleção e elaboração das propostas] e agora mais 4,5 milhões de euros" para construir, em cada uma destas 10 cidades, "projetos concretos que sejam úteis para quem vive e quem visita estes espaços, mas que sejam sobretudo demonstrativos de boas práticas", referiu João Matos Fernandes.
O governante afirmou não ter dúvidas de que "daqui a um ano, um ano e meio" estarão concretizados 10 projetos que "são bons para cada uma destas cidades, para o país, e, nas redes em que estão inseridos, podem até ser exemplos fora de fronteiras".
O ministro do Ambiente falava aos jornalistas em Almada, no final da cerimónia de assinatura dos contratos de financiamento dos Laboratórios Vivos para a Descarbonização aos 10 municípios onde se vão realizar, depois de um processo de seleção iniciado em 2017, a que concorreram 35 autarquias com população entre 40 mil e 200 mil habitantes.
Na segunda fase do processo, desenvolvido pelo Fundo Ambiental, estiveram 12 cidades, acabando por ser selecionadas 10: Águeda, Alenquer, Almada, Braga, Évora, Loulé, Mafra, Maia, Matosinhos e Seixal.
Um Laboratório Vivo para a Descarbonização deve ser um espaço urbano que assume a função de demonstração das soluções inovadoras para um ambiente de baixo carbono, numa lógica de interação entre municípios, centros de conhecimento, empresas, indústrias e cidadãos.
João Matos Fernandes realçou que os projetos são muito diferentes entre si, iniciados numa escala local, e "em nenhum deles as autarquias estão sozinhas, têm sempre universidades, centros de saber e empresas que se associaram para construir, concretizar, materializar muito boas ideias".
Os projetos apresentam, por exemplo, soluções de eficiência material e energética, de desenvolvimento de novas formas de transporte público ou de logística urbana, "uma área em que as cidades podem progredir bastante", defendeu.
As propostas para retirar carbono da atmosfera, um dos objetivos do Acordo de Paris contra as alterações climáticas, podem abranger um edifício ou, como no caso de Almada, contemplar uma rua.

O projeto da Cândido dos Reis em Cacilhas 
O projeto de Almada apresenta com soluções de logística, de circulação e de eficiência energética, com condições próprias de sustentabilidade ambiental, além de associar uma moeda local que será recebida em troca de resíduos separados.
"Trata-se sobretudo de combater as alterações climáticas através da mudança de comportamentos que não é decretada em situação alguma", insistiu o ministro do Ambiente, acrescentando que as pessoas já estão muito alerta para a necessidade de "fazer diferente".
A Câmara de Almada selecionou a Rua Cândido dos Reis, em Cacilhas, para funcionar como Laboratório Vivo para a Descarbonização do concelho, testando várias soluções que depois podem ser replicadas noutros espaços.
Nesta zona vai, por exemplo, ser testado um pavimento fotovoltaico, único em Portugal e na Europa, adiantou o vereador da autarquia almadense, Nuno Matias, que que fez questão de sublinhar que Almada foi "o primeiro município português a desenvolver uma estratégia local para as alterações climáticas e um plano de mitigação das mesmas".
Vai ser também criado "um mini-centro de logística urbana, para atenuar os problemas na realização das operações de cargas e descargas", garante a Câmara de Almada.
Será ainda instituída uma moeda local, para promover a atividade económica na área de 'laboratório' e incentivar a recolha inteligente de resíduos.
Com este laboratório vivo, a autarquia pretende continuar "na linha da frente da construção de um futuro sustentável".

Agência de Notícias com Lusa 

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