Falta de água agrava-se no rio Sado

Setúbal e Palmela apelam ao uso eficiente da água

A água armazenada em Julho desceu em todas as bacias hidrográficas de Portugal continental comparativamente com o mês anterior. A situação mais complicada volta a ser, de novo, a bacia do rio Sado. Em oito das doze bacias portuguesas há menos água que a média das últimas décadas e a bacia do Sado volta a ser a que vive a situação mais complicada. As dez barragens do rio Sado têm 23,4 por cento da água que conseguem armazenar (em Julho de 2016 tinham 52,5 por cento), havendo duas onde apenas cerca de um décimo da capacidade está ocupada. As câmara de Setúbal e Palmela estão a tomar um conjunto de medidas preventivas para poupança dos recursos hídricos, tendo em conta a situação de seca moderada a severa em que se encontra o sul do país. 
Autoridades estão preocupadas com o caudal do Sado  

A escassez de água nas bacias hidrográficas dos rios Sado, Mira e Guadiana deve-se a fatores meteorológicos, nomeadamente ao facto de os valores mensais da temperatura máxima do ar serem, este ano, superiores ao normal e o valor médio da precipitação atmosférica corresponder a 75 por cento do valor normal.
Tendo em conta esta situação, a Administração da Região Hidrográfica do Alentejo está a promover uma sensibilização para a sustentabilidade na utilização dos recursos hídricos e a solicitar às autarquias a aplicação de medidas de contenção no consumo da água.
A diminuição ao mínimo da rega de jardins, hortas urbanas e espaços verdes públicos, realizando-a sempre em horários apropriados, de noite ou ao nascer do dia, a limitação ou até proibição de enchimentos de piscinas, lavagens de viaturas e logradouros e o encerramento de fontes decorativas, quando não funcionem em circuito fechado, são as medidas recomendadas pela Administração da Região Hidrográfica do Alentejo.
A autarquia setubalense, através das divisões de Espaços Verdes e de Higiene Urbana, "está a seguir as recomendações para contenção do consumo de água, de forma a atenuar os efeitos decorrentes da escassez de recursos hídricos disponíveis", explica a Câmara de Setúbal.
A autarquia alertou também "as empresas com as quais trabalha de forma regular, nestas áreas, bem como as juntas de freguesia do concelho para a necessidade de implementarem medidas preventivas".

Palmela apela a poupança de água 
Em Palmela, o maior município da Península de Setúbal, o problema é o mesmo. A autarquia já fez um apelo público ao uso eficiente da água, juntando-se à preocupação nacional de redução dos efeitos da seca moderada a severa que se faz sentir em grande parte da região sul, em particular, na bacia do rio Sado.
A mudança de pequenos hábitos quotidianos é fundamental para este objetivo, pelo que o município de Palmela divulgou um conjunto de regras para "poupança de água, dirigidas à comunidade e também às equipas municipais", e adotou medidas "como a redução das regas, em especial nas horas de calor, a redução das lavagens de viaturas ou em espaços púbicos".
No que respeita à gestão da rede de água, Palmela tem em curso "um programa - o Iperdas - que visa reduzir perdas de água e reforçar o seu uso eficiente".
A autarquia aconselha a população a "evitar ou limitar ao máximo, lavar carros e logradouros ou encher piscinas". Se existir jardim ou horta, "regar o menos possível (rega de sobrevivência)", "Reforçar as medidas de poupança: reduzir o volume do autoclismo ou fazer descargas mais curtas; fechar as torneiras durante a higiene, na lavagem da loiça ou roupa e usar as máquinas apenas quando estão cheias e colocar redutores de caudal nas torneiras". 
A poupança de água também contribui para poupar energia e reduzir as emissões de gases com efeito de estufa, já que quanto menos água se gasta, menor é a energia usada para a bombar para os reservatórios. Este é um importante contributo para preservar o ambiente e reduzir a pegada ecológica.

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