Comissão de trabalhadores da Autoeuropa demitiu-se

Sindicatos esperam que administração apresente nova proposta na quarta-feira

A comissão de trabalhadores da Autoeuropa apresentou o seu pedido de demissão esta terça-feira depois de quase 75 por cento dos trabalhadores terem rejeitado o acordo que haviam conseguido com a administração da empresa sobre os horários de trabalho. Depois de um acordo conseguido na passada semana, a comissão de trabalhadores levou o acordo sobre os novos horários de trabalho a votos entre os trabalhadores mas, e com a maioria a expressar a sua opinião, o acordo foi rejeitado pela grande maioria dos trabalhadores. Os sindicatos da fábrica de Palmela vão-se reunir com a administração na quarta-feira. A compensação sobre o trabalho ao sábado vai ser o grande tema em cima da mesa, depois dos trabalhadores terem chumbado a proposta anterior.
Comissão de Trabalhadores demite-se após chumbo do acordo

Em consequência, e continuando a defender este acordo, a comissão de trabalhadores decidiu apresentar esta terça-feira a sua demissão.
A Comissão de Trabalhadores da Volkswagen Autoeuropa apresentou a demissão. Em comunicado, a comissão justifica a sua decisão, que se materializará a 28 de Agosto, com o chumbo (por esmagadora maioria) ao acordo estabelecido no passado dia 27 de Julho com a administração. “A comissão de trabalhadores é um órgão democrático, reconhece que a maioria dos trabalhadores pretende outro caminho, deixamos assim aberto espaço para que outros demonstrem as suas capacidades negociais”, diz a comissão.
O pré-acordo estabelecido entre a administração e os operários da Autoeuropa para o novo horário de trabalho previa um aumento mínimo de 16 por cento no salário para compensar os novos horários por turnos propostos para acolher a produção do novo modelo VW T-Roc, incluindo semanas de seis dias na fábrica de Palmela..
Sem acordo, os trabalhadores mantêm a greve prevista para o dia 30 de Agosto.

Sindicatos reúnem com Autoeuropa esta quarta-feira 
A administração da Autoeuropa vai reunir-se esta quarta-feira com os sindicatos da fábrica. Os encontros com os sindicatos Site Sul e SIMA estavam marcados para a semana passada, mas acabaram por ser adiados para esta semana, num momento em que trabalhadores e a empresa ainda não chegaram a acordo sobre a compensação pelo trabalho ao sábado, depois de seis meses de negociação.
Ao Jornal de Negócios Manuel Bravo disse que "depois da proposta da empresa ter sido claramente derrotada em referendo, esperamos que na quarta-feira a administração apresente uma outra proposta que não colida com os interesses e os direitos dos trabalhadores", sublinha o responsável da federação sindical Fiequimetal, a que pertence o sindicato Site Sul, afecto à CGTP. O responsável sindical garante que a greve marcada para 30 de Agosto continua de pé.
As reuniões vão ter lugar dias depois dos trabalhadores da Autoeuropa terem rejeitado o acordo proposto pela administração, com quais 75 por cento das pessoas que votaram no referendo a chumbar a proposta. No entanto, das reuniões de quarta-feira não vai sair nenhum acordo, pois só a Comissão de Trabalhadores da Autoeuropa é que tem poder para negociar com a administração.
"A administração da Volkswagen Autoeuropa está a analisar o impacto dos resultados do referendo da passada semana. Esta reunião, que já estava prevista, insere-se nesse processo de análise", afirmou, ao Jornal de Negócios,  fonte oficial da Autoeuropa.
Na semana passada a administração e a comissão de trabalhadores da Autoeuropa chegaram a um acordo de princípio sobre a remuneração do trabalho ao sábado. 
Actualmente a Autoeuropa não trabalha ao sábado, mas o sexto dia de trabalho vai ser introduzido devido ao início de produção do novo modelo - o SUV T-Roc - que vai disparar a produção para mais de 200 mil automóveis em 2018, face aos 90 mil produzidos em 2016.
O acordo de princípio previa um pagamento mensal de 175 euros adicional previsto na lei, 25 por cento de subsídio de turno e um dia adicional de férias. Estas medidas representam um aumento mínimo de 16 por cento no rendimento mensal dos trabalhadores que trabalharem ao sábado.

Agência de Notícias 
Leia outras notícias do dia em 


Comentários