PJ de Setúbal inaugurou Espaço Vitima na quarta-feira

Cidade com espaço para recolha de provas de abusos sexuais

A Polícia Judiciária (PJ) de Setúbal inaugurou esta quarta-feira uma nova sala que pretende facilitar a recolha de prova testemunhal de vítimas de crimes violentos e de crimes sexuais, particularmente de crianças e jovens. Esta sala - `Espaço Vitima´ - resulta da preocupação e do interesse no combate a este tipo de criminalidade grave e violenta, da criminalidade sexual, e, em especial, da que diz respeito às crianças", disse à agência Lusa o diretor da PJ de Setúbal, Vítor Paiva. 
Crimes sexuais ocupam 15 por cento do trabalho da PJ de Setúbal 

"Perante a realidade e o melindre do crime, achei que devíamos ter as melhores condições possíveis, para podermos daí tirar proveito, nomeadamente ao nível aquisição, da recolha da prova e do sucesso das investigações", acrescentou o responsável.
O diretor da PJ de Setúbal referiu, também, que a criminalidade sexual, só em termos de abusos físicos (sem contabilizar a criminalidade virtual, como a exposição abusiva de fotografias e vídeos), representa "15 por cento do total das pendências do departamento da PJ de Setúbal".
Convicto de que o `Espaço Vítima´ "será uma mais-valia para a qualidade da prova e para o sucesso das investigações", Vítor Paiva mostrou disponibilidade para a utilização daquela sala pelos magistrados, designadamente para a recolha de depoimentos para memória futura, quando estão em causa crianças que são vítimas abusos sexuais.
O novo `Espaço Vítima´, inaugurado no mês em que se celebra o 71.º aniversário da Polícia Judiciária, foi concebido no âmbito de uma parceria com a Associação Portuguesa de Apoio à Vítima (APAV) e com o apoio da Escola de Polícia Judiciária, de acordo com as melhores práticas internacionais.
"Trata-se de uma sala pintada de verde, uma cor calma, e que segue as recomendações internacionais", disse Raquel Guerra, do Gabinete de Psicologia e Seleção da Escola de Polícia Judiciária, que destacou, também, a importância dos brinquedos e jogos disponíveis, para facilitar a disponibilidade das vítimas para falarem dos crimes que sofreram.
O gestor da Rede Care, uma rede de apoio a crianças e jovens vítimas de violência sexual da APAV, Bruno Brito, também considerou o novo espaço uma mais-valia e lembrou que há outras duas já em funcionamento, uma na Guarda e outra em Ponta Delgada, nos Açores.
Bruno Brito mostrou-se também confiante na possibilidade de instalação de espaços semelhantes noutros departamentos da Polícia Judiciária no território nacional.

Agência de Notícias com Lusa

Comentários