'Os Verdes' questionam sobre "atrasos" nos TST

"Atrasos e supressões" dos TST chegam ao Parlamento 

A deputada Heloísa Apolónia, do grupo parlamentar 'Os Verdes', questionou o Governo sobre a rodoviária Transportes Sul do Tejo (TST), referindo que existem queixas de "vários atrasos e supressões de carreiras". A deputada, eleita por Setúbal, frisou que foi aprovada, por unanimidade, uma resolução na Assembleia da República que recomenda ao Governo um conjunto de medidas para "verificação das condições de transporte prestadas por parte da TST e adoção de ações que regularizem a resposta a dar às necessidades de mobilidade das populações".
Atrasos e supressões de carreira afectam todos os concelhos

"No entanto, continuam a chegar ao grupo parlamentar 'Os Verdes' inúmeras reclamações sobre falhas de carreiras e serviços prestados pela TST. Continuam a ser recorrentes as situações de atrasos nas carreiras e mesmo a sua supressão", refere a deputada.
A empresa privada serve os concelhos de Alcochete, Almada, Barreiro, Moita, Montijo, Palmela, Seixal, Sesimbra e Setúbal, com ligações também a Lisboa.
Heloísa Apolónia salienta que têm chegado relatos de que os autocarros "continuam a circular com vários problemas ao nível de travões, portas que não fecham, sensores desativados, ar condicionado que não funciona".
"Em resposta a uma anterior pergunta já colocada pelos Verdes, o Governo referiu que tem remetido as reclamações que lhe chegam, referentes ao mau serviço prestado pela TST, para a Autoridade da Mobilidade e dos Transportes, como entidade competente na regulação e fiscalização do setor da mobilidade e transportes terrestres. A pergunta que se impõe, então, fazer é que sequência têm tido essas remessas e o que tem feito a Autoridade da Mobilidade e dos Transportes para garantir a não destruição recorrente da prestação do serviço de transportes pela TST", acrescenta Heloísa Apolónia.

Empresa confirma problemas no verão 
A empresa já assumiu que registou problemas no período de verão para cumprir as carreiras previstas, mas assegurou que investiu 345 mil euros num plano de contingência e que "a situação está regularizada". A TST registou recentemente "várias queixas devido ao incumprimento de serviços programados": "É um facto - nos últimos meses temos tido alguns atrasos em relação aos serviços programados para este período de verão", disse à agência Lusa, no mês passado, António Corrêa de Sampaio, administrador da rodoviária, que opera sobretudo na península de Setúbal.
O responsável explicou que, atendendo à zona balnear que a TST serve, há um reforço de carreiras que obriga a um maior número de viaturas para cumprir os serviços programados.
"A nível externo, a margem sul neste período de verão tem um acréscimo significativo do volume de trânsito, o que perturba a possibilidade do cumprimento dos horários das carreiras, tal como algumas obras que ocorrem em certas zonas", referiu.
António Corrêa de Sampaio disse ainda que as elevadas temperaturas registadas também trouxeram problemas de aquecimento aos autocarros.
"Tivemos também um verão bastante quente, dos mais quentes das últimas décadas, o que influenciou também a operação dos nossos autocarros. Tivemos aquecimentos excessivos de alguns motores, que necessitaram de ser reparados. Este fator veio ajudar a um acréscimo da imobilização das viaturas", salientou.
Das quatro mil e 900 ligações que a TST realiza diariamente, 100 não foram concretizadas nos períodos mais complicados, o que representa cerca de dois por cento.
A empresa avançou então com um plano de contingência. "Este plano extraordinário, que registou um investimento de cerca de 345 mil euros, consistiu no aluguer de 15 viaturas a outras operadoras para ajudarem à nossa operação e suprirem a falta de viaturas na TST, bem como o recurso, de forma mais significativa que o normal, a reparações de autocarros em entidades externas", disse o administrador.
A empresa reforçou também o trabalho suplementar das equipas de oficina, para a manutenção e reparação de órgãos, tais como motores, radiadores ou correias de distribuição.
"Nesta altura podemos dizer que a situação se encontra regularizada", concluiu o administrador da rodoviária.

Agência de Notícias com Lusa

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