Idosos visitam Moinho de Maré em Setúbal

Idosos descobrem segredos da Mourisca 

O Moinho de Maré, localizado na Herdade da Mourisca, no Estuário do Sado, em Setúbal, foi explorado por 16 idosos do Centro Comunitário de Santa Maria da Graça numa visita realizada na terça-feira à tarde.  Não é a primeira vez que a D. Ivone, 71 anos, visita o local. “Já vim aqui, tinha eu 5 anos. Lembro-me muito bem. O meu pai trazia-me para moer o milho”, conta, enquanto espreita para a caldeira, em tempos com função automática. “Com o fluxo de água resultante da maré-cheia, era fechada a comporta de comunicação entre a caldeira e o rio”, explica Nuno Raposeira, do Moinho de Maré da Mourisca.
Idosos passam dia no Moinho de Maré da Mourisca 

A sala de moagem, no interior do antigo moinho com presumida origem no século XVII e que funciona como espaço museológico e polo turístico, é o ponto de partida da visita, realizada no âmbito do Dia Internacional da Pessoa Idosa, uma organização conjunta entre a Câmara de Setúbal, as juntas de freguesia do concelho e as diversas instituições de solidariedade social.
Naquele espaço, todos ouvem com atenção a explicação de Nuno Raposeiro, técnico que acompanha os participantes, com idades entre os 60 e os 85 anos. “Isto são as mós, responsáveis pela moagem dos grãos de cereais para o fabrico de farinha”.
Os flamingos despertam a atenção de todos. “Parecem cor-de-rosa, mas, na verdade, são brancos. São novinhos”, explica Nuno Raposeiro. “A partir desta janela é possível vê-los. Venham”. E todos vão.
Todos não. Quem parece não dar tanta importância à vista da janela é a D. Luísa, que aproveita o tempo da fila indiana para fotografar uma mesa, decorada no tampo com pedras de sal. O mesmo se passa com a D. Celeste e a D. Francisca, mais viradas para o descanso.
Lá fora, Catarina Miranda, 72 anos, encostada a uma das partes da caldeira desativada olha atenta para o cenário que compõe a Herdade da Mourisca.“Não conhecia isto”, conta.
Além dos flamingos, é possível ver outras espécies de aves, como os pilritos-das-praias, pernilongos e rolas do mar.
À saída do Moinho de Maré, propriedade do ICNF – Instituto da Conservação da Natureza e das Florestas, funcionando atualmente em regime de cogestão com a Câmara de Setúbal, ainda há tempo para lanchar.

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