PJ detêm suspeita de burla em Setúbal

Ex-funcionária do SEF suspeita de burlas de quase meio milhão

A Polícia Judiciária deteve uma mulher, de 57 anos, suspeita de burla qualificada e usurpação de funções, crimes aos quais se dedicaria há vários anos. Em comunicado, a PJ,  através do Departamento de Investigação Criminal de Setúbal, refere que, "no âmbito de um inquérito instaurado na passada semana, identificou, localizou e deteve uma mulher pela presumível prática crimes de burla qualificada, com caráter internacional, e usurpação de funções. Há vários anos que a detida se dedicará ao mesmo tipo de práticas criminosas", acrescenta o a nota.  Segundo aquela força policial, "nos últimos seis meses, a autora conseguiu convencer três vítimas de que aguardava milhões de euros provenientes do estrangeiro, fruto de uma herança ou de um prémio ganho na lotaria, solicitando-lhes empréstimos cujo valor ascende a cerca de duzentos mil euros, deixando-as, nalguns casos, em situação económica difícil".
Polícia Judiaria detêm suspeita de burla em Setúbal 

Uma antiga funcionária do Serviço de Estrangeiros e Fronteira (SEF) é suspeita de ter burlado mais de uma dezena e meia de pessoas, num valor total que atinge perto do meio milhão de euros. A Polícia Judiciária (PJ) anunciou na terça-feira a detenção da mulher, de 57 anos, indiciada pelos crimes de burla qualificada e usurpação de funções.
Esta detenção ocorre cerca de um ano após a suspeita ter sido constituída arguida pelos mesmos crimes, num outro processo judicial, que ainda está a correr. Apesar da investigação, a ex- funcionária administrativa  terá continuado a burlar pessoas, tendo nos últimos seis meses, conseguido convencer mais três vítimas a entregarem-lhe cerca de duzentos mil euros.
Para convencer as vítimas, a ex- funcionária, que se fazia passar por inspectora do SEF, usaria essencialmente duas histórias: aguardava milhões de euros provenientes do estrangeiro, fruto de uma herança, e para os receber precisava de dinheiro para pagar impostos e tratar do processo de transferência. A outra versão era semelhante, mas em vez de uma herança, a quantia avultada era proveniente de um prémio de lotaria ganho no estrangeiro.
Com estes pretextos, convencia as vítimas a fazerem-lhe empréstimos avultados, que, em alguns dos casos, deixaram os lesados numa situação económica difícil. Por exemplo, um antigo empresário entregou-lhe 70 mil euros, o valor total das suas poupanças, e uma médica lisboeta mais de 50 mil euros.
Para explicar o atraso na vinda do dinheiro, a suspeita inventaria sucessivas explicações, recorrendo, por vezes, a documentos falsos para credibilizar os seus relatos.
Entre os lesados estão pelo menos três colegas que trabalharam com a ex-funcionária no SEF, situação esta que, associada a outras violações de deveres laborais, levou à abertura de um processo disciplinar, que culminou com a expulsão da funcionária daquele serviço em 2014.
Apesar de já não ter qualquer ligação ao SEF a mulher continuaria a exibir o seu antigo cartão da instituição para credibilizar as suas histórias e a fazer menções às suas alegadas responsabilidades naquele organismo.
“Há vários anos que a detida se dedicará ao mesmo tipo de práticas criminosas”, afirma a PJ num comunicado emitido esta terça-feira pelo Departamento de Investigação Criminal de Setúbal. No primeiro processo, aberto em 2012, estão em investigação factos que remontam pelo menos a 2010. Neste caso, estão identificadas uma dúzia de vítimas, que terão tido um prejuízo total que rondará os 250 mil euros.
Já o inquérito aberto este mês concentra-se nos últimos seis meses. Neste momento, estão identificadas, nesta última investigação, três vítimas, mas a Polícia Judiciária acredita que existem mais, algumas das quais já estão referenciadas pelas autoridades.
“A autora, actualmente desempregada e já anteriormente investigada, foi funcionária de um órgão de polícia criminal, qualidade de que ainda se arrogava, procurando, dessa forma, dar credibilidade ao seu comportamento”, lê-se na nota da PJ.
Apesar de ter sido anunciada esta terça-feira, a ex-funcionária já foi detida na semana passada, tendo entretanto sido presente a primeiro interrogatório judicial. Um juiz de instrução aplicou-lhe a medida de coacção de apresentações semanais no posto policial da área da sua residência, em Setúbal.


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