Festa Grande na Atalaia atraiu milhares de pessoas

Quatro dias de fé, devoção, promessas, diversão e música 

As Festas em Honra de Nossa Senhora da Atalaia iniciaram no dia 25 de Agosto com a cerimónia de inauguração, que relembrou os motivos porque esta festividade é uma das mais genuínas romarias populares da região de Setúbal. Para o presidente da Câmara do Montijo, Nuno Canta, a Festa de Nossa Senhora da Atalaia são um “encontro da cultura popular” e deixou uma “palavra de gratidão a todos aqueles que contribuíram, ao longo dos séculos, para erguer a Festa da Atalaia. Com estas festas evocamos valores de uma terra que muito tem contribuído para a riqueza da nossa cultura local”. A festa terminou ontem com a festa da rádio que canta Portugal, e com a saída dos cinco círios para Quinta do Anjo, Carregueira, Olhos de Água, Jardia e Azóia.
Festas de Nossa Senhora da Atalaia realizam-se há mais de 500 anos

A Festa Grande arrancou na Atalaia, na passada sexta-feira. Foram quatro dias de tradição, de devoção, de religiosidade e, também, de muita animação que acabaram ontem à noite ai ritmo de mais uma noite musical da PopularFm.
Na abertura oficial, a nota dominante dos discursos foi a necessidade de preservar a tradição da Festa em Honra de Nossa Senhora da Atalaia.
O presidente da Câmara do Montijo, Nuno Canta, classificou as Festas da Atalaia como um “encontro da cultura popular” e deixou uma “palavra de gratidão a todos aqueles que contribuíram, ao longo dos séculos, para erguer a Festa da Atalaia. Com estas festas evocamos valores de uma terra que muito tem contribuído para a riqueza da nossa cultura local”.
“São 509 anos de romaria, um longo período de festejos e tradições. Um longo período de crenças e devoção a este lugar de culto. Bem hajam todos os que hoje, e sempre, têm trabalhado de forma voluntária para a organização destas festas”, afirmou Luís Morais, presidente da Junta da União das Freguesias de Atalaia e Alto Estanqueiro-Jardia.
A presidente da Comissão de Festas em honra de Nossa Senhora da Atalaia, Isabel Marques, assegurou que a comissão de festas “vai continuar a preservar e respeitar esta antiga tradição da Festa Grande, não deixando esmorecer o entusiasmo das festas”, acrescentando um agradecimento à câmara, à junta e outras entidades e pessoas que colaboraram na organização das festas.
A Festa em Honra de Nossa Senhora da Atalaia é uma romaria popular que remonta a 1507, aquando da promessa então feita pelos funcionários da Alfândega de Lisboa, que devido à peste constituíram um círio. Conhecida por Festa Grande, tem uma grande componente religiosa devido aos vários círios que acorrem à localidade da Atalaia para demonstrarem a sua fé em Nossa Senhora da Atalaia.

Círios voltaram a casa ontem 
A Festa em Honra de Nossa Senhora da Atalaia tem uma grande componente religiosa devido aos vários círios [cinco no total, vindos dos concelhos de Palmela, Montijo e Sesimbra] que acorrem à localidade da Atalaia para demonstrarem a sua fé na Padroeira, tendo como momento de destaque a procissão religiosa.
A procissão conjunta dos círios da Quinta do Anjo, Carregueira, Olhos de Água, Azóia e Círio Novo da Jardia, no domingo à tarde foi o momento alto das festas que atraíram milhares de pessoas ao maior Santuário a sul do Tejo.
Sexta e Sábado, as noites goram de bailarico nos círios e de música popular portuguesa. Sérgio Rossi e Rosinha encheram o palco principal nas duas primeiras noites de festa. Enquanto nas sedes dos círios se rematava as bandeiras, umas das promessas maiores da festa. 
No último dia das festividades, bem cedo, os novos donos das bandeiras vão em romaria à Fonte da Senhora lavar a cara com água santa. Regressam para o último almoço na Atalaia, os último passos de dança e preparam-se para rumar às terras de origem. 
O percurso é conforme a tradição de cada círio. O percurso do Círio da Carregueira é, provavelmente, o mais bonito e o mais genuíno. As bandeiras e os dois andores saem da Atalaia em carrinhas enfeitadas e muita animação à mistura. Atravessam de ponta a ponta a Carregueira, uma localidade rural da freguesia de Pinhal Novo, ao som dos gaiteiros e das cantorias das gentes. Param nos locais "sagrados das promessas" e deitam foguetes em nome de uma tradição que vem desde 1833, o ano da cólera morbus. 
E segundo a tradição, os círios dos Olhos de Água e da Carregueira têm de dar três voltas à Igreja de São José, em Pinhal Novo. Assim foi. Primeiro a promessa dos Olhos de Água e, por fim, a promessa dos homens e das mulheres da Carregueira. A animação continuou noite dentro na casa dos arrematadores da bandeira enquanto, na terra da Festa Grande, Atalaia, Fernando Correia Marques, Xana Carvalho, Anna Dominguez, Luisinho de Portugal, Rita Santos e Afoba Boys cantavam para centenas de pessoas em mais uma noite da PopularFM.  
A festa regressa para o ano, sempre nos últimos suspiros do mês de Agosto.

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