Ministro manda averiguar casos do Hospital do Barreiro

Hospital do Barreiro deixou doentes com cancro sem quimioterapia

Três pacientes do Hospital do Barreiro foram operados a tumores malignos. Os médicos prescreveram a quimioterapia como tratamento coadjuvante, pois é a melhor solução para que não voltem a surgir no organismo células cancerígenas. No entanto tal não aconteceu pois o prazo clinicamente previsto para a administração deste tratamento foi ultrapassado. A história foi avançada pela SIC. O ministro da Saúde, Adalberto Campos Fernandes, disse que já  pediu à Inspeção Geral das Atividades em Saúde e ao Hospital do Barreiro que esclarecesse os casos de doentes oncológicos sem tratamento. Para o ministro este é um caso "inaceitável". 
Doentes com cancro sem tratamento no Barreiro 

Por outras palavras, os três pacientes foram operados, mas não lhes foi administrada a quimioterapia como havia sido estipulado pela equipa médica “Só tivemos conhecimento disso agora”, disse à SIC a directora clínica do Centro Hospitalar do Barreiro e Montijo.
Elisabete Gonçalves explicou que, perante esta denúncia, "será feito tudo internamente para que o hospital possa detectar possíveis erros ou maneiras de evitar que situações destas se repitam".
Depois de analisar os relatórios clínicos dos três pacientes de 55, 65 e 73 anos, a responsável garantiu que, para já, o cancro, nos três casos, continua em remissão, mas não se pode dar garantias de que os pacientes não voltem a desenvolver células cancerígenas.
Também em declarações à SIC, João Silveira Ribeiro, do Conselho de Administração do Centro Hospitalar Barreiro/Montijo, admitiu que "não é agradável" uma situação destas acontecer num hospital "que tem um perfil de oncologia que é conhecido na região e que tem provas dadas", no entanto, frisa que "falhas podem acontecer.Vamos tentar corrigir e vamos pedir uma auditoria externa”, disse.
O ministro da Saúde, Adalberto Campos Fernandes, disse que já  pediu à Inspeção Geral das Atividades em Saúde e ao Hospital do Barreiro que esclarecesse os casos de doentes oncológicos sem tratamento.
Falando aos jornalistas à margem do encerramento do 8.º Encontro Nacional das Unidades de Saúde Familiar, afirmou aguardar o esclarecimento do Hospital, "que tomou logo a iniciativa de diligenciar nesse sentido internamente" e da Inspeção Geral das Atividades em Saúde, a quem pediu uma averiguação.
Adalberto Campos Fernandes classificou como "inaceitável o que é indiciado", alertando, no entanto, para a necessidade de prudência para não haver juízos precipitados, antes de ser devidamente averiguado o que se passou.
"Sabemos que temos um Serviço Nacional de Saúde de grande dimensão e qualidade que, infelizmente, é pontuado aqui e ali por circunstâncias que não deviam existir. Vamos fazer tudo para que cada vez menos episódios destes possam ocorrer", comentou o ministro.
"Temos de melhorar todos porque a confiança que os portugueses têm no Serviço Nacional de Saúde não pode ser abalada por este tipo de acontecimentos", concluiu o ministro da Saúde

Agência de Notícias

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