Hospital de Setúbal tem 5698 em lista de espera

Faltas de médicos especialistas preocupam doentes  

Um total de 5698 doentes está a aguardar por uma operação no Hospital de São Bernardo, em Setúbal. Só no serviço de ginecologia, são 265 as doentes que aguardam por uma cirurgia, segundo dados do portal do Serviço Nacional de Saúde. De acordo com o Correio da Manhã, a administração do hospital afirma que o tempo médio de resposta para uma cirurgia de ginecologia é de 132 dias. Das 265 doentes à espera de uma operação, 38 pacientes ultrapassam os tempos máximos de resposta, o que corresponde a 14 por cento do total. No Pinhal Novo, uma paciente espera por uma consulta de otorrinolaringologia há três anos... por falta de médicos.
São Bernardo serve os concelhos de Setúbal, Palmela e Sesimbra 

Os doentes queixam-se da espera por uma consulta ou cirurgia. É o caso de Cesaltina Cunha, 73 anos, que esperou dois anos e quatro meses para ter consulta e viu ser anulada a consulta marcada para Agosto deste ano. No mesmo dia, o hospital "mobilizou os recursos" e remarcou-lhe a consulta, tal como a outras doentes nas mesmas circunstâncias.
 Para fazer face ao problema da falta de ginecologistas, o hospital explica que a unidade recorre a "um conjunto de profissionais externos que colabora em regime de prestação de serviços". Além disso, tem um esquema de articulação com o Centro Hospitalar do Barreiro/Montijo para "salvaguardar qualquer ocorrência inesperada".
O hospital de Setúbal conta com dez ginecologistas em regime de trabalho em funções públicas, mas um está em ausência prolongada. Três médicos trabalham com contrato individual de trabalho e há oito internos em formação.

Doente de Pinhal Novo espera consulta há 3 anos 
Ana Cristina Lopes, de 62 anos, também aguarda há mais de três anos por uma consulta de otorrinolaringologia no Hospital de São Bernardo. Na mesma situação estão mais de dois mil doentes, que continuam sem médicos especialistas.
Na sequência de um acidente de automóvel, em 2012, Ana Cristina Lopes, residente no Pinhal Novo, perdeu parte da audição e passou a sofrer de vertigens. Recorreu à médica de família, que requereu uma consulta da especialidade junto do Hospital de São Bernardo. "Desde 13 de Fevereiro de 2013 que aguardo pela consulta. Telefono e a resposta é sempre a mesma. Tenho de esperar", disse Ana Cristina Lopes À CMTV.
"Como eu e o meu marido estamos desempregados, não temos possibilidades para recorrer a um médico particular. Resta-me aguardar com todas as dificuldades resultantes de ouvir mal e de sofrer vertigens e de desequilíbrio", diz a utente.
Fonte do Centro Hospitalar de Setúbal, no qual está integrado o Hospital de São Bernardo, revela que, perante a falta de clínicos, "tem tentado recrutar todos os médicos especialistas que se disponibilizam a trabalhar na instituição". Para fazer face à lista de espera, a unidade tem procurado encaminhar doentes para outras unidades hospitalares do distrito de Setúbal.

Agência de Notícias



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