Menino acorrentado pelos pais na Jardia

Menor foi transferido para uma instituição e pais foram detidos por  maus tratos

Bruno tem cerca de 10 anos. Vivia numa vivenda junto à Estrada Nacional 252, na Jardia, concelho do Montijo. E de acordo com os vizinhos da família, trata-se de uma criança irrequieta, tendo entrado algumas vezes nas casas dos vizinhos, sem autorização, e destruindo bens. Comportamentos que já lhe mereceram reprimendas por parte dos pais... mas nada comparado ao "castigo" desta terça-feira. Bruno foi acorrentado por um pé nas traseiras do quintal e assim ficou até à chegada da GNR. As autoridades receberam a denúncia de forma anónima e quando verificaram a veracidade da mesma detiveram os pais da criança.  O caso foi entregue à Comissão de Proteção de Crianças e Jovens do Montijo, que retiraram o rapaz da casa dos pais e o colocaram numa instituição. O caso está sob investigação. 
Menino foi encontrado nesta casa acorrentado por um pé 


De acordo com Mário Martins, Comandante do Destacamento Territorial de Montijo, duas patrulhas da GNR acorreram ao local do incidente após uma denúncia anónima. Depararam-se com o rapaz efetivamente acorrentado e libertaram-no. Os pais, que se encontravam dentro de casa, foram imediatamente detidos.
O caso foi entregue à Comissão de Proteção de Crianças e Jovens do Montijo, que retiraram Bruno de casa dos progenitores. O rapaz está agora numa instituição de solidariedade social. Antes, esteve no Hospital do Montijo para receber tratamento médico. Mostrava ferimentos nas pernas (aparentemente causados pelas correntes que, presas aos pés, lhe limitavam os movimentos).
Irrequieto, respondão aos pais, com mau aproveitamento na escola. Bruno, de 10 anos, estudante do 3º ano do 1º ciclo já tinha sido castigado de diversas formas. Mas nos últimos dias os pais foram ao extremo: para controlar o menor acorrentaram-no no quintal, onde o menino terá passado largas horas preso. 
Ao final da tarde de terça-feira, uma denúncia anónima feita por populares à GNR do Montijo levou uma patrulha à residência da família, na Jardia. O menino estava no quintal, acorrentado por um pé, enquanto os pais se encontravam no interior da casa a preparar o jantar. Após contacto com o procurador de turno do Ministério Público, os militares da GNR tiraram de imediato a custódia da criança ao casal.

Mãe explica-se à SIC
Em entrevista à SIC, a mãe do menor recordou que o filho mudou o comportamento nos últimos tempos. "Chumbou um ano na escola e nos últimos meses já fui chamada várias vezes à escola", contou. "Ele até já agrediu um colega. Puseram-no a fazer tarefas na escola, mas nem assim. Ele ri-se e diz que quer abandonar os estudos", relatou a mãe em entrevista à SIC. A mãe de Bruno ainda disse que "o menino só ficou preso cinco minutos" quando os pais tinham de se ausentar. A progenitora ainda disse que a criança "podia chegar à chave do cadeado" e que "achava aquilo uma brincadeira". 
No local, diz-se que Bruno chegava a entrar nas casas dos vizinhos, destruindo bens. Atirava vasos a um poço, pintava muros, roubava bicicletas, raptava a cadela do vizinho e até levava galinhas, porque, tal como dizia aos moradores, nada tinha para fazer. No entanto, à reportagem da TVI, os vizinhos disseram desconhecer outros possíveis maus tratos cometidos pelos progenitores à criança.
Interrogados pela GNR, os pais foram constituídos arguidos e sujeitos a Termo de Identidade e Residência. A investigação deve agora ser entregue à PJ por crimes de sequestro e maus-tratos. A Comissão de Proteção de Crianças e Jovens disse que a criança nunca tinha sido sinalizada e vai interrogar os pais ainda esta semana.


Comentários

  1. A mãe tanto se queixava do marido que lhe batia e a torturava, nada disse a GNR ???
    É para desconfiar .

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